Sábado, 23 de maio de 2015 - 09h44
Introduzida nos últimos anos, a tomossíntese – também conhecida como mamografia tridimensional ou 3D – conseguiu aumentar a precisão diagnóstica do câncer de mama, sendo importante aliada na detecção precoce da doença. Entre as virtudes do diagnóstico pela tomossíntese estão a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precocemente, quando comparada à mamografia convencional. Imagens formadas pela sobreposição dos tecidos na mamografia e que obrigam a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, incluindo outros exames e até mesmo biópsia, ocorrem com muito menos frequência na tomossíntese. Para uma avaliação adequada, entretanto, é necessário obter tomossíntese em conjunto com a mamografia em duas dimensões. Agora, um novo avanço deve melhorar ainda mais o diagnóstico do câncer de mama. Trata-se da imagem mamográfica sintetizada, C-View.
O C-View é um software que utiliza as imagens da tomossíntese e produz imagens mamográficas em duas dimensões, sintetizadas, sem necessidade de uma nova radiação e sem que a paciente tenha de fazer a mamografia convencional. Dessa forma, é possível melhorar o diagnóstico da doença, obtendo-se todas as vantagens da tomossíntese e da mamografia em duas dimensões, reduzindo os níveis de radiação aos quais a paciente costuma ser submetida. Para compreender bem as vantagens do C-View, é necessário antes perceber o salto de qualidade que a tomossíntese representa no diagnóstico do câncer de mama.
De acordo com Aron Belfer, médico radiologista do CDB Premium que introduziu a tomossíntese no Brasil, a mamografia tomográfica como a conhecemos gera imagens em 2D e em 3D. “Quando a mamografia convencional (2D) é realizada isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões suspeitas. Com a tomossíntese, cada imagem representa uma fatia de um milímetro da mama, eliminando a sobreposição dos tecidos. Com isso, temos melhor definição das bordas das lesões, melhor detecção de lesões sutis e melhor localização da lesão na mama. Em média, a tomossíntese leva quatro segundos para ser realizada, pouco mais que a mamografia convencional. Entretanto, permite a detecção do câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Além disso, com o uso do software, a exposição à radiação cairá pela metade”.
Aprovada pela Anvisa, a incorporação do uso do software à tomossíntese permite adotar uma rotina em que a paciente tem os benefícios da tomossíntese com mínima radiação. É como se fizesse apenas a mamografia, mas com todas as informações e vantagens da tomossíntese. O médico ressalta, também, que o uso desse novo método permite avaliar com mais precisão a assimetria entre as mamas e comparar com exames anteriores da paciente, que provavelmente são mamografias convencionais. “A mamografia 2D sintetizada pode ser vista como um mapa de estrada que nos guia para uma análise mais rápida e adequada das imagens da tomossíntese. Quando incorporada à mamografia 3D, teremos mais condições de atingir nosso objetivo, que é o diagnóstico precoce com benefício de menor radiação”, diz o médico.
Fonte: Dr. Aron Belfer, médico radiologista do CDB Premium (www.cdb.com.br), responsável pela introdução da Tomossíntese no Brasil.
http://www.fda.gov/downloads/AdvisoryCommittees/CommitteesMeetingMaterials/MedicalDevices/MedicalDevicesAdvisoryCommittee/RadiologicalDevicesPanel/UCM325901.pdf
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