Quarta-feira, 30 de setembro de 2020 - 12h08
A Comissão de Saúde e Previdência e Assistência Social (CSPS) da
Assembleia Legislativa, realizou na manhã desta terça-feira (29), no plenarinho
01, audiência de instrução legislativa para ouvir representantes do Governo e
servidores da saúde do Estado. Na pauta, o andamento dos estudos para a
construção do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria.
O
deputado Dr. Neidson (PMN) conduziu os trabalhos, ao lado do deputado Chiquinho
da Emater (PSB). O secretário de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Máximo, o
secretário de Finanças, Luiz Fernando, e com o chefe da Casa Civil, Júnior
Gonçalves, participaram do encontro, que contou com a presença de diversos
sindicatos ligados à área da saúde.
"Em
janeiro desse ano, o Governo se comprometeu, numa audiência aqui nesta Casa de
Leis, que iria fazer o estudo do PCCR até este mês de setembro. Como ainda não
foram concluídos os trabalhos, os servidores da Saúde querem uma resposta e
estão cobrando uma posição do Executivo. Em razão disso, agendamos essa reunião
para os devidos esclarecimentos", explicou Neidson.
Chiquinho
da Emater agradeceu a todos os servidores da saúde, pela dedicação ao trabalho,
mesmo com as dificuldades, especialmente durante a pandemia. "Cuidaram e
estão cuidando muito bem das pessoas e manifesto o meu agradecimento, em nome
do povo de Rondônia. Contem com o meu apoio, no que for preciso e no que
estiver ao meu alcance", disse.
Sindicatos cobram
A
presidente do Sindsaúde, Celia Campos, disse que "requeremos esse
encontro, pois foi nessa Comissão que se iniciou essa negociação com o Governo,
para o nosso PCCR. Nós pedimos essa reunião, pois tínhamos um prazo, que era
até 01/09 para a conclusão do estudo do nosso plano. A categoria nos cobra
diariamente e precisamos de um posicionamento definitivo para os trabalhadores.
Ainda não foi encaminhado para esta Casa o nosso PCCR e precisamos de uma
resposta. O ano está findando e a nossa preocupação é de que seja deixado para
o ano que vem. Queremos uma garantia da votação ainda nesse ano".
O
presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Charles Alves, acrescento que "há
uma pressão da categoria. Esse trabalho do PCCR é importante, mas o
trabalhador, os profissionais da saúde têm responsabilidades e querem uma
resposta imediata do Governo, na questão salarial. O Estado poderia elaborar
uma tabela inicial, com o escalonamento, que fosse aprovada nesta Casa e o
servidor ter um rendimento digno. É triste, é vergonhosa a situação hoje dos
profissionais de saúde".
Para
a presidente do Sindicato dos Médicos, Flávia Lenzi, a demora do Governo em
encaminhar o PCCR gera desconfiança entre os servidores. "Tivemos vários
encontros na pandemia e nos disseram que 'estava tudo ok', tudo andando
normalmente. Agora, nos dizem que os prazos não serão cumpridos. Nós confiamos
e a classe oprimida da saúde não pode mais esperar. A promessa é de que em
dezembro o PCCR estaria votado", relatou.
Membro
do Sindsaúde, Jeová Gomes declarou que "a gente ficou esse tempo todo
falando com os servidores, informando que o PCCR estava andando, dando uma
esperança para a categoria de que teria ganhos. O Governo informava que estava
tudo sendo conduzido normalmente, mas somos surpreendidos de que o prazo
acordado com a categoria não será cumprido. Aos trancos e barrancos, estamos tentando
cumprir com o que foi acordado. Esperamos que o Governo faça o mesmo".
De acordo com os sindicalistas, os servidores da saúde estão muito
descontentes, querem providências, pois estão na linha de frente dessa guerra
contra a covid-19. Muitos aguardam concursos no Amazonas e no Acre, onde a
remuneração para o mesmo cargo, é o dobro do salário pago em Rondônia.
O que diz o Governo
O
Governo alega que a pandemia acabou atrasando o trabalho da empresa contratada
para a formatação do PCCR da saúde. "Estamos buscando concluir esse PCCR
histórico. É uma determinação do nosso Governo e queremos fazer bem feito. A
empresa contratada pediu a dilação de prazo, mas o Governo não deixou de
acompanhar e de atuar. Estamos do mesmo lado, temos o compromisso de resolver e
vamos seguir dialogando", observou Junior Gonçalves.
O
chefe da Casa Civil explicou que, em janeiro, quando foi feito o acordo com os
sindicatos, a realidade era uma. "Mas, veio a pandemia e a situação mudou,
isso acabou atrasando. O PCCR está sendo construído e vai ser entregue. Nós
queremos trabalhar de forma transparente e por isso estamos sempre nos
reunindo. Mas, essa mudança de cenário acabou implicando em dificuldades e o
Governo não está enrolando, mas as mudanças afetaram o cronograma e não há nada
fora de controle. Pelo contrário, queremos fazer um plano com muito cuidado e
zelo, pois ele é importante", garantiu.
Junior
Gonçalves pediu a compreensão de todos, para que levem em consideração a
mudança de cenário. "Vamos cumprir a palavra, mas não temos condições de
controlar uma pandemia. A empresa continuou trabalhando, para não atrasar muito
a elaboração do PCCR".
O
secretário da Sefin pontuou que "as coisas estão andando sim! O processo
envolve diálogo, envolve sensibilidade. Houve fatos novos com a pandemia. A lei
complementar 173, do Governo Federal, impede a concessão de reajuste até o
final de 2021. Portanto, essa situação só iria poder ser efetivada(implantado
PCCR de fato) em 2022".
Fernando
Máximo também reforçou os efeitos da pandemia, como um obstáculo a mais na
construção do PCCR. "A empresa contratada para fazer o PCCR teve problemas
e não conseguiu concluir o trabalho de elaboração do plano. Tivemos uma reunião
com os sindicatos, no início desse mês e mostramos a situação em detalhes. Novo
encontro está programado para o próximo dia 06".
Em
seguida, a Sesau apresentou um vídeo com o cronograma da elaboração do PCCR,
com as interrupções ocasionadas pela pandemia e as novas datas previstas.
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