Domingo, 16 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Saúde

Expectativa de atendimento rápido causa superlotação de hospitais públicos


Gente de Opinião

Thais Leitão
Agência Brasil/EBC

Rio Preto da Eva (AM) - É preciso mudar a cultura da população brasileira de correr sempre para o hospital quando há um problema de saúde. A opinião é do diretor-geral Ricardo Honorato, do Hospital Thomé de Medeiros Raposo, na cidade amazonense de Rio Preto da Eva (AM), a 80 quilômetros de Manaus. Segundo ele, na unidade de saúde que recebe casos de urgência e emergência de várias cidades da região são feitos, diariamente, cerca de 100 atendimentos. A maioria corresponde a casos que poderiam e deveriam ser resolvidos em postos e centros de saúde.

Gente de Opinião"A população ainda reluta em procurar as unidades básicas de saúde, que são a porta de entrada do sistema [Único de Saúde, o SUS]. Primeiro, porque, em geral, elas atendem por meio de fichas e senhas e as pessoas têm que acordar muito cedo para conseguir uma vaga; segundo porque a população acha que se chegar no hospital, mesmo que seja uma unidade voltada a urgências e emergências e o seu caso não corresponda a isso, o médico tem que atendê-lo na hora em que chegar e não é assim. O hospital atende por prioridade, segundo a gravidade do caso", disse o diretor.

Ele também enfatizou que o índice de eficiência, considerado baixo, das ações nas unidades básicas de saúde contribuem para que os brasileiros sintam-se "mais seguros correndo para um hospital". "Muitas [unidades básicas] não estão equipadas e não têm estrutura para fazer inalação, curativos, pequenas suturas, observação por oito horas", acrescentou Honorato.

No Hospital Thomé de Medeiros Raposo, cada plantão de 24 horas conta com apenas um clínico geral para atender os casos de urgência e emergência. A maioria deles está ligada a acidentes de trânsito, ferimentos por arma de fogo ou arma branca e crises cardíacas. A estrutura é considerada suficiente para fazer o primeiro atendimento: o hospital conta com desfibrilador, central de oxigênio e de ar comprimido, além dos medicamentos necessários. Quando o caso exige cuidados mais complexos, as duas ambulâncias da unidade transferem o paciente para hospitais da capital Manaus.

Gente de OpiniãoEle ressaltou, no entanto, que por falta de profissionais especialistas para atender as urgências e emergências, as duas salas de cirurgias ficam ociosas a maior parte do tempo. No local, são feitas apenas cirurgias eletivas duas vezes na semana. Nos demais casos, as salas permanecem fechadas. "Se tivéssemos um cirurgião-geral aqui, poderíamos transferir para Manaus menos pacientes, porque poderíamos fazer por aqui alguns desses procedimentos", destacou Honorato.

Para fortalecer a atenção básica no país, o Ministério da Saúde lançou, em julho, o Programa Mais Médicos. Criada por medida provisória, a iniciativa tem o objetivo de levar esses profissionais a regiões carentes, como municípios do interior e periferias das grandes cidades. Além disso, o governo pretende investir R$ 15 bilhões, até 2014, na construção, ampliação e reforma de hospitais, unidades básicas, unidades de pronto-atendimento e hospitais universitários.

Gente de OpiniãoDomingo, 16 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Agevisa parabeniza Hospital Central

Agevisa parabeniza Hospital Central

Na semana passada, A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) entregou uma placa ao Hospital Central para parabenizar a conceituada instit

Fiscalização do TCE-RO induz melhorias no João Paulo II em benefício da população

Fiscalização do TCE-RO induz melhorias no João Paulo II em benefício da população

Um dos casos mais recentes do trabalho cooperativa entre TCE e gestão pública ocorreu no Pronto-Socorro João Paulo II, o maior hospital de urgência e

Prefeitura de Ji-Paraná promove ação “Comando Saúde” para caminhoneiros

Prefeitura de Ji-Paraná promove ação “Comando Saúde” para caminhoneiros

A Prefeitura de Ji-Paraná, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e da Vigilância em Saúde, realizou a ação Comando Saúde, voltada para

Atendimentos no Hospital João Paulo II reduziram 8,2% durante o Carnaval 2025

Atendimentos no Hospital João Paulo II reduziram 8,2% durante o Carnaval 2025

O Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, referência no atendimento de urgência e emergência, registrou redução nos atendimentos durante o Carnaval

Gente de Opinião Domingo, 16 de março de 2025 | Porto Velho (RO)