Quarta-feira, 7 de julho de 2021 - 16h42
Após décadas de espera por uma unidade de
atendimento médico com a qualidade que Rondônia necessita, em especial a
capital Porto Velho, nesta quarta-feira (7) foi declarado vencedor da licitação
na Bolsa de Valores de São Paulo, o Consórcio Vigor Turé para construção do
novo Hospital de Emergência e Urgência de Rondônia.
Com previsão de uma estrutura que contempla
399 leitos, o hospital funcionará ininterruptamente, 24 horas durante os sete
dias da semana. Além disso, também proporcionará ao cidadão, um centro
cirúrgico com 9 salas e 15 leitos, sendo 5 salas de hemodinâmica e 64 leitos de
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Das empresas participantes, a vencedora
encaminhou a proposta, com menor valor de pagamento mensal, ficando 12,45%
abaixo da estimativa inicial. O modelo é utilizado há anos por iniciativas
privadas, principalmente do ramo hospitalar. Comparativamente aos projetos
tradicionais de construção de hospitais, o mesmo projeto do novo empreendimento
demoraria cerca de dez anos para ser concluído.
Inicialmente, um estudo de viabilidade
econômica, financeira e social feito por uma equipe técnica formada pela
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp/SP), identificou
que o valor mensal a ser custeado pelo hospital seria de R$ 3,3 milhões. O
resultado do consórcio vencedor, com custo 12% inferior ao estudo, representa
mais uma vitória do Estado com base no princípio da economicidade do projeto.
O formato de implementação da nova unidade de
saúde segue o padrão do Hospital Regional de São José dos Campos, em São Paulo,
onde foi realizada uma visita técnica, oportunidade em que foram alinhadas as
necessidades da saúde pública rondoniense.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha,
ressaltou no momento prévio à batida de martelo do certame que este trabalho
vai salvar vidas. O governador afirmou que o grande salto da história da gestão
pública de Rondônia é hoje.
“Há 20 anos
esta obra já deveria estar finalizada. Teríamos salvado muitos dos nossos.
Daremos estrutura, dignidade, atendimento de qualidade para nossa
população”, emocionou-se.
Marcos Rocha ainda citou o planejamento
estratégico de seu governo, “Um Novo Norte, Novos Caminhos”, que sempre apontou
saúde como principal eixo de atuação. “Salvaremos pais, mães, filhos e filhas.
O Novo Hospital mudará todos esses destinos para sempre”, previu. Ele finalizou
seu discurso com a afirmação de que, o que não aconteceu em quatro décadas está
sendo feito em quatro anos.
MODELO BTS
A contratação do projeto, construção e uso
será uma inovação do governo rondoniense, pois vai utilizar uma das plataformas
mais atuais de parceria público-privada que é a Built-to-Suit (BTS – construído
para servir). A execução do novo Hospital de Emergência e Urgência de Rondônia
foi possível graças ao Fundo Estadual para Implantação do Hospital de Urgência
e Emergência de Rondônia. Ele foi criado pela Lei Complementar nº 1033/2019
para ser a maior inovação no atendimento emergencial à saúde em Porto Velho.
Com o projeto vai ser possível a substituição gradual do Hospital e
Pronto-Socorro João Paulo II.
O fundo garantidor foi aprovado em agosto de
2019 na Assembleia Legislativa de Rondônia, onde foram aportados R$ 50 milhões
doados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Com esta ação foi possível a
criação deste fundo, dando-lhe a finalidade exclusiva de arrecadar e financiar,
não só a obra, mas também a aquisição dos equipamentos e instrumentos
necessários para o funcionamento hospitalar.
Ainda na modalidade de contratação escolhida,
o particular realiza o empreendimento e arca também com a manutenção do espaço
durante o prazo definido. No caso do novo Hospital de Emergência e Urgência de
Rondônia, a vigência do contrato é de 30 anos, podendo ser prorrogado a
interesse da Administração. Após o prazo, a titularidade passa a ser do ente
público contratante.
O vice-presidente da B3, Mario Palhares, deu
abertura à licitação onde demonstrou a importância de um projeto voltado à
saúde pública, principalmente neste momento de pandemia. “Agradeço ao Estado de
Rondônia pela confiança de colocar o primeiro projeto desta magnitude com a B3
que será construído na capital [Porto Velho]. Nos enche de orgulho contribuir
para a melhoria da qualidade de vida de Rondônia”, pontuou.
Pela legislação brasileira haverá prazo para
recurso do processo e a publicação final do resultado do certame será dia 21 de
julho de 2021. A partir de então iniciam-se as tratativas de contratação e
construção da unidade.
O Pronto-Socorro João Paulo II foi construído
há mais de 35 anos e, até hoje, sofre com altas demandas de pacientes.
O evento foi conduzido pelo presidente de
Processos Licitatórios da B3, Guilherme Peixoto. Também participaram do evento
a secretária de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas), Luana
Rocha; o secretário de Estado da Saúde de Rondônia (Sesau), Fernando Máximo; o
Secretário-chefe da Casa Civil, José Gonçalves da Silva Junior; o
secretário-chefe da Casa Militar, coronel-PM Góes; o procurador-Geral do
Estado, Maxwel Mota de Andrade; o superintendente Estadual de Licitações
(Supel), Israel Evangelista da Silva; e Guillermo Amaral Funes, diretor da
Proclima Engenharia.
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