Sexta-feira, 4 de julho de 2014 - 00h01
Em dias de jogos decisivos do Brasil, como o de hoje, sexta-feira, contra Colômbia, há um aumento de até 28% no atendimento de emergências cardíacas, segundo estudo comandado pelo cardiologista Nabil Ghorayeb, do Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo. A ansiedade e o nervosismo com o resultado do futebol podem desencadear problemas graves no coração, especialmente para quem já faz tratamento de alguma doença.
“Quantos pior for a Seleção Brasileira, maior o número de atendimentos”, afirma Ghorayeb, chefe de seção de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, que coordenou a primeira pesquisa, realizada em seis hospitais, durante a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Agora, o médico ampliou a amostragem para nove prontos-socorros, de várias cidades do Brasil. “Queremos atingir 6.000 pacientes no período da Copa do Mundo.”
O nervosismo de um jogo decisivo pode desencadear uma série de problemas, como pressão alta, arritmia, angina no peito, palpitações, desmaio, tonturas e até infarto do miocárdio e parada cardíaca. “O paciente, que sofre de ansiedade com o futebol, libera hormônios, como a adrenalina, que faz a pressão subir e pode encadear algum evento agudo”, diz Rui Póvoa, professor de cardiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Esse é o típico paciente abarcado no estudo coordenado pelo Instituto Dante Pazzanese. “O que interessa na nossa pesquisa é quem vai ao pronto-socorro na véspera, no dia ou um dia depois do jogo do Brasil, apresentando desde problemas leves até coisas graves. A gente quer saber se aquele mal-estar foi causado pelo jogo ou porque o paciente discutiu com a mulher e os filhos”, explica o médico.
O levantamento de 2010 constatou até morte por causa de resultado da Copa do Mundo. “Um torcedor português morreu no dia em que a seleção de Portugal foi desclassificada. Como houve morte, quisemos saber o que aconteceu”, conta ele, referindo-se à eliminação nas oitavas-de-final, após derrota para a Espanha, futura campeã, por 1 a 0.
Outra pesquisa, da Universidade de São Paulo (USP), com dados de quatro copas do Mundo (1998, 2002, 2006 e 2010), apontou um aumento de 16% de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por problemas cardíacos durante a competição. No estudo do Dante Pazzanese, jogos em que há o risco de eliminação, são os mais problemáticos.
“No dia em que o Brasil perdeu para a Holanda [e foi eliminado da última Copa do Mundo], houve um aumento significativo nos atendimentos médicos. Nos outros jogos, não há aumento tão acentuado”, afirma Ghorayeb.
Para quem tem predisposição a problemas no coração, os especialistas dão alguns conselhos para evitar terminar o dia em uma sala de hospital. “Assistir ao jogo acompanhado. Não é bom ele ficar sozinho. Se precisar de ajuda médica, é melhor que ele esteja acompanhado”, diz Ghorayeb, que também alerta para o risco do consumo de álcool e de bebidas energéticas. “Se ele tem predisposição para doença cardíaca, deve evitar bebida de alto teor alcoólico. E não tomar mais do que 700 ml de cerveja, que é um padrão razoável.”
Para Rui Póvoa, da Unifesp, no limite, às vezes é melhor evitar até assistir ao jogo da seleção brasileira. Dependendo do futebol da seleção do técnico Luiz Felipe Scolari, Ir ao cinema na hora do jogo pode ser uma boa opção de isolamento. “Se a pessoa se emociona muito e for cardiopata, é melhor não assistir ao jogo. Mas em uma Copa do Mundo no Brasil, às vezes é difícil não estar atento aos sons que vêm da rua”, reconhece o médico.
Outro problema muito comum durante o período de Copa do Mundo, especialmente para os mais fanáticos, é o excesso de comemorações e a falta de um período de descanso de 7 a 8 horas diárias.
“Nosso sono é tão bom quanto mais regular ele for. Se as pessoas estão saindo da regularidade vão pagar por isso”, afirma o pneumologista Maurício Bagnato, responsável pela Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. “Tem argentino dormindo na praia, no Rio de Janeiro, ou dentro do carro. Perde-se na quantidade e na qualidade do sono.”
O especialista aponta uma série de problemas de saúde que podem desencadear naquele fanático pela Copa do Mundo, que fica na TV até altas horas da noite conferindo todas as mesas-redondas de futebol nos canais fechados. “Se ele ficar muito tempo assim, pode diminuir a imunidade, correndo mais risco de pegar gripes e resfriados”, conta o médico.
Períodos muito alongados sem descanso regular, o que não é o caso da Copa do Mundo, aumentam o risco de obesidade e de contrair diabetes, doenças cardíacas, câncer e AVC (acidente vascular cerebral). Durante o Mundial, porém, dormir pouco afeta a cognição. “O indivíduo fica mais desconcentrado, com memória ruim, e há aumento na irritabilidade. Dirigir se torna perigoso. O futebol, que é uma curtição, pode virar problema. A qualidade de vida cai muito”, aponta Bagnato.
O abuso de álcool, muito comum em períodos de Copas do Mundo, é outro fator que contribui para se dormir com pouca qualidade. “Algumas pessoas dizem que o álcool relaxa, mas a estrutura do sono piora. O indivíduo pode ter apneia. Ou seja, o álcool estraga a qualidade do sono, piora tudo”, explica ele. “À noite, é melhor esfriar os ânimos, evitar a TV até tarde, e não comer e beber muito. Qualquer excitação, piora o sono.”
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