Sábado, 2 de abril de 2016 - 12h37
De maneira geral, uma característica da criança autista é viver como se estivesse fechada em seu próprio mundo. Ela apresenta dificuldades em três áreas de desenvolvimento: comunicação, interação social e comportamento.
Esta chamada tríade de comprometimento é que pode impulsionar movimentos repetitivos, por exemplo, ou prejudicar a fala (pela dificuldade de compreensão da função da comunicação com outra pessoa, e não por algum problema no aparelho fonoarticulatório). Mas isso não acontece em todas as crianças autistas. Em cada uma, o autismo se manifesta de uma maneira particular. E devido a esta diferença e ao envolvimento de três aspectos principais, é que os especialistas costumam chamá-lo de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Frequentemente, o diagnóstico acontece tardiamente, tanto pela falta de conhecimento da população de maneira geral, quanto pela falta de especialização de muitos profissionais, que demoram a excluir outras possibilidades de transtornos e ter certeza de que a criança tem autismo. Por isso é tão necessário chamar a atenção para esse tema.
É muito importante ter um diagnóstico precoce do autismo, para uma intervenção médica e multidisciplinar. Quanto mais cedo o acompanhamento especializado começar, menores serão os impactos negativos e mais significativas serão as respostas às terapias e tratamentos propostos.
Em casa, os pais podem ficar atentos a alguns sinais: se a criança apresenta algum atraso na maneira de se comunicar, considerando a idade; se chora muito ou é muito apática; se brinca de maneira repetitiva (apesar de muitas vezes passar despercebido, esse é um detalhe bem característico, pela falta de repertório social e imaginário da criança autista).
É importante que a família de uma criança autista sempre procure orientação especializada e descubra o melhor meio para se comunicar com ela. Os pais são muito importantes no tratamento, visto que são eles que passam muito mais tempo com a criança do que os profissionais. A organização e a rotina também são medidas válidas, pois ajudam muito a criança autista.
Outra coisa importante é que os pais procurem uma associação na cidade onde vivem, um local que ofereça palestras gratuitas, cursos e orientações sobre os cuidados com uma criança com autismo. Isso vai ampliar o conhecimento e ajudar a troca de experiências entre as famílias. Os pais podem se informar na Secretaria de Saúde do município, para saber se há uma instituição com essa especialidade na cidade ou se a própria prefeitura oferece um serviço de orientação.
No Brasil, desde 2012, a partir da sanção da Lei 12.764/2012, que ficou conhecida como Lei dos Autistas, as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo foram legalmente reconhecidas como pessoas com deficiência. A lei foi regulamentada pelo Decreto Presidencial 8.368/2014, garantindo, pela legislação: a qualificação e o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades; à educação e à proteção social. E, ainda, proteção contra toda forma de discriminação baseada na deficiência.
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