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Rondônia

Piloto do Grupo de Operações Aéreas destaca a importância dos momentos compartilhados com os filhos


Há 9 anos no GOA, o capitão Cordeiro valoriza os momentos em família. Casado com Ednir Maria e pai de Maria Luíza, de 13 anos e Nícolas Mateus de 7 anos - Gente de Opinião
Há 9 anos no GOA, o capitão Cordeiro valoriza os momentos em família. Casado com Ednir Maria e pai de Maria Luíza, de 13 anos e Nícolas Mateus de 7 anos

Pai, filho, guerreiro e herói são palavras fortes que definem, não somente na opinião do pequeno Nícolas Mateus, de 7 anos, e da Maria Luíza, de 13 anos, o pai que todos conhecem como capitão Cordeiro, do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBMRO), que é ainda piloto do Resgate 03 do Grupo de Operações Aéreas (GOA), mas também todos os que se dedicam a salvar vidas, sem nunca esquecer sua maior determinação que é ser pai.

É inegável que os bombeiros militares têm um papel imprescindível na segurança da sociedade, atuam no controle e prevenção de incêndios, resgates, salvamentos aquáticos, desencarceramento em acidentes, desastres naturais e preservação dos patrimônios ameaçados de destruição, entre outras atividades. O bombeiro é um profissional reconhecido e respeitado por sua missão. Eles são símbolo de coragem, resiliência e dedicação à missão de defender a população. Além de servidores da Segurança Pública, eles também são homens, maridos e pais. Heróis de meninos e meninas que os aguardam voltar seguros para casa.

TEMPO DE QUALIDADE

Em uma das visitas ao GOA, o pequeno Nícolas de 7 anos, divide a cabine com o pai piloto e bombeiro

O capitão Cordeiro é especialista em transporte aeromédico e resgate. Ele conta que desde que se tornou bombeiro militar no Estado do Mato Grosso, onde desempenhou a função por 15 anos, as datas comemorativas quase nunca são comemoradas no mesmo dia. “Já me acostumei a quase nunca estar em casa e temos o hábito de aproveitar os momentos que estou com a minha família para oferecer a minha esposa e meus filhos, em especial, um tempo de qualidade. O que seria isso? é estar integralmente com eles, é ouvir o que eles dizem, sem se preocupar com as notícias ou o celular. Com a minha profissão aprendi a valorizar cada momento”, relata o capitão ao explicar como consegue ajudar a filha adolescente Maria Luíza, de 13 anos, com dos deveres de casa mesmo a distância. “Eu sou bom de matemática e encontramos um jeito de tirar dúvidas por aplicativos de mensagem. Quando surge uma dúvida, ela me manda e, assim que posso, eu a ajudo a entender o assunto. Maria Luíza melhorou bastante as notas e agora ensina os colegas a matéria”, conta orgulhoso.

DATAS ESPECIAIS

Na opinião do capitão Cordeiro, que há 9 anos integra o GOA, tempo de qualidade significa dedicação, fazer coisas juntos, ensinar, aprender, fazer lição de casa, abraçar, brincar, beijar e principalmente pescar. “Nícolas adora pescar e vamos juntos sempre que posso. Tenho consciência que, principalmente durante a pandemia esse tempo diminuiu bastante”, lamenta. Só este ano, o piloto do resgate 03, Capitão Cordeiro, já acumula em pouco mais de 7 meses, 700 horas de voo, na maioria das vezes realizando transporte aeromédico de pacientes e insumos.

Pai e filho em momento de cumplicidade em uma das muitas pescarias a bordo de um caiaque

“Nos últimos 8 meses, eu calculo que fiquei aproximadamente uns dois meses em casa. Posso dizer que consegui dormir em casa 2 vezes por semana apenas”, calcula o piloto complementando que isso prejudica muito as datas comemorativas como aniversários apresentações escolares e agora o Dia dos Pais celebrado neste domingo.

No Dia dos Pais do ano passado, capitão Cordeiro estava em missão de transporte aeromédico trazendo pacientes de covid-19 de Vilhena para Porto Velho e diz que, mesmo assim, não deixou de comemorar a data com os filhos, mesmo que atrasado. “Conto nos dedos as vezes que consigo comemorar essas datas no dia, mas meus filhos compreendem. Converso bastante com eles. Minha esposa Ednir Maria ajuda bastante. No dia sempre fazemos uma videochamada, que não é a mesma coisa de estar presente, mas assim que chego na primeira oportunidade comemoramos de verdade. Foi assim no aniversário de 4 anos do Nícolas, eu estava em um curso nos Estados Unidos, em 2018, e ele não aceitou nem que cantassem os parabéns no dia do aniversário dele porque eu não estava presente. Duas semanas depois, quando eu cheguei, acabamos fazendo uma festinha em Cuiabá, onde aproveitei para rever meus pais”, relembra o capitão com uma expressão que revelava um misto de alegria e tristeza no olhar ao reviver em memória outra situação que marcou sua vida em relação ao afastamento causado pela profissão.

MEMÓRIAS

A vida profissional e pessoal do capitão Cordeiro é cheia de momentos marcantes. Todo pai também é filho. E o capitão Cordeiro é o filho de João Luiz, que morreu aos 68 anos. Ele conta que no dia 14 de agosto de 2016 estava em missão para Goiânia e fez uma parada no aeroporto de Cuiabá para fazer uma surpresa para o seu João, no Dia dos Pais. As fotos que ele guarda com muito carinho eternizaram o encontro.

As fotos eternizam o momento da última comemoração do Dia dos Pais do Capitão Cordeiro com o pai João Luiz

Ao saber que o filho estaria no aeroporto, de passagem rápida, o pai foi levar uma prato de comida caseira feita pela mãe para comemorar a data. “Foi o último Dia dos Pais que passei com o meu pai que morreu em 2018. Fico feliz de ter feito aquela parada somente para dar um abraço. São esses momentos, mesmo que instantâneos, que marcam a nossa vida, a nossa história”.

Ao compartilhar histórias de família, o capitão Cordeiro afirma que hoje é um homem realizado não apenas pela profissão, mas também como pai de um menino e uma menina. “Conciliar a missão de ser pai e ser bombeiro não é fácil, mas eu tento compensar essa falta, acompanhando o desenvolvimento deles e vivendo momentos felizes e marcantes, além de compartilhar o que meus pais me ensinaram, tento passar valores e conhecimento”, finalizou.

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