Terça-feira, 6 de julho de 2021 - 12h22
A transferência de pacientes do Hospital e Pronto-Socorro João
Paulo II para outras unidades hospitalares foi uma das medidas adotadas pela
força-tarefa criada pelo Governo de Rondônia para vencer a superlotação da
antiga unidade de urgência e emergência de Porto Velho. Esta segunda reportagem
da série sobre o mais antigo pronto-socorro do Estado aborda uma das primeiras
medidas do governador Marcos Rocha para garantir atendimento digno e humanizar
o local.
Inaugurado em 1984, para atender inicialmente funcionários da
Eletronorte no início da construção da Usina Hidrelétrica de Samuel, o JP II
passou por várias reformas e recebeu equipamentos para continuar atendendo
pacientes graves e com traumas encaminhados pela maioria dos municípios do
Estado, e também de outros de cidades do Sul do Amazonas, como Humaitá e
Lábrea.
Com antigos 140 leitos de enfermaria, 10 UTIs e quatro salas de
cirurgia, o governo estadual teve que investir na contratação de leitos de
retaguarda para desafogar o atendimento na unidade, que já contava com
pacientes acomodados de forma improvisada no chão. Atualmente, são 40 leitos
clínicos de retaguarda e outros 90 de retaguarda geral (cirúrgico/ortopédico),
no total de 130.
CONSULTORIA
A força-tarefa incluía ainda mudanças de protocolos de gestão. O
objetivo era humanizar os atendimentos e melhorar as condições de funcionamento
da unidade de saúde. Esforços pessoais do governador Marcos Rocha e do secretário
Estadual de Saúde, Fernando Máximo, junto ao Ministro da Saúde, resultaram em
um convênio para trazer uma equipe de consultores do Hospital Sírio-Libanês a
Porto Velho.
Em 90 dias, os consultores elaboraram um diagnóstico com
propostas para melhoria das condições de funcionamento da unidade. “Essa
parceria com o Hospital Sírio Libanês, referência internacional em saúde, nos
ajudará a mudar a qualidade da saúde do nosso Estado e fortalecerá as ações que
nós já tomamos e que vêm dando bons resultados”, disse Fernando Máximo.
PLANEJAMENTO
O empenho do Grupo S.O.S João Paulo II – formado por técnicos,
médicos, enfermeiros e pessoal de apoio – vem traçando estratégias para
melhorar o atendimento no Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, unidade
referência no atendimento de emergência e urgência em Rondônia. São ações para
serem incrementadas até que sejam concluídas as obras do novo Hospital de
Urgência e Emergência.
O grupo, formado por uma equipe multidisciplinar, foi
responsável pela elaboração de um novo modelo de atendimento com protocolos
médicos modernos e o objetivo de humanizar e melhorar a qualidade dos serviços
prestados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no João Paulo II.
O secretário Fernando Máximo explicou que a contratação de
leitos não foi a solução definitiva para a situação e não resolveu o problema
que assola a população e sobrecarrega o João Paulo II há mais de duas décadas.
“Mas, são 60 pacientes que saíram
do chão, das internações em cadeiras, do sol e da chuva para um lugar mais
confortável”, disse Máximo.
Com as novas acomodações, famílias e pacientes ficaram aliviados
por ter um local apropriado para internação. Foi o caso de Eraldo dos
Santos, morador de Guajará-Mirim, e acompanhava o pai, vítima de um acidente
vascular cerebral (AVC), internado no João Paulo II há mais 20 dias, em
leito improvisado no corredor.
Segundo Eraldo Santos, quando seu pai recebeu a notícia de que
iria ser transferido para um leito de retaguarda em outro hospital, nem
acreditou. “Eu estava tentando arrumar um local para me deitar, quando uma moça
chegou dizendo que meu pai iria ser transferido, foi uma benção, quando eu vi a
outra enfermaria, e fiquei aliviado”.
“Mas não posso reclamar do
atendimento no João Paulo II. Meu pai foi muito bem atendido. Os funcionários
sempre atenciosos, medicação, alimentação, tudo muito bom”, ressaltou
Eraldo, reconhecendo a dedicação dos médicos, enfermeiros e funcionários do
pronto socorro.
EMENDA
Uma das emendas parlamentares que garantiu os reparos
emergências no Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II teve autoria da deputada
federal Mariana Carvalho, no valor de R$ 11 milhões.
Ao reconhecer a ajuda da bancada federal de Rondônia, o
governador Marcos Rocha disse, em reunião com a parlamentar, com o
vice-governador José Jordan e o secretário de Saúde, Fernando Máximo, que o
setor de saúde é um dos mais complexos, principalmente quando o assunto é o
Hospital João Paulo II. “A principal meta é construir um novo hospital de
urgência e emergência na Capital que irá substituir o João Paulo II e,
consequentemente, melhorar o atendimento para todos”.
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