Quarta-feira, 2 de novembro de 2011 - 17h04
O fato aconteceu na última terça-feira (1º) quando membros do Sindicato Médico de Rondônia realizavam fiscalização de rotina no Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho. Uma paciente de 35 anos morreu depois de esperar horas por uma vaga na UTI da unidade de saúde. O caso foi registrado na 4ª Delegacia de Polícia da capital como mais episódio notório da falta de ação do Governo do Estado em relação à saúde pública.
Pela manhã a equipe constatou que oito pacientes aguardavam por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva em uma ala da unidade de saúde. Dr. Rodrigo Almeida, presidente do SIMERO, verificou o estado de saúde dos pacientes e constatou que a paciente já havia morrido. O mais grave é que como não existia equipamentos para verificar respiração e batimentos cardíacos a paciente já estava morta há mais de 30 minutos, infelizmente, confirmado durante a fiscalização.
Mesmo estando em estado grave a paciente não recebeu os cuidados necessários. "Essa senhora não estava com nenhum tipo de aparelho para verificar a pressão arterial, respiração e batimentos cardíacos," revela.
Após confirmar o óbito da mulher o médico Rodrigo Almeida foi até a Delegacia de Polícia e registrou ocorrência, denunciando a situação alarmante dentro do João Paulo II e óbito da paciente por falta de vaga na UTI. O Sindicato Médico espera que a autoridade policial abra inquérito e apure com rigor a morte da paciente que aguardava por um leito. "Assim como essa paciente outras vidas foram perdidas sem terem tido acesso a atendimento adequado".
A Secretaria Estadual de Saúde afirma que são pacientes graves e que morreriam com ou sem UTI. "Infelizmente a única chance dessa paciente e de todos que esperam uma UTI é justamente essa vaga que as vezes só aparece tarde demais, deixá-los nessas condições é desumano e estamos selando o fim desses paciente", denuncia.
Médicos afirmam que não se pode tratar a saúde pública com "bola de cristal" apostando na sorte para salvar vidas. É extremamente urgente a necessidade de contratação de mais profissionais, inclusive especialistas em tratamento intensivo, sem contar na reestruturação do setor. Passando ainda pela ampliação dos leitos nas poucas unidades de saúde existentes. "É desumado ver paciente aguardando na fila por um leito na UTI", denuncia o presidente do SIMERO.
Fonte: Adão Gomes
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