Quinta-feira, 25 de março de 2021 - 09h24
Durante
coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (23), em Porto
Velho, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero),
através do Departamento de Fiscalização, apresentou em detalhes as
irregularidades encontradas nas UPAs da Zona Leste e Sul da capital. Apesar da
UPA Sul se tornar ponto de referência de COVID-19, a UPA Leste absorveu a
demanda e, no momento da vistoria, apresentou atendimento exclusivo de
pacientes com suspeita de COVID-19. A classificação tem sido feita apenas
identificando entre fichas amarelas e vermelhas. Chama atenção a falta de
medicamentos essenciais para a manutenção de pacientes em estado de internação,
bem como alguns da farmácia básica.
De acordo
com o médico fiscalizador, Dr. Lucas Levi Sobral, nota-se o baixo número de
profissionais para assistir aos pacientes internados. “Na UPA Zona Leste
especificamente, visitada nesta segunda-feira (22), havia no momento,
disponíveis o número de 36 leitos. Porém alguns eram macas ou cadeiras
improvisadas. Em média, cinco (05) médicos para cada jornada de trabalho em
regime de plantão, contudo, a setorização da unidade não permite supervisão
constante em todos os campos pelos médicos”, destacou.
Semelhante
ao encontrado na fiscalização do dia 11 de março na Zona Sul, a UPA Leste
também se transformou em unidade de terapia semi-intensiva e da mesma forma não
há respeito da distância entre leitos de 2,0 metros, não há a presença de
profissional fisioterapeuta e nem mesmo de assistência nutricional e terapia
nutricional. “O que existe são fisioterapeutas voluntários de instituições de
ensino, e que não conseguem atender toda a demanda. Quanto à terapia enteral e
parenteral, os familiares deixam alimentos na unidade para cada paciente,
havendo doações insuficientes para as necessidades”, acrescentou o presidente
do Cremero, Dr. Robinson Machado.
Providências
Em
resumo, tanto a UPA Leste quanto a Sul se faz urgente a necessidade de correção
das irregularidades, visto a fragilidade da dinâmica de atendimento e escala de
profissionais reduzida.
Como em
todas as fiscalizações, o relatório foi encaminhado à Secretaria Municipal de
Saúde de Porto Velho (SEMUSA) e ao Ministério Público do Estado de Rondônia
(MP-RO). “A partir do recebimento, eles têm cinco dias para responder às
recomendações. E a partir disso, 30 dias executar as adequações. Nossa
preocupação se soma ao agravamento de todos esses fatores somados ao momento de
pandemia em que todos recursos e insumos têm sido escassos e buscados por todo
o país”, finalizou o Dr. Robinson Machado.
A
coletiva foi transmitida e está disponível na íntegra no
Instagram @cremero.oficial.
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