Sábado, 13 de dezembro de 2008 - 13h09
Alana Gandra
Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisas realizadas pela Embrapa Caprinos e Ovinos, localizada em Sobral (CE), constataram que o aumento do teor de ácido linoléico conjugado (CLA) do leite de cabra pode reduzir riscos de doenças como o colesterol alto e a glicose no sangue. O CLA é um nutriente encontrado na alimentação, que está presente em especial nas carnes, aves, ovos, leite e derivados, como queijo e iogurte.
O trabalho foi iniciado na Estação Experimental com a alteração da alimentação das cabras. O animal passou a ter como dieta uma ração composta de óleo de soja e forragem verde. Após a mudança da dieta, o leite das cabras foi analisado. As pesquisas mostraram uma presença acentuada do ácido graxo, que é produzido naturalmente por ruminantes.
E nós encontramos um leite com nível de ácido graxo, a exemplo do ômega 3 e ômega 6, com várias funções relacionadas com a saúde e prevenção de doenças. A gente percebeu que, além das características do leite de cabra relacionadas com saúde, como alta digestibilidade e baixa possibilidade de provocar alergias como o leite de vaca, a cabra respondia produzindo uma quantidade desse ácido graxo no leite, quando a gente manipulava a dieta, revelou à Agência Brasil o coordenador do projeto, Marco Bonfim. Com isso, a Embrapa conseguiu chegar à estratégia que aumenta a eficiência do leite.
Desde 2004, os pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos desenvolvem alternativas de alimentação da cabra, avaliando a presença desse ácido graxo na gordura. Eles partem agora para uma segunda etapa, que será desenvolvida no município fluminense de Nova Friburgo, com a parceria da empresa Caprilat, onde já estão sendo produzidos 500 litros desse leite. A partir deste final de semana, os pesquisadores coletarão amostras de leite para separação da gordura rica em CLA que será incorporada em 2009 a rações experimentais para ratos que têm síndrome metabólica. Ou seja, que apresentam problemas como hipertensão e colesterol alto.
E aí nós vamos avaliar o efeito dessa gordura na reversão desse quadro. Bonfim explicou que serão avaliados dados como pressão sanguínea, níveis de colesterol e de açúcar no sangue, entre outros fatores. Dependendo do resultado obtido, os pesquisadores partirão para efetuar testes em humanos. Cerca de 30 pesquisadores, liderados pela Embrapa Caprinos e Ovinos, participam do projeto, envolvendo as Universidades Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Federal de Pernambuco (UFPE), Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade de São Paulo (USP). O projeto conta com apoio integral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Marco Bonfim destacou, ainda, que, principalmente no Nordeste, onde a cabra é um animal comum, o leite eficiente e fortalecido pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. Porque é uma população que vive em risco social. Então, o alimento de melhor qualidade pode minimizar esses impactos. A cabra é um animal bastante presente no Nordeste. Então, a gente pode montar essa estratégia dentro de uma pequena propriedade e o indivíduo pode produzir um leite com esse diferencial e melhorar a alimentação da família.
A iniciativa de buscar maior eficiência do leite de cabra faz parte do projeto Alimentos Funcionais da Embrapa. A equipe do projeto reuniu-se nesta semana no Rio de Janeiro para discutir o andamento das pesquisas que vêm sendo realizadas com substâncias anti-oxidantes em frutas, fibras contidas em verduras e legumes e ácidos graxos de sementes, leite e peixes.
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