Sexta-feira, 5 de novembro de 2010 - 18h14
Os farmacêuticos conquistaram mais uma vitória na Justiça, que garante atuação na prevenção do câncer de útero, que anualmente atinge e mata milhares de mulheres no mundo. A Justiça Federal da 1ª Região no Estado de Rondônia deferiu sentença favorável, por definitivo, determinando que os médicos considerem válido o exame citopatológico (Papanicolau), preventivo do câncer do colo uterino, realizado por farmacêuticos especializados (citotologistas).
De acordo com a diretora secretária-geral do Conselho Federal de Farmácia, Lérida Vieira, a decisão da Justiça Federal em Rondônia ocorreu em resposta à luta do CFF e do Conselho Regional de Farmácia de Rondônia (CRF-RO), que desde 2007, por meio da Assessoria Jurídica, buscavam meios para consolidar esse direito ao farmacêutico, conquistado desde 1932, mas por uma reserva de mercado ilegal, teve o exercício negado por vários anos.
“Vale destacar que esta não é só uma conquista da categoria farmacêutica, mas da sociedade como um todo, em especial as mulheres da região Norte, que as estatísticas apontam como em primeiro lugar em incidência de câncer do colo uterino”, observou Lérida, reforçando que atualmente o método mais confiável para detecção da doença é o rastreamento feito com o exame preventivo.
Ao ressaltar a importância do exame feito por farmacêuticos como ampliação das ações de prevenção para as mulheres, a presidente do CRF-RO, Ana Caldas, alertou que esse exame deve ser feito em todas as mulheres com vida sexual ativa ou não, pelo menos uma vez ao ano, principalmente nas que apresentam fator de risco. No caso de três testes consecutivos normais, a freqüência pode ser alterada para a cada três anos.
O exame é feito com coleta de material do colo uterino com uma espátula especial, sendo esse material colocado em uma lâmina e analisado ao microscópio por um patologista (farmacêutico ou outro profissional previsto em lei). O exame de Papanicolau também pode diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis ou o condiloma, uma afecção que pode levar a uma doença maligna. “Apesar de o citológico ser um exame simples, sem dor, oferecido gratuitamente pelo sistema público de saúde brasileiro em qualquer unidade básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e também em faculdades de medicina, algumas mulheres ainda deixam de se submeter por medo, desinformação ou vergonha, o que faz com que anualmente sejam detectados cerca de 17 mil casos novos no Brasil, dos quais pelo menos quatro mil resultam em mortes”, revelou Ana Caldas.
Dados oficiais apontam ainda como agravante o elevado custo que o SUS tem com o tratamento, pois enquanto o Papanicolau custa R$ 7, o tratamento do câncer, incluídos os valores da internação, cirurgia, radioterapia e quimioterapia, pode chegar a R$ 200 mil.
Fonte: Veronilda Lima
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