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Cirurgia pediátrica: e agora?



Quando um bebê ou uma criança maior necessita de uma intervenção mais complexa, como um procedimento cirúrgico, o profissional mais indicado para atendê-lo é o cirurgião pediátrico. É sempre assustador saber que seu filho necessita de uma cirurgia, mas esse especialista está apto a lidar com os cuidados específicos para esse tipo de tratamento na infância.

Existem quatro situações bem diversas e que são as mais frequentes para cirurgia, geralmente decorrentes de malformações congênitas.

“As indicações cirúrgicas dependem da natureza do caso e da avaliação médica”, esclarece dr. José Roberto de Souza Baratella, presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE).

Hérnia inguinal

É uma saliência que surge na virilha por ocasião dos esforços, indicando que uma estrutura está fora do lugar. Atinge cerca de um a cada 20 bebês recém-nascidos, chegando a acometer 30% dos prematuros. É seis vezes mais frequente no sexo masculino, com nítida incidência familiar. É sempre tratada cirurgicamente.

“Se a mãe notar um abaulamento na região inguinal quando a criança faz esforço, principalmente em lactentes, é preciso procurar o pediatra para orientá-la da melhor forma. A cirurgia se reveste de certa urgência e deve ser realizada sem demora, pelo risco de encarceramento de uma alça intestinal”, explica dr. Baratella.

Hidroceles

Por se tratar do acúmulo de líquido oriundo do abdômen, na túnica que reveste o testículo, é exclusiva do sexo masculino. Quando aparece no recém-nascido, geralmente regride sozinha, por isso pode-se aguardar até um ano para indicação cirúrgica.

“No caso das hidroceles, em geral, a mãe percebe que uma das bolsas testiculares da criança está aumentada de tamanho, com uma massa cística e indolor no seu interior. Não requer intervenção urgente, mas deve ser acompanhada. Caso haja variação de volume, como diminuição pela manhã e aumento à tarde, a cirurgia está indicada”, comenta o presidente da CIPE.

Fimose

Ocorre quando a glande não é exposta ou é exposta com dificuldade devido ao estreitamento do prepúcio (pele retrátil que protege a glande). Até os três anos de idade, esta estenose prepucial desaparece em boa parte dos garotos.

“A indicação cirúrgica nestes casos é um dos temas mais discutidos na literatura médica. Há certo consenso em não se realizar nenhum tipo de exercício para aumentar a abertura do prepúcio. Essa prática só leva a mais processo inflamatório e fecha mais o orifício”, alerta o especialista. Quando há postites de repetição ou dificuldade de micção, está indicada a cirurgia.

Escroto agudo

Trata-se de um quadro agudo de rápida evolução, que pode ser provocado por uma torção de testículo, entre outras causas.

“Nos casos de EA, o melhor é tratar cirurgicamente, independente da causa, para evitar que a criança sofra com a dor na bolsa testicular, característica do problema, e possa haver preservação da gônada. É uma situação que requer a procura imediata do cirurgião pediátrico, uma vez que, no caso de torção testicular, em poucas horas se instala a necrose”, finaliza.

Fonte: Acontece Comunicação e Notícias / Kelly Silva ou Patricia Boroski

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