Quinta-feira, 14 de janeiro de 2021 - 17h23
O governador do Amazonas,
Wilson Lima, anunciou, hoje (14), novas medidas para tentar conter a
disseminação do novo coronavírus (covid-19) e o consequente aumento do número
de casos da covid-19 no estado. Entre as restrições está a proibição da
circulação de pessoas nas ruas de todo o Amazonas, das 19h às 6h.
O governo estadual também já
começou a transferir pacientes diagnosticados com a covid-19 para hospitais de
outras seis unidades da federação (Goiás, Piauí, Maranhão, Distrito Federal,
Paraíba e Rio Grande do Norte) e recorreu à Justiça para que a empresa White
Martins seja obrigada a fornecer todo o oxigênio hospitalar de que a rede
pública de saúde do estado precisar.
“Estamos decretando o
fechamento das atividades de circulação de pessoas entre 19h e 6h da manhã,
exceto de atividades e transporte de produtos essenciais à vida”, informou o
governador nas redes sociais.
Lima explicou que o toque de
recolher não atinge quem trabalha em atividades estratégicas e essenciais, como
saúde e segurança pública, nem profissionais de imprensa. Farmácias também
poderão atender os clientes, mas apenas por meio de entrega em domicílio.
A medida será detalhada em um
decreto a ser publicado no Diário Oficial do estado. O decreto também proibirá
o transporte coletivo de passageiros por estradas ou barcos.
Quanto à remoção de pacientes
para outras unidades da federação, Lima garantiu que, além do traslado, o
governo estadual vai oferecer apoio psicossocial para atender aos doentes e a
seus parentes. “Estamos montando um grupo de apoio para esses pacientes e
familiares que irão ser deslocados para os outros estados”, disse o governador.
“Também já entramos com uma
ação na Justiça contra a empresa [White Martins] para garantir que ela abasteça
[com oxigênio medicinal] em quantidade suficiente a rede hospitalar para
atender nossos irmãos acometidos da covid-19”, acrescentou Lima, que disse que
tem conversado com os ministros da Saúde, Eduardo Pazuello; da Defesa, Fernando
Azevedo e Silva, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno,
sobre os riscos do desabastecimento do produto.
Ontem (13), a demanda por
oxigênio em estabelecimentos hospitalares públicos de saúde do Amazonas superou
em mais de 11 vezes a média diária de consumo da terça-feira (12). Os hospitais
particulares também já enfrentam dificuldades de abastecimento.
Nos últimos dois dias, a
Justiça estadual deu decisões favoráveis a estabelecimentos privados para que
as empresas White Martins e Nitron da Amazônia sejam obrigadas a manter o
fornecimento de uma quantidade mínima do produto.
“Estamos numa operação de
guerra, onde os insumos, sobretudo a questão do oxigênio nas unidades
hospitalares, é o produto mais consumido diante dessa pandemia”, disse o
governador Wilson Lima.
Frentes
De acordo com o governo
estadual, até ontem (13) à tarde, o Amazonas contabilizava 219.544 casos
confirmados da covid-19 e 5.879 óbitos, com 540 pacientes internados com a
suspeita de terem sido infectados pelo novo coronavírus.
No início da semana, o governo
estadual já tinha proibido o transporte fluvial e rodoviário intermunicipal de
passageiros. A suspensão desses serviços foi estabelecida por decreto publicado
na terça-feira (12), e vai vigorar até 17 de janeiro.
No mesmo decreto, foram
suspensas o funcionamento de marinas para atividades de lazer e de academias,
centros de ginástica e estabelecimentos semelhantes. Também devido aos reflexos
da covid-19, o governo estendeu até 31 de janeiro a determinação para que os
órgãos e entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo
estadual que não estejam diretamente envolvidos com o enfrentamento da pandemia
mantenham no mínimo 70% de seus servidores e empregados em trabalho remoto.
A gravidade da situação no
Amazonas motivou o governo do Pará a proibir a entrada em seu território de
embarcações de passageiros provenientes do Amazonas, em vigor a partir de hoje
(14).
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