Sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019 - 10h22
Porto Velho, RONDÔNIA – Mesmo com a saúde abalada depois de proibido de transitar pelo antigo prédio da Associação dos Ferroviários da Madeira Mamoré (ASFEMAM), o presidente José Bispo de Morais, 86, afirma que “os trens voltarão a circular sobre os trilhos da Capital a Guajará-Mirim”.
Tamanho otimismo, segundo o octogenário líder ferroviário, “nos leva a crê nessa possibilidade por causa da luta hercúlea que travamos desde 1998 junto a Brasília e por conta da intercessão dos ex-funcionários, amigos, apoiadores e parceiros da nossa Ferrovia do Diabo”.
Ao NEWSRONDÔNIA, Bispo de Morais, confessou ter retomado a luta em defesa da volta dos trens. “Minha expulsão da sede da Associação custou-me um princípio de infarto”. Porém, deu-lhe mais força para insistir na reativação ferrovia até Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, palco da sua construção entre 1907 a 1912.
Em visita às três caixas d’água (Três Marias) ele reafirmou que o Complexo Continua sob a gestão maior da União Federal e que o processo de revitalização leva a chancela do Consorcio Santo Antônio (CSA). O município apenas conta a concessão até 50 anos. Porém, a medida poderá ser revista no futuro.
Polêmica à parte, depois de instado pela Reportagem revelou que, “muito antes do município e dos chineses, o Vice-Presidente George Telles (Carioca), trouxe de Brasília garantias sobre a construção da Ferrovia Transoceânica, que ligará o Atlântico ao Pacífico, vindo de Cuiabá a Porto Velho”.
Carioca, por outro lado, informa, contudo, que “a primeira tentativa de construção de uma ferrovia na região nos remete aos anos 1872, no que resultou no insucesso do empreendimento por conta e risco do surgimento de focos de doenças tropicais”.
Com dados dos arquivos da ASFEMAM, àquela época já havia a intenção do Governo brasileiro, a partir da assinatura do Tratado de Petrópolis (1903) com a Bolívia, no pleno contexto evolutivo do ciclo da borracha e da Questão do Acre, “ligar Mato Grosso ao ex-Território Federal, quando em 1907 se deu a largada à construção da Madeira Mamoré, tendo o último concluído em 30 de abril de1912”.
Histórico, à parte, na década de 30 desativada parcialmente, a Madeira Mamoré voltou à chancela do Governo Federal para em 1957, relata Carioca “mesmo com intenso tráfego de cargas e grande volume de passageiros transportados, integra às empresas da Rede Ferroviária Federal (RFFS)”.
Em1966, depois de 54 anos de atividades, ao acumular prejuízos incontáveis, o presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, em 25 de maio daquele ano, “erradicou a Estrada de Ferro Madeira Mamoré a substituindo pela atual Rodovia BR-364, ligando Guajará-Mirim a Porto Velho”, relata Bispo de Morais.
Desativada no dia 10 de julho de 1972, Bispo choroso ante aos pés das Três Caixas D’Água – já que está proibido de adentrar ao Complexo Ferroviário pela Fundação Cultural -, “as locomotivas apitaram pela última vez e partir daí, em 1979, o acervo passou a ser vendido como sucata a uma siderúrgica de Mogi das Cruzes, em São Paulo”.
O sonho da reativação dos trens não perdeu fôlego e em 1981, disse o presidente Bispo de Morais, “as máquinas voltaram a operar num trecho de apenas sete quilômetros dos 366 do traçado original e em 2000 fechando século 20, paralisou por completo”.
Enfim, nos anos 1998-9, uma nova luta intelectual foi começada com a “Questão da Figura A” pela Associação de Moradores da Baixa da União (região do Cai N’Água), presidida por GeorgeTelles (Carioca) ao juntar-se a Bispo de Morais em defesa da conservação e preservação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFFMM). De lá pra cá, Carioca, na qualidade de Vice-Presidente da ASFEMAM, “requereu ao IPHAN Nacional o tombamento da estrada de ferro de Porto Velho a Guajará-Mirim”.
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