Terça-feira, 6 de agosto de 2019 - 10h18
Fazer uma cirurgia bariátrica causa impactos variados: a perda de peso decorrente do procedimento muda a aparência, eleva a autoestima e interfere na produção hormonal. Além disso, um efeito nem sempre lembrado é que pode haver uma alteração na libido e na vida sexual do paciente, seja mulher ou homem: e é para melhor.
Das doenças que podem interferir na sexualidade, a obesidade vem sendo considerada uma das causas crônicas entre a população. Por isso, com a perda de peso e a melhoria na qualidade de vida, os pacientes que passam pela cirurgia bariátrica tendem a sentir resultados positivos nas práticas sexuais.
“É muito comum a bariátrica resultar em uma melhora da libido, principalmente pela elevação da autoestima e pelo controle de comorbidades, quando existentes. Quando o paciente se sente mais seguro em relação ao seu próprio corpo, naturalmente a vontade de fazer sexo aumenta”, explica o cirurgião do aparelho digestivo, Thales Delmondes Galvão, especializado em cirurgia bariátrica.
É importante ressaltar que muitas pessoas que passam pela intervenção adotam um novo estilo de vida, passando a praticar exercícios físicos e se alimentando de forma mais saudável, o que também estimula o aumento da libido. Os pacientes apresentam menos limitações relacionadas à saúde durante o sexo, o que contribui para o aumento do desejo sexual.
E se houver queda na libido?
Em primeiro lugar, de acordo com Thales, é imprescindível entender a origem da alteração. “É sempre interessante a mulher procurar um ginecologista e o homem, um urologista para investigar. Um psicólogo ou psiquiatra também é bem-vindo”, afirma.
Também é importante que essas pessoas passem por exames que possam identificar possíveis problemas hormonais. “A questão hormonal também não pode ser esquecida, pois o organismo sente quando os hormônios estão desregulados, o que leva a sintomas comuns em pessoas com obesidade, tais como exaustão ou falta de disposição. No caso da excitação física e da libido, há uma relação direta a testosterona e estrogênio em homens e mulheres, respectivamente”, explica.
Segundo o especialista, que realizou mais de três mil procedimentos nos últimos dez anos, entre as mulheres é importante levar em consideração a mudança de anticoncepcional – normal depois de uma bariátrica –, uma vez que o uso ou não de método hormonal é diretamente ligado à questão da libido.
É preciso ficar atento também a questões paralelas, que não têm a ver com a cirurgia, como depressão ou problemas no trabalho, na família e nas finanças, já que a alteração pode ser decorrente de uma série de fatores presentes no cotidiano do paciente. “A libido é multifatorial, e tudo isso pode deixar a pessoa com sem ânimo para pensar em sexo”, diz.
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