Segunda-feira, 20 de junho de 2022 - 13h38
A partir de denúncias registradas
no Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) e a pedido do
Ministério Público de Santa Luzia do Oeste, o departamento de fiscalização
direcionado pela Delegacia Regional de Cacoal esteve no dia 16 de maio na
cidade para averiguar os apontamentos mencionados no Hospital Municipal Maria
Verli Pinheiro. A visita foi acompanhada pelo diretor técnico e pelo diretor
administrativo da unidade.
De acordo com o conselheiro e delegado da regional do Cremero em Cacoal, Dr.
William Couto, sem nomeação de um diretor clínico nem regimento interno do
corpo clínico, este é mais um hospital que não possui alvará do corpo de
bombeiros e vigilância sanitária e nem mesmo registro de pessoa jurídica junto
ao Cremero. “Os problemas encontrados são infinitos. Não há insumos pediátricos
de intubação compatíveis com essa faixa etária. Há uma propaganda de clínica
médica particular em uma instituição pública. O acondicionamento de cilindros
de gases é inadequado com risco de acidentes graves, pois eles se encontram no
saguão de entrada da unidade. Os extintores de incêndio estão vencidos há anos.
Infiltrações, rachaduras, mofos e vidros quebrados nas janelas denotam uma
estrutura predial em permanente abandono. Fiações expostas levando ao risco de
incêndio e acidente elétrico”, acrescentou.
O descarte de resíduos sólidos da área da saúde é inadequado, num casebre com a
porta apodrecida de água de chuva e com saída de chorume e presença nas
imediações de cachorros. “O mais estarrecedor foi a quantidade inimaginável,
desproporcional a demanda de um hospital que atende baixa complexidade numa
cidade de cerca de 6 mil habitantes de diversos insumos dispostos em várias
salas do centro cirúrgico abandonado, de forma desleixada, caótica e durante a
fiscalização ao menos 47 itens estavam vencidos, com um quantitativo bem
elevado de cada um desses itens, das mais diversas classes farmacológicas
englobando antibióticos, anticoagulantes, analgésicos opióides, soros,
psicotrópicos, entre outros o que denota uma falta de previsão adequada da
demanda quando da compra dos mais diversos insumos de uso hospitalar. Esses
insumos vencidos se encontravam misturados com demais insumos dentro do prazo
de validade mostrando a falta de organização”, disse impressionada a presidente
do Cremero Dra. Ellen Santiago.
Hospital Municipal
O hospital trata-se de uma unidade de saúde hospitalar e de pronto socorro e
possui em funcionamento 17 leitos, com corpo clínico de seis médicos, sendo
três efetivos e três emergenciais. De acordo com o relatório técnico de
vistoria a unidade de saúde atende atualmente casos de pequena e média
complexidade apenas clínicos, com abrangência municipal e referência casos mais
graves ou complexos e cirúrgicos para a unidade hospitalar estadual em Cacoal
ou para o Hospital Estadual João Paulo II em Porto Velho.
Até o momento da interdição, realizada na tarde deste domingo (19), 4,5
toneladas de medicação vencida haviam sido descartadas. “Esta medicação
inclusive podia ter atendido os pacientes necessitados no auge da
pandemia. No retorno para a interdição foi novamente presenciado pela
equipe do Cremero que poucas condutas orientadas haviam sido corrigidas. Os
motivos graves da interdição votada em plenária no dia 27 de maio pelo grupo de
conselheiros se mantém sem solução”, destacou a presidente do Cremero.
O Cremero está aberto ao diálogo
e infelizmente até o momento nem as solicitações do conselho nem do MP foram
atendidas em tempo hábil. A promotora de justiça Dra. Daeane Zulian Dorst
agradece as ações em conjunto com o Cremero que vem em favor de benefícios e
proteção da população.
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