Segunda-feira, 27 de janeiro de 2020 - 14h59
Em 2019 na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), em Porto Velho, o Ambulatório Estadual de Referência registrou 4.290 atendimentos, em média 400 por mês, atualmente 74 pacientes estão em tratamento ativos.
A POC é referência estadual para a hanseníase, atende pacientes regulados, via Sistema de Regulação Estadual (Sisreg), do município de Porto Velho, interior e também do Sul do Amazonas e até do Acre. A unidade funciona como retaguarda especializada para confirmação de diagnóstico de hanseníase em menores de 15 anos, hanseníase predominantemente neural, ou seja, quando o paciente não apresenta manchas na pele, e sim comprometimento neurológico. Casos de difícil diagnostico, reações racêmicas graves que é um episodio epidemiológico que pode acontecer durante o tratamento do paciente logo após a alta e também atende casos de recidivas, quando o paciente fez tratamento anteriormente para a hanseníase e, após cinco anos da alta, volta apresentar sinais e sintomas da doença.
“Nós chamamos de recidiva porque a doença volta, ou o paciente adquire novamente. Diferente da catapora e do sarampo, quando adquirida uma vez o individuo cria imunidade, a hanseníase não tem essa capacidade de estimular o sistema imunológico do paciente, uma vez ele adoecendo, tratando e curando, não cria essa imunidade, ele pode contrair a doença novamente, por isso a importância de procurar o ambulatório de referência para fazer a avaliação. A recidiva é caso raro, acontece em menos de 1% dos pacientes que receberam tratamento adequado”, explicou o enfermeiro do ambulatório de referência estadual em hanseníase, Wanderlei Ruffato.
O Brasil registra em média de 25 a 30 mil casos de hanseníase por ano, a recidiva vai ter por volta de 150 a 200 casos.
“É uma situação rara, por isso o paciente precisa passar por um serviço de referência. Por mais que o médico da atenção básica suspeite de recidiva, ele não pode iniciar o tratamento sem que o paciente passe pela Policlínica Oswaldo Cruz”, destacou o enfermeiro.
DOENÇA
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que afeta pele e nervos. É uma doença de evolução lenta. Após o contagio, o paciente pode demorar de 2 a 7 anos para apresentar os primeiros sinais ou sintomas.
Os sinais e sintomas mais comuns da hanseníase são manchas na pele avermelhada, acastanhada ou esbranquiçada, com diminuição ou perda da sensibilidade, podendo se manifestar através de comprometimento de nervos periféricos onde o paciente vai ter dor, dormência e formigamento em mãos, pés com perda da sensibilidade e das forças.
Ela se apresenta de quatro formas básicas, formas iniciais e mais avançadas, o importante é que todas as formas têm tratamento e cura. “O tratamento é gratuito, oferecido em todas as unidades básicas de saúde, de todos os municípios de Rondônia, dura em torno de seis meses a um ano, dependendo da forma de hanseníase que o paciente apresentar”, disse Wanderlei Ruffato.
O Ambulatório Estadual de Referência atende diariamente com equipe multidisciplinar de enfermeiros, técnicos de enfermagem, serviço administrativo, fisioterapeutas, psicólogos, assistente social, e médicos. “A hanseníase atinge homens, mulheres e crianças de todas as idades, de qualquer cor, raça ou classe social, o importante é que tem tratamento e tem cura”, destacou Ruffato.
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