Segunda-feira, 15 de julho de 2019 - 11h09
Decidir passar por
uma cirurgia bariátrica é algo que requer, além da vontade do próprio paciente,
o apoio da família. "O incentivo deve começar antes da cirurgia em si,
para a pessoa sentir a segurança de que a adaptação no pós-operatório será
tranquila e que as mudanças em sua alimentação e em seu estilo de vida serão
abraçadas por quem a rodeia", afirma a psicóloga Jaqueline Mingacci, da
equipe do cirurgião bariátrico Thales Delmondes Galvão.
Nesse sentido, é
importante que toda a rede de apoio entenda, já na época que antecede a
operação, o que está prestes a acontecer. Jaqueline explica: "Há
familiares que, sem perceber, sabotam os desejos de quem está disposto a passar
pela redução de estômago. Isso normalmente é motivado pelo medo, porque eles
não sabem muito bem como será e ficam com receio de que esse filho, esse irmão
sofra ou passe mal."
A solução para
eliminar a insegurança é a informação: a família pode e deve ir com o paciente
às consultas de esclarecimento com o cirurgião e aos encontros com a equipe
multidisciplinar que acompanha o caso, composta por psicólogos e nutricionistas
(entre outros especialistas), para perceber que o procedimento não é nenhum
bicho de sete cabeças.
Respeito às
restrições do pós-operatório
Feita a bariátrica,
começa um período de reeducação alimentar e adaptação à nova realidade: os dias
seguintes à cirurgia são acompanhados de uma dieta líquida, e depois disso
hábitos como praticar atividades físicas, mastigar lentamente e evitar
frituras, molhos gordurosos e açúcar acompanharão o paciente por toda a vida. É
essencial que a rede de apoio também acate essas restrições.
"A família deve
ter em mente que não é legal comer um hambúrguer na frente dessa pessoa no
início, que em um churrasco não se deve insistir para que ela coma 'só mais um
pouquinho', que é preciso respeitar os horários de academia. Sem esse auxílio,
o risco de perder os bons resultados aumenta muito", diz Jaqueline.
Há, ainda, a
necessidade de amparo por parte da família para as eventuais dificuldades
físicas que o recém-operado enfrente. O cirurgião bariátrico Thales Delmondes
Galvão conta que algumas vezes "devido à perda de peso mais acentuada no
início do tratamento, a pessoa pode ter um pouco de fraqueza ou tontura. É
sempre bom ter a companhia de um parente ou amigo para fazer as caminhadas, que
no início devem ser mais frequentes, durante 15 a 20 minutos".
Um ombro amigo, o
cuidado para que os medicamentos sejam tomados nos horários corretos, o
controle dos sintomas e até a iniciativa para agendar uma consulta médica são
atitudes dos familiares que fazem toda a diferença para o sucesso
pós-operatório.
Por fim, a psicóloga Jaqueline destaca a importância de uma compreensão mais ampla por parte do círculo próximo ao paciente: "Quando alguém procura pela cirurgia de redução de estômago, é porque está com comorbidades e quer melhorar a saúde, o bem-estar. Apoiá-la é incentivar uma nova vida".
Dr. Thales Delmondes Galvão
é membro titular da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica), membro da IFSO (International Federation for the Surgery of
Obesity and Metabolic Disorders) e especialista em laparoscopia pela Sobracil
(Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica)
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