Segunda-feira, 14 de dezembro de 2020 - 09h55
O Brasil tem hoje mais do que o dobro de
médicos que tinha no início do século. Em 2000, eram 230.110 médicos. Em 2020,
eles somam 502.475 profissionais. Nesse período, a relação de médico por mil
habitantes também aumentou significativamente, na média nacional. Passou de
1,41 para 2,4. É o que mostra o estudo Demografia Médica no Brasil 2020,
resultado de uma colaboração entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade
de São Paulo (USP) compartilhado para os Conselhos Regionais de Medicina do
país, imprensa e seus médicos registrados.
Os dados apontam que a proporção de médicos por
habitantes no Brasil é superior à do Japão e se aproxima dos índices dos Estados
Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8). “Temos médicos em número
suficiente para atender a população brasileira, o problema está na
distribuição. Assim como outros profissionais, os médicos estão concentrados
nos grandes centros”, argumenta o presidente do CFM, Dr. Mauro Ribeiro.
Para o professor Mário Scheffer, da
Universidade de São Paulo (USP), que coordenou o desenvolvimento do trabalho, o
crescimento inédito da força de trabalho médico foi impulsionado pela abertura
de novas escolas médicas e pela expansão de vagas em cursos de Medicina já
existentes. “Apenas na última década, de 2010 a 2019, 179.838 novos médicos
entraram no mercado de trabalho no Brasil”, relata.
Aumento e projeção
Em 2020, são mais de 500 mil médicos para 210
milhões de brasileiros. No período, o número de médicos aumentou 11,7 vezes,
enquanto a população subiu 2,2 vezes. “A pesquisa mostrou que a perspectiva é
de crescimento, já que os médicos trabalham em média 40 anos e anualmente
cresce o número de novos formandos. Estima-se que, em 2024, 31.849 novos
médicos entrem no mercado de trabalho. Rondônia totaliza atualmente 3.160
profissionais,”, compartilhou o presidente do Conselho Regional de Medicina do
Estado de Rondônia (Cremero), Dr. Robinson Machado.
A projeção feita pelo professor Milton de
Arruda Martins, também da USP, é que daqui a 45 anos o Brasil tenha cerca de
1,5 milhão de médicos para aproximadamente 250 milhões de habitantes. Essa
projeção se sustenta no saldo entre o número de médicos que entram e saem do mercado
de trabalho.
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