Sábado, 13 de maio de 2023 - 14h51
Neste segundo domingo de maio,
do ano de 2023 de Nosso Senhor Jesus Cristo, não poderia deixar de homenagear
as mães que sobrevivem dia após dia, noite após noite, obrigando-se a seguir em
frente, apesar dos braços vazios e da alma devastada, pela partida de um filho
ou de uma filha, a mais cruel de todas as dores.
Mater Dolorosa, Maria de Nazaré sentiu a
pior das dores humanas ao ver morrer seu filho, torturado e crucificado. Penso
que esta denominação cabe a todas as mães que igualmente sofrem nas longas e
lancinantes horas em que se dão conta da realidade.
Acredito que a perda de um filho ou filha
traz de volta doces lembranças que dilaceram a alma dos pais. Para a mãe, voltam
as dores do parto, a emoção de contemplar pela primeira vez os pequeninos traços,
volta a plenitude do amor materno sentida no sublime ato de amamentar; voltam
as noites em claro, volta o choro do filho adorado recém-nascido, voltam os
primeiros passos, voltam as escolas por onde passou, suas conquistas, grandes
ou pequenas, não importa; o que importa é ver o filho amado entrar porta adentro.
Isto nunca mais acontecerá...
Apesar do fardo pesado que carregam
consigo ao longo dos dias, meses, anos, essas heroicas mulheres precisam seguir
a vida, “cuidar” dos outros filhos, não importa a idade que tenham; para as
mães, todos os filhos permanecem crianças a necessitar dos seus cuidados.
Afinal, esta é a natureza primeira da maternidade.
Sabemos que não há palavras que suavizem a
dor de realidade tão dura. Por isto trazemos a expressão do verdadeiro consolador,
quando tão amorosamente fala à humanidade, semeando esperança em nossas almas
sofridas:
Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o
fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei
de mim, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para
as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mateus 11:
28-30
Sandra Castiel: professora, escritora, membro
efetivo da Academia de Letras de Rondônia
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