Quarta-feira, 3 de janeiro de 2018 - 08h14
Sem dúvida, uma das coisas mais simples e eficazes para prevenir doenças é a lavagem das mãos. Mas por incrível que pareça, você já percebeu quantas vezes nos surpreendemos em banheiros de aeroportos, shopping centers, universidades com a quantidade de pessoas que utilizam o banheiro e saem de lá sem lavar as mãos? Isso deve ser incorporado urgentemente como hábito em nosso dia a dia em qualquer lugar que estivermos. Deve fazer parte de uma insistência junto de nossos filhos, principalmente se ainda estiverem em uma idade adequada de incorporar hábitos.
Para quem atua em hospitais, isso é ainda mais importante, dado a exposição com pessoas com doenças em um ambiente de grande circulação. Mas também devemos incorporar esse hábito no dia a dia em situações do nosso cotidiano – por exemplo: após usarmos o transporte público, antes e depois de usarmos o banheiro, após tocar em dinheiro ou usar o telefone, antes de nos alimentarmos entre tantos outros momentos (que se tornam críticos) e que podem responder por grande parte dos casos de nossa capacidade imperceptível de transmitir ou contrair doenças.
Entre tantas outras doenças, sabemos o quanto é ruim estarmos acometidos com conjuntivite, hepatite, diarreia, gripe ou até mesmo resfriado. Abaixo, algumas dicas importantes que podem ajudar a reduzir a transmissão dessas e outras doenças relacionadas.
7 dicas importantes
- Ao espirrar ou tossir, cubra o nariz e a boca com lenço de papel. Na falta destes itens, utilize o antebraço, evitando sujar as mãos;
- Não compartilhe cortadores ou alicates de unha e mesmo as lixas, uma vez que as unhas também são fontes de risco e podem acumular microrganismos nocivos à saúde;
- Ao lavar as mãos, lembre-se de retirar acessórios como anéis, pulseiras e relógio, pois esses objetos acumulam microrganismos que podem não ser removidos com a lavagem das mãos;
- Aplique a quantidade de sabonete necessária para cobrir toda a superfície das duas mãos;
- Após o enxágue, utilize papel toalha, secando as mãos, seguido pelos punhos;
- Utilize papel toalha também para fechar a torneira e tocar na maçaneta da porta, para que não as suje novamente;
- Caso não seja possível higienizar as mãos em um determinado momento, evite tocar os olhos, nariz ou boca após tossir ou espirrar.
Nas Instituições de Saúde
Além de estar entre as mais importantes “Metas” que consideram a Segurança do Paciente, a Higiene das Mãos é reconhecida como a medida mais simples e de maior impacto na redução da transmissão cruzada de microrganismos, inclusive os multirresistentes, assim como na Prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Um outro grande desafio é a adesão e a sensibilização dos profissionais de saúde a esta medida.
Novos produtos têm sido disponibilizados no mercado, com por exemplo, as preparações em gel de álcool a 70%, contendo hidratantes e emolientes em suas fórmulas de modo a garantir a proteção da pele das mãos, sem danos à barreira cutânea, como acontece com os produtos degermante e sabões de uma forma geral.
Você sabia?
A Higiene das Mãos (HM) teve sua importância descoberta e provada no ano de 1847, pelo Dr Ignaz Semmelweis, que ao observar as mulheres que morriam de “febre puerperal”, conseguiu estabelecer uma relação entre a higiene das mãos e a ocorrência das infecções supracitadas. Desta forma, instituiu a obrigatoriedade de se higienizar as mãos com solução clorada antes de se fazer qualquer procedimento; visita médica nas pacientes; e como consequência, teve uma redução drástica da ocorrência destes eventos infecciosos, e consequente mortes por esta razão.
CCIHs
Nos hospitais, as CCIHs (Comissões de Controle de Infecção Hospitalar) trabalham continuamente com campanhas e projetos de sensibilização e conscientização acerca da importância do procedimento de higiene das mãos, em todas as oportunidades onde isto se faz necessário; mas mesmo assim, é um desafio mundial, que envolve iniciativas com a estratégia multimodal pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Marcelo Boeger: Administrador de empresas e Mestre em Gestão da Hospitalidade pela Universidade Anhembi Morumbi e Mestre em Planejamento Ambiental pela Universidade Ibero Americana. É o atual Presidente da Sociedade Latino Americana de Hotelaria Hospitalar e coordenador e professor do curso de Especialização de Hotelaria Hospitalar do Hospital Albert Einstein e professor de MBA em Gestão da Saúde e MBA em Infecção Hospitalar (INESP). Atua como consultor pela Hospitalidade Consultoria.
Raquel Oliveira: Graduada em Enfermagem e pós-graduada em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar pela Universidade Gama Filho, com MBA em Gestão e Controle de Infecção Hospitalar e MBA em Gestão da Assistência à Saúde pela FAMESP. Atualmente é Enfermeira na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas Constantino Ottaviano e Membro da Diretoria Executiva da Sociedade de Hotelaria Hospitalar do Estado do Rio de Janeiro e da Diretoria da Associação Brasileira dos Profissionais em Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar (ABIH).
Fonte: Marcelo Boeger
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