Sábado, 12 de fevereiro de 2022 - 12h40
Washington D.C. 11/02/2022 - Mais uma grosseria montagem de
FAKE NEWS, destacando foto de Bolsonaro numa falsa primeira página do jornal
The Washington Post, está circulando nas redes sociais. “Bolsonaro é o melhor
presidente brasileiro de todos os tempos e o povo o ama”. Exatamente o
contrário da reportagem publicada em 01/12/2021, pelo influente jornal
americano: “Bolsonaro, presidente de extrema-direita do Brasil busca um título
improvável: Presidente dos Pobres, assinado por Antonio Faiola, Colunista de
Relações Exteriores e eventos globais. Nela o jornalista descreveu:
“Para muitos brasileiros, a presidência de Jair Bolsonaro
não tem sido um conto de fadas. Desde sua vitória convincente em 2018, ele foi
acusado de incentivar o desmatamento maciço na floresta amazônica e minar a
imprensa livre. Um painel do Senado recomendou que ele fosse acusado de crimes
contra a humanidade por má gestão intencional do coronavírus, que ele descartou
como uma "gripezinha".
E, no entanto, para surpresa de alguns, o mesmo crítico do bem-estar que uma vez sugeriu que uma cura para a pobreza era o controle de natalidade também procurou se reinventar como uma espécie de Robin Hood fiscal, tirando dos cofres públicos do Brasil para dar aos pobres. Seu mais recente e maior esforço: uma revisão potencialmente histórica – alguns dizem catastrófica – da rede de segurança social que os críticos temem que possa quebrar o tesouro nacional brasileiro.
O programa Auxílio Brasil de Bolsonaro, ou Brazil Aid,
reforçaria a assistência financeira aos menos afortunados antes das eleições.
Tão caro a ponto de romper o teto fiscal obrigatório do Brasil, a onda de
gastos sociais requer aprovação em ambas as casas legislativas para uma
reformulação das finanças estaduais para comprá-lo. Depois de limpar a câmara
baixa esta semana, foi transferido para o Senado, que prometeu uma rápida
exibição.
A pedra angular da agenda social apressadamente montada de
Bolsonaro, o Auxílio Brasil substituirá o Bolsa Família, o muito aclamado
esforço de ajuda remendado há quase duas décadas por seu arqui-inimigo
político, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. Talvez não por
coincidência, os dois podem se enfrentar em um confronto de titãs políticos na
votação presidencial. Nenhum dos dois declarou oficialmente suas intenções, mas
muitos brasileiros esperam que eles concorram e o sucesso ou fracasso de
Auxilio Brasil provavelmente emergirá como um tema quente na campanha
eleitoral.
No entanto, mesmo alguns dos críticos de Bolsonaro admitem
que o líder de extrema direita deve ser creditado por fazer o certo, pelo menos
por um tempo, pelos pobres do Brasil durante a pandemia – mesmo que ele pareça
fazê-lo em busca de ganhos políticos. Enquanto o Congresso no ano passado
estava debatendo o apoio aos pobres, Bolsonaro parecia sentir uma oportunidade.
Seu governo havia proposto um modesto bônus de pandemia para os pobres, um
número que o Congresso decidiu que precisava ser reforçado. Para não ficar para
trás, Bolsonaro prometeu reforçar a oferta do Congresso.
O resultado tornou-se um experimento globalmente assistido
na redução da pobreza. Em agosto do ano passado, quando a assistência mensal em
dinheiro para algumas famílias atingiu o equivalente a cerca de US$ 232, a
pobreza extrema atingiu um mínimo histórico de 2,3%. De fato, um relatório do
Banco Mundial descobriu que das 22 milhões de pessoas retiradas da pobreza na
América Latina por transferências governamentais relacionadas à pandemia em
2020, 77% delas estavam no Brasil. Compare isso com a assistência pandêmica
menos generosa oferecida pelo presidente esquerdista Andrés Manuel López
Obrador no México, onde mais 3,8 milhões de pessoas caíram na pobreza durante a
pandemia.
“Acho que ninguém argumentaria que ele não deveria ter
feito algo nesse sentido”, disse-me Cesar Zucco, cientista político da Fundação
Getulio Vargas do Brasil, sobre os esforços de pandemia de Bolsonaro para os
pobres. “Talvez você tenha que dar isso a ele. Mas foi excessivo e não foi bem
projetado. Isso o ajudou a aumentar sua popularidade.”
A popularidade de Bolsonaro, de fato, cresceu, enquanto os
pobres o apoiavam em números recordes.
“Ele se tornou um herói”, disse Ricardo Fernandes, um ator
de 31 anos da favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, ao Guardian no ano
passado. Gradualmente, porém, essa ajuda foi diminuindo e milhões de
brasileiros voltaram à pobreza. Com isso, os índices de aprovação de Bolsonaro
despencaram.
Com as eleições se aproximando, ele parece ter aprendido
que você pode comprar popularidade.
“Ele está obcecado com a ideia de que precisa dar dinheiro
para aumentar sua popularidade”, disse Zucco.
Distribuir dinheiro ou cestas de alimentos, principalmente
antes das eleições, é uma manobra política comum em partes da América Latina.
Mas para o Brasil, o impacto da reformulação da rede de segurança social de
Bolsonaro pode ser muito mais duradouro.
Ao criar o Auxilio Brasil, ele está efetivamente matando o
Bolsa Família, o esforço globalmente reconhecido lançado em 2003 que oferecia
assistência em dinheiro aos pobres em troca dessas famílias garantindo, por
exemplo, que seus filhos frequentassem a escola e fossem devidamente vacinados.
Ao longo dos anos, o Bolsa Família ajudou a tirar milhões da pobreza e
contribuiu para a redução da desigualdade de renda, da qual o Brasil tem uma
das taxas mais altas do mundo.
Aparentemente ansioso para reivindicar sua própria
pretensão de ser um presidente dos pobres, Bolsonaro oferece mais dinheiro para
mais famílias em seu novo programa. Mas críticos como Zucco dizem que ela tem
falhas substanciais – entre as quais, seria financiada por apenas um ano,
exigindo uma nova votação em 2022 para mantê-la viva.
Os críticos também argumentam que o programa de Bolsonaro
não lida adequadamente com as realidades da extrema pobreza. Um vale-creche,
por exemplo, seria oferecido apenas às famílias que comprovassem ter um
emprego, omitindo efetivamente os desempregados.
“O governo não explicou como implementará os novos
benefícios ou quem será responsável por sua implementação, avaliação e
monitoramento”, disse Luciana de Souza Leão, professora assistente de
sociologia da Universidade de Michigan, em publicação universitária. “Lançar um
novo programa como este está destinado a ser um fracasso. As famílias pobres
serão as mais afetadas, pois terão que navegar em um sistema que nem mesmo os
formuladores de políticas parecem entender, além de lidar com as incertezas
sobre o futuro do programa.”
Também é muito caro, parecendo projetado menos como um
veículo para a redução da pobreza a longo prazo e mais como uma maneira rápida
de ganhar votos nas favelas ou favelas urbanas. Chamando Bolsonaro de ruim para
a economia do Brasil, o Economist também observou que seu projeto de lei
destina uma “grande parte” de dinheiro extra para financiar “emendas
orçamentárias opacas que concedem contratos de compras públicas superfaturados
a legisladores individuais em troca de seu apoio ao presidente”.
Como o Financial Times relatou, os investidores estão
consternados com a perspectiva de o Brasil altamente endividado exceder seu
teto de gastos obrigatórios – aprovado em 2016 para conter os orçamentos e
reforçar a saúde financeira de longo prazo.
“Bolsonaro sempre foi contra o Bolsa Família – ele sempre o odiou como o típico ‘dinheiro para preguiçosos’ etc.”, Filipe Campante, professor brasileiro de economia da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, disse ao Financial Times. “Mas, ao mesmo tempo, ele sabe que precisa dar algo às pessoas para ter uma chance de reeleição.”
Cabe portanto aos Ministros do TSE adotar medidas punitivas
urgentes, começando a prender os responsáveis pela disseminação de in-formações
falsas, capazes de influenciar criminosamente o voto de milhares de cidadãos honestos
e pouco instruídos, que representam parcela majoritária do eleitorado
brasileiro. A própria legitimidade das eleições estará fragilizada, juntamente
com as bases que sustentam a democracia.
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