Domingo, 8 de junho de 2014 - 09h40
A rigor, a formação dos dentes se dá antes mesmo de o bebê nascer. São processos complexos que sofrem influência genética, hormonal e ambiental a ponto definir malformações que vão, muitas vezes, se tornar evidentes apenas quando nascerem os dentes permanentes. É o caso, por exemplo, da microdontia (dentes bem menores do que o normal), da macrodontia (dentes muito maiores do que o normal) e da hipodontia (nascem menos dentes do que o padrão). Vale lembrar que a Ortodontia resolve cada um desses problemas com resultados muito naturais. Ainda assim, é importante consultar um especialista desde cedo quando esse tipo de problema já existe na família.
“Geralmente, as malformações dentárias têm um forte componente genético e hereditário, embora fatores ambientais também tenham influência”, diz Marcelo Viola, ortodontista e membro do Conselho Científico da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas). “Entre 4% e 15% da população mundial têm algum problema relacionado à falta ou ao crescimento anormal de um ou mais dentes, principalmente os permanentes. Geralmente, não são problemas graves, mas podem significar prejuízo para as funções bucais e até impactar a harmonia do sorriso quando não diagnosticados ainda na infância e tratados adequadamente”.
Na microdontia, o especialista diz que há dois grandes problemas: um estético e outro funcional. “Nos casos mais comuns, a microdontia acontece nos dentes incisivos laterais. Eles não se desenvolvem como os outros, ficando bem menores em relação aos vizinhos (incisivos centrais e caninos). Além da estética do sorriso, que pode ser bastante melhorada com pequenas intervenções, há o problema do diastema ou espaçamento. Com a falta de material dental e ausência de contato entre os dentes vizinhos, podem surgir problemas no encaixe dos dentes (oclusão) e também desalinhamento. O uso de aparelhos ortodônticos tanto nesse tipo de situação, como quando faltam alguns dentes, se dá no sentido de fechar os espaços ou adequá-los para receber procedimentos restauradores e restabelecer a função”.
Viola explica que a macrodontia – que ocorre quando alguns ou todos os dentes atingem um tamanho muito maior e desproporcional do que o padrão – é ainda mais rara e geralmente está associada à presença de algumas síndromes. Um dos problemas mais graves, neste caso, é a falta de espaço para que todos os dentes se acomodem funcionalmente na arcada dentária – o que acaba, muitas vezes, resultando no apinhamento dentário (dentes ‘encavalados’). “Em determinados casos, a extração e o uso do aparelho ortodôntico são necessários, a fim de evitar, inclusive, a deformação facial”. Diante disso, quem acaba de se lembrar de um caso semelhante na família já sabe que é preciso levar as crianças o quanto antes para uma consulta com o ortodontista.
Fonte: Dr. Marcelo Viola, cirurgião-dentista, especialista em Ortodontia, membro do Conselho Científico da APCD – Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. www.apcd.org.br
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