Quinta-feira, 12 de novembro de 2020 - 10h04
A Síntese de
Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12), mostrou que Rondônia foi a Unidade
da Federação (UF) do Norte e Nordeste com melhor índice de Gini, que mede as
desigualdades de renda e varia de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima
concentração e desigualdade).
O índice rondoniense
foi de 0,472, sendo o quarto melhor do país, ficando atrás de Santa Catarina
(0,422), Mato Grosso (0,456) e Goiás (0,459). A pior UF foi Sergipe, que
registrou 0,580.
Em relação às
capitais, Porto Velho ficou na quinta posição, com índice de Gini de 0,505,
sendo a melhor da Região Norte. No ranking brasileiro de capitais, a melhor foi
Goiânia (0,468) e a pior foi Recife, com 0,612.
Sobre rendimento
domiciliar per capita, pode-se observar que, em Rondônia, 34,7% das pessoas
tinham de meio a um salário mínimo; 25,2% tinham de um a dois salários mínimos
e 18,5% tinham de um quarto a meio salário mínimo. O grupo de pessoas com mais
de cinco salários mínimos representou 1,9% da população rondoniense.
A SIS também apontou
que 78% dos rendimentos dos rondonienses são originados do trabalho, 16% de
aposentadoria ou pensão e 6% tinham outras fontes. No Brasil e na Região Norte,
o trabalho também é a principal fonte, apresentando taxas de 72,5% e 75,4%
respectivamente.
10,3% dos
rondonienses e 22% dos porto-velhenses não têm documento que comprova
propriedade da residência
Outro aspecto
investigado pela SIS é sobre as condições de moradia. Foi constatado que 0,7%
da população rondoniense residia em domicílios que não tinham banheiro
exclusivo; 1,3% em moradias construídas com material não durável; 5,7% estavam
na condição de adensamento excessivo (mais de três pessoas por cômodo) e 10,3%
não tinham documento que comprovasse a propriedade da residência.
Em relação a Porto
Velho, 0,6% da população estava em domicílios que não tinham banheiro
exclusivo; 2,1% moravam em residências construídas com material não durável;
10,2% residiam em moradias com adensamento excessivo e 22% não tinham documento
de propriedade.
Observou-se ainda que
22,6% dos rondonienses não tinham acesso à coleta de lixo; 55,5% não utilizavam
rede geral de abastecimento de água e 84,3% não contavam com esgotamento
sanitário por rede coletora. Em Porto Velho, estas taxas foram de 7,6%, 63,4% e
72,8% respectivamente.
Segundo a condição de
ocupação, 68,7% dos rondonienses e 78,2% dos porto-velhenses moravam em imóvel
próprio já pago; 3,6% e 1% respectivamente residiam em imóveis próprios, mas
ainda estavam pagando; 9,3% e 7,5% respectivamente ocupavam imóveis cedidos.
Diminui proporção de
pessoas sem instrução em Rondônia
A Síntese apontou
que, em 2016, 10,2% da população de Rondônia com mais de 25 anos não tinham
instrução. Este índice caiu para 7,2% em 2019. O grupo com ensino fundamental
incompleto manteve-se estável em torno de 40% neste período e houve aumento do
número de rondonienses com ensino superior, saindo de 10,9% da população total,
em 2016, para 12,4% em 2019. Além disso, aumentou o tempo de estudo dos
rondonienses. Em 2016, o número médio de anos de estudo foi 10,4, passando para
11,3 em 2019.
Também foi possível
observar que, em 2019, em Rondônia, 96% das crianças com idades entre seis e
dez anos estavam matriculados nas séries iniciais do ensino fundamental, 80,7%
dos pré-adolescentes com idades entre 11 e 14 anos estavam nos anos finais do
ensino fundamental; 61,3% dos jovens com idades entre 15 e 17 anos estavam no
ensino médio. Porto Velho registrou índices de 89,1%, 85,7% e 50,8%
respectivamente.
A rede pública de
ensino foi responsável por atender 81,1% dos estudantes de Rondônia e 65,2% dos
estudantes de Porto Velho matriculados na educação infantil. No ensino
fundamental, estes índices foram de 93,2% (Rondônia) e 85,6% (Porto Velho). No
ensino médio, 95% dos estudantes do estado e 92,4% da capital utilizaram a rede
pública.
Constatou-se ainda
que 26,6% dos jovens rondonienses com idades entre 15 e 29 anos só estudavam;
15,7% estudavam e trabalhavam; 36,9% só trabalhavam e 20,9% não estudava e não
trabalhava. Em Porto Velho, estes índices foram de 32,7%, 13,8%, 29,1% e 24,4%
respectivamente.
Trabalhadores com
carteira assinada ganham mais que sem carteira
A Síntese dos
Indicadores Sociais (SIS) revelou uma diferença entre o rendimento médio do
empregado com carteira assinada e o que não tem carteira assinada. Em Rondônia,
o trabalhador com registro ganhou em média R$ 1.695,00, enquanto que o sem
registro recebeu em média R$ 1.174,00. Apesar da diferença, os números de 2019
são os de menor diferença percentual nos últimos cinco anos. A categoria com
melhor rendimento médio é formada por empregadores, que registrou ganho médio
de R$ 5.631,00.
A Síntese mostrou
ainda que houve uma queda no rendimento médio do trabalhador rondoniense entre
2018 e 2019 de R$ 120,00. Em Porto Velho, esta queda foi de R$ 259,00.
O estudo também
apontou que, em Rondônia, há diferença entre os rendimentos médios entre homens
e mulheres de R$ 468,00. Em 2019, um homem recebeu em média R$ 2.097,00,
enquanto que uma mulher recebeu em média R$ 1.629,00. A diferença salarial por
gênero em Porto Velho é de R$ 269,00.
Além disso, foi
possível constatar que Rondônia e em Porto Velho têm diferenças menores que o
Brasil quanto a cor ou raça, sendo a população branca com maior rendimento. A
diferença brasileira entre pretos/pardos e brancos é de R$ 1220,00 reais,
enquanto que no estado é de R$ 517,00 e na capital de R$ 573,00.
Em relação à taxa de
desocupação, Rondônia registrou 8,1%, sendo a quinta menor taxa entre as
Unidades da Federação, ficando atrás de Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do
Sul (7,7%), Mato Grosso do Sul (7,8%) e Mato Grosso (8%). Já Porto Velho, ficou
na oitava posição entre as capitais, registrando 10,7% de desocupação.
Pode-se verificar
também que dos 71 mil rondonienses desocupados em 2019, 25,8% estavam
procurando emprego há mais de dois anos; 20,8% estavam desocupados há um mês;
37,4% estavam procurando trabalho por tempo maior que um mês e menor que um ano
e 16,1% estavam de um ano a menos de dois anos desocupados.
A respeito da taxa de
subutilização composta da força de trabalho, a SIS revelou que 17,5% dos
trabalhadores rondonienses e 20,6% dos ocupados em Porto Velho estavam nesta
condição. Rondônia foi a quinta melhor taxa brasileira entre as Unidades da
Federação e a melhor das Regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
Em todo o estado,
13,2% dos homens e 23,2% das mulheres da força de trabalho foram subutilizados
em 2019. A pesquisa aponta ainda que os pretos e pardos têm taxas de
subutilização maior que os brancos: 12,5% e 9,4% respectivamente.
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