Segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013 - 20h40
Aline Leal
Agência Brasil
Brasília - O presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), Agricio Crespo, disse hoje (4), no Dia Mundial do Câncer, que o Brasil é um dos países com maior incidência de câncer de laringe do mundo. “A população brasileira ainda fuma muito. Essa é a principal causa [da grande incidência no Brasil], e quando ele [fumo] está associado à bebida alcoólica existe uma potencialização de efeitos”, diz Crespo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe e quando há associação do fumo com bebida alcoólica esse número sobe para 43 vezes. “Outras causas são situação socioeconomica desfavorável e má alimentação”, diz Crespo.
Segundo o Inca, para evitar esse tipo de câncer é importante que a alimentação contenha proteínas, preferencialmente de frango ou peixe, associadas a legumes, verduras e frutas ricas em vitaminas, em especial A, B2, C e E, e sais minerais.
O câncer de laringe, quando descoberto precocemente, tem taxas de cura que vão de 80% a 100%. É uma doença predominantemente masculina. Para cada mulher atingida há nove homens com a doença, que é mais comum depois dos 40 anos de idade, tendo seu pico de incidência entre os 50 e 60 anos.
O principal sintoma da doença é a rouquidão que dura mais de duas semanas, aparentemente sem motivo. “A pessoa que não tinha a voz rouca, passa a ter”, diz Crespo. Ele acrescenta que dificuldade de engolir os alimentos, falta de ar, mal hálito e perda de peso também podem estar associados à doença. O especialista explica que um exame muito simples, feito no consultório médico de um otorrinolaringologista, é capaz de fazer o diagnóstico precoce na grande maioria dos casos.
De acordo com o Inca, em 2010 foram registrados 3.618 casos de câncer de laringe no Brasil. O instituto estima que o país teve 6.110 novos casos em homens em 2012. Segundo Crespo, a Região Nordeste é a que tem a maior incidência da doença, e a Sul é a que tem a menor.
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