O Comitê contra a Gripe Influenza A H1N1 divulgou dados da vacinação contra a Gripe na manhã desta segunda-feira, 19, na sede da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), quando informou que ainda é muito baixa a procura da população para a vacinação contra a gripe A, sendo os menores índices apresentados entre os grupos das gestantes, de jovens de 20 a 29 anos e de portadores de doenças crônicas.
A equipe do Comitê Estadual, após reunir-se com o secretário de Estado da Saúde, Milton Moreira, explicou que estarão sendo intensificados os chamados para que a população busque os postos de vacinação, sendo que o telefone 9979-0892 estará disponível durante 24 horas ininterruptas, prestando orientações à população em geral, aos profissionais de saúde e imprensa, podendo ser, inclusive, acionado a cobrar, que será retornada a ligação e atendidos os casos necessários.
De acordo com a presidente do Comitê e Gerente Técnica de Vigilância Sanitária da Agevisa, Mirlene Morais, a medida busca chamar a atenção para a importância da vacinação, única garantia para assegurar a proteção contra a gripe A, que foi estrategicamente pensada para atender a grupos específicos. Além disso, segundo ela, a iniciativa em se reforçar o chamamento à população se dá em razão do balanço dos casos notificados e em investigação sobre a gripe.
A médica epidemiologista Arlete Baldez, Assessora da Gerência Técnica de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (GTVAE), disse que durante as 12 primeiras semanas deste ano foram notificados 19 casos suspeitos em Guajará-Mirim, sendo que 17 ocorreram em seis aldeias indígenas, todos em crianças menores de dois anos de idade. Destes casos, sete foram descartados por critério laboratorial e dez por vínculo epidemiológico. Apesar de descartada a possibilidade de Influenza A H1N1, as sete amostras das aldeias apontaram, segundo a epidemiologista, para com positividade para outro agente, um vírus denominado sincicial respiratório, identificado em infecções respiratórias principalmente em crianças. Destes casos, houve um óbito, mas foi descartada a possibilidade de Influenza e, segundo ela, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) já está tomando as medidas necessárias.
Atualmente, segundo a médica, encontra-se em investigação 15 casos suspeitos de Influenza A H1N1, dos quais já foram negativados três casos através de exame laboratorial (RT-PCR). Os outros doze casos aguardam os resultados, porém, houve neste grupo dez óbitos e foram identificadas sete gestantes e uma pessoa em período puerperal.
Esse quadro levou o comitê estudar caso a caso e buscar fortalecer a estratégia de ações na Capital e nos municípios, tendo sido marcada para o início de maio uma reunião com representantes dos municípios, das regionais de saúde e de hospitais, visando reforçar a capacitação para os setores de saúde, inclusive, fortalecendo o papel dos comitês municipais.
Entre as estratégias do Comitê está ainda a parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), para a promoção de reunião com diretores de escola e representantes de todos os municípios, visando sensibilizar a população para a importância da vacinação.
Baixa vacinação
Das 740 mil pessoas para serem vacinadas em Rondônia, somente 186.286 buscaram a vacina, incluindo aí o grupo de crianças com mais de seis meses e menores de dois anos. Este número representa um percentual de 25,13% no total da população a ser vacinada e indica que mais da metade precisa acessar a vacina nos postos de saúde.
Para a médica Elba Miranda, Coordenadora Estadual de Imunização da Sesau, a principal baixa encontra-se no grupo das gestantes, que tinha meta prevista de vacinar cerca de 28 mil gestantes e até o momento havia cerca de 48%, com 13.246 vacinações. Segue-se o grupo de doentes crônicos, estimado em 106 mil pessoas, das quais, foram vacinadas 33.363, um percentual de 28% e jovens de 20 a 29 anos, com 29%, tendo sido vacinados cerca de 82 mil, dos 292 mil previstos. Os melhores índices foram alcançados com os trabalhadores em saúde e crianças entre seis meses e dois anos, que alcançaram 91%.
Segundo Elba, a vacinação contra a gripe Influenza H1 N1 foi recomendada pela Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e toda mulher em qualquer período gestacional deve procurar a vacina. Ela diz que a população não precisa ter receio em vacinar-se porque é uma vacina de vírus atenuado, que não pode multiplicar-se. Além disso, garante, a base da Influenza para a vacinação dos idosos já tem dez anos e mostrou a sua eficácia.
Sintomas
De acordo com o médico Luiz Augusto, diretor clínico do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), a gripe Influenza A H1N1 apresenta três características em conjunto: febre, tosse e dificuldade respiratória. É uma doença infecciosa grave que acomete a pessoa durante sete dias. Havendo esses sintomas, a pessoa deve buscar cuidados o quanto antes. Mas, segundo o médico, já há um grande avanço no tratamento, a partir da disponibilidade do medicamento pelo Ministério da Saúde, à disposição das farmácias populares e atendimento com receitação médica.
Fonte: MIRIAN FRANCO
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)