Terça-feira, 31 de janeiro de 2017 - 05h13
Pelo menos 50% dos partos de alta complexidade, num total de 3.600 por ano, realizados no centro obstétrico do Hospital de Base Ary Pinheiro (HB), poderiam ser evitados caso as parturientes tivessem um pré-natal correto.
O número é um alerta, e mostra que a maioria dos municípios não oferece um acompanhamento ideal para as grávidas, com exames que poderiam diagnosticar infecção urinária, por exemplo, e tratá-la, evitando que a futura mãe tenha que passar por um parto de risco, devido a uma doença evitável. Os dados expõem ainda uma realidade: muitas grávidas iniciam o pré-natal e abandonam o acompanhamento.
Dados do setor de estatísticas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) mostram que a maioria das grávidas chega à unidade de saúde com infecção urinária, diabetes, hipertensão arterial. Doenças que poderiam ser tratadas ainda no início da gestação, na entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção primária da rede municipal. Serviço que deveria ser prestado pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o estado, conforme o secretário estadual de Saúde, Williames Pimentel.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) apontam que mais de 32% da população de Rondônia (388,3 mil pessoas) possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT).
O levantamento realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (37,4%) – são 226,8 mil mulheres e 161,4 mil homens (27,7%) com enfermidades crônicas. No Brasil, o índice atinge cerca de 40% da população, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas.
Williames Pimentel chama a atenção para os números e destaca que quase todas as doenças estão dentro do campo de atuação dos agentes comunitários de saúde. Isso, segundo ele, comprova que o investimento do governo na atenção básica vai refletir diretamente na diminuição do inchaço de pacientes na média e alta complexidades em todo o estado.
“Este avanço é possível devido ao investimento feito pelo governo na porta de entrada do SUS. Com a medida, a Sesau trabalha com a expectativa de diminuir o índice de mortalidade infantil – um dos menores do Brasil – e materna, além da humanização do atendimento”, explicou o secretário.
Fonte
Texto: Zacarias Pena Verde
Fotos: Ítalo Ricardo
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