Sábado, 10 de agosto de 2024 - 08h00
Os rumos coletivos em se
tratando de desenvolvimento socioambiental, de infraestrutura, segurança e
principalmente, o posicionamento geral dos governantes dos estados Amazônicos,
em relação ao desenvolvimento da região está posto e muito bem delimitado. Este
alinhamento aconteceu nesta sexta-feira (9), durante o fechamento da edição do
28º do Fórum dos Governadores da Amazônia Legal. Com seis câmaras setoriais, o
encontro (que também contou com a presença de secretários estaduais) criou
pautas em comum, envolvendo todos os estados da região Amazônica, contudo o
foco foi estabelecido em torno da COP-30, que acontece no ano que vem, no Pará.
Os
posicionamentos dos governadores amazônicos restou comprovado que o grupo, por
meio do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia
Legal, começa a fazer gestão junto ao governo federal, órgãos ligados à
Organização das Nações Unidas (ONU) e representações de blocos econômicos
mundiais, para ter mais voz durante o evento, que é a maior conferência
climática mundial.
O
objetivo, de acordo com a tônica apresentada pelos governadores, é mostrar
todos os lados da Amazônia, principalmente no que diz respeito ao
desenvolvimento econômico e avanços de infraestrutura, além de melhores
condições sociais, ampliando a visão internacional da região, que conforme os
governadores está focada, exclusivamente, na filosofia preservacionista, sem
levar em conta todos os esforços que a sociedade amazônica tem feito para
garantir a preservação do meio ambiente dentro de uma política de
desenvolvimento sustentável.
O
governador do estado do Mato Grosso, Mauro Mendes, elencou toda diversidade
ambiental do bioma Amazônia e reiterou que os estados mantém altos índices de
preservação ambiental, ao passo em que promovem agendas significativas em se
tratando de desenvolvimento atrelado à preservação. “Por muitas vezes, o Brasil
fica na berlinda mundo afora quando o assunto é aquecimento global, quando
deveríamos ser exaltados por todos os esforços que mantemos para garantir a
preservação do meio ambiente”, destacou. Ainda segundo o governador, esses
esforços precisam ser conhecidos da população mundial e, de acordo com seu
entendimento, reconhecidos; de modo que a Amazônia consiga manter uma agenda
próspera de desenvolvimento e recebendo compensações financeiras para colaborar
com a preservação das áreas preservadas.
O
posicionamento dos governadores foi reconhecido pela Embaixadora da União
Europeia, Marian Schuegraf, que em seu discurso, ao comentar os interesses da
União Europeia em se aproximar cada vez mais das sociedades amazônicas,
parabenizou os estados pelas reduções do desmatamento. O governador de
Rondônia, Marcos Rocha, anfitrião do evento, endossou a fala de Mauro
Mendes e ressaltou que, Rondônia tem prosperado em decorrência de uma série de
fatores, todos combinados com a aliança entre estado e população. “Registramos
ótimos índices de preservação do meio ambiente, mas sem deixar de lado o
desenvolvimento social. Temos uma política pública humanizada, voltada ao
bem-estar das pessoas e precisamos reconhecer a necessidade de nossa população
a ter acesso a mais infraestrutura e qualidade de vida”, pontuou.
COP-30
Outro
ponto de consenso entre os governadores foi o estabelecimento de uma estratégia
coletiva de promoção da região Amazônica, de modo que seja mostrado ao mundo,
por meio da COP-30, tudo o que a região produz, sendo então levado em
consideração suas potencialidades e a colaboração deste bloco brasileiro para o
mercado consumidor internacional.
O
governador de Rondônia, Marcos Rocha conseguiu apoio dos demais, e agora começa
a fazer gestão junto ao governo federal para que o café produzido em Rondônia
seja ofertado aos participantes durante todos os dias da COP-30. “Rondônia
produz 95% do café cultivado na região Norte. Nada melhor que a COP para
mostrarmos ao mundo a qualidade do que é produzido em nossa região, ainda mais
se tratando de cultivo que respeita a natureza, feito pela agricultura familiar
e também pelos povos indígenas”, evidenciou. O governador do Acre, Gladson
Cameli frisou que, o estado que comanda tem condições de oferecer alimentos
como farinha, açaí e pescado, os quais também poderão ser ofertados durante o
evento.
O
governador Marcos Rocha enfatizou a importância de mais um Fórum realizado que
reuniu os governadores do Acre
– Gladson Cameli; o secretário do Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo
Taveira (representando o governador Wilson Miranda Lima); Mato Grosso – Mauro
Mendes; Maranhão
– Carlos Brandão; o secretário do Meio Ambiente do Pará, Mauro O’ de
Almeida (representando o governador Helder Barbalho); Roraima – Antonio
Denarium; e Tocantins
– Wanderlei Barbosa.
COOPERAÇÃO
Ainda,
durante o evento, os governadores assinaram um Acordo de Cooperação entre os
estados da Amazônia Legal Brasileira, a partir do qual todas as forças de
segurança dos estados passam a operar de forma integralizada, ou seja, em
parceria mútua, compartilhando informações, trabalhando em conjunto em
operações policiais e colaborando com o que os estados coirmãos necessitam para
ampliar o raio de atuação dos agentes, promovendo mais eficiência e agilidade
no trabalho das polícias. “Um dos resultados importantes deste fórum foi a
compra de munições, por meio de ata organizada pelo Consórcio (Consórcio
Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, composto pelos
estados Amazônicos). Essa união entre os estados gerou economia de R$ 64
milhões na aquisição de munições para as forças de segurança da região”,
destacou o governador de Rondônia.
CARTA DE PORTO VELHO
Ao
final do encontro, os governadores compuseram a Carta de Porto Velho, um
documento histórico que registra a consolidação da edição do 28º Fórum de
Governadores, por meio da qual os representantes dos estados se comprometem e
reiteram a colaboração entre os estados, além da defesa de pautas comuns,
visando o desenvolvimento regional de forma equânime. Veja abaixo o teor da
carta.
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