Sábado, 17 de maio de 2008 - 12h26
Em média, 98% dos casos de infecção provocada pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano) acontecem por via sexual, sendo 40 os tipos de vírus que se concentram e proliferam na região anogenital do homem e da mulher. Os dados foram apresentados pelo professor Marcos Zonta, da Unipan (União Pan-Americana de Ensino – SP), durante palestra ministrada no auditório da Faculdade São Lucas, destinada aos acadêmicos dos cursos da área de saúde da Instituição. Segundo ele, os papilomavírus possuem predileção por tecidos de revestimento (pele e mucosas) e provocam na região infectada alterações localizadas que resultam no aparecimento de lesões decorrentes do crescimento irregular das células. São lesões denominadas verrugas ou vulgarmente conhecidas como "crista de galo".
Estima-se que 20% da população adulta sexualmente ativa tenham infecção pelo HPV, embora apenas 1% apresente o condiloma clássico e 2% apresentem o que é chamado de doença subclínica (diagnosticada somente com a colposcopia). Os jovens representam o grupo com o maior número de infectados, chegando a taxas de 46% em mulheres de 20 a 30 anos. Estas taxas decrescem com a idade, 10% em mulheres com 40 anos e 5% em mulheres acima de 55 anos de idade.
Conhecida desde a antiguidade, as infecções genitais pelo HPV chamaram atenção a partir da década de 80, quando se identificou a correlação destas lesões como câncer de colo uterino. Mais de 200 tipos até o momento foram identificados, dos quais apenas 40 tipos podem infectar a região anogenital feminina e masculina. O Papilomavírus Humano é um vírus universal, que não tem preferências, quer seja quanto ao sexo, idade, raça, localização. Pode se instalar em qualquer região do corpo, bastando haver uma porta de entrada através de micro-abrasões (micro-traumas) da pele ou mucosa. Já se detectou o vírus não só na região genital, mas também extragenital como olho, boca, faringe, vias respiratórias, ânus, reto e uretra. E, ainda, sua presença foi encontrada no líquido amniótico (líquido que envolve o feto na vida intra-uterina).
Com enfoque central no diagnóstico e vacina para a HPV, Marcos Zonta, especialista nas áreas de Citologia e Infectologia, enfatizou que a Biologia Molecular tem sido fundamental na identificação dos vários tipos de vírus, tendo em vista que investiga as interações entre os diversos sistemas celulares, incluindo a relação entre DNA, RNA e síntese protéica, por ser um campo de estudo alargado, que abrange outras áreas da Biologia e da Química, em especial Genética e Bioquímica. “O vírus precisa encontrar um ambiente com estrutura completa (células) para proliferar. Sem essa estrutura favorável, a tendência é que o vírus se desintegre”, disse. Segundo Zonta, um vírus pode permanecer adormecido no interior de uma célula ao longo de vários anos até se manifestar e proliferar.
Fonte: Chagas Pereira / são Lucas
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