Domingo, 25 de maio de 2014 - 06h50
O climatério e suas consequências, bem como os exames a serem realizados neste período da vida da mulher, são cada vez mais discutidos e abordados. Isso porque o gênero feminino tem aumentado sua expectativa de vida; a mulher nascida em 2014 tem perspectivas de atingir os 78,5 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o dr. Marco Aurélio Albernaz - secretário da Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC), membro da Comissão Nacional Especializada em Climatério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FREBRASGO), e coordenador de diligência médica no Hospital Materno Infantil de Goiânia -, a mulher deve receber uma assistência médica especializada, pois é a partir dos 40 a 50 anos de idade que elas vivem em uma condição de pós-menopausa, com falência ovariana e diminuição dos hormônios ovarianos.
“A demanda dos consultórios médicos irá aumentar muito. É preciso que os médicos estejam preparados para abordar essas pacientes e fazer a melhor orientação do tratamento”, afirma o dr. Marco.
Os riscos associado a este quadro são um destaques do VIII Congresso de Climatério e Menopausa, que será promovido pela Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC) entre os dias 15 e 17 de maio.
O tema, apresentado no dia 15, por meio de uma mesa redonda que ocorrerá das 8h às 9h30, faz um alerta aos perigos que podem vir junto com o climatério, sobre o dia a dia dos ginecologistas e profissionais da área de saúde que trabalham com mulheres nesse período, e sobre a falência ovariana, os fogachos e a necessidade de fazer exames rotineiramente.
A falência ovariana precoce
A falência ovariana precoce é quando os ovários param de funcionar antes dos 40 anos, o ideal é que eles parem depois dessa idade, aos 50 anos. O percentual de mulheres que tendem a apresentar menopausa antes dos 40 anos está em torno de 0.5 a 1% e o impacto no seu organismo é muito maior do que nas que tem menopausa na idade prevista.
As causas desse problema são estritamente genéticas, portanto não há como preveni-lo. A mulher nasce predeterminada a ter menopausa em um momento da sua vida e medidas como usar anticoncepcional e engravidar não auxiliam nesse quesito.
Nesses casos, o cuidado é especial, pois ocorre uma parada na produção de hormônios importantes para a saúde, como o estrogênio, a progesterona e a testosterona. O mais importante deles, é a produção de estrogênio, um hormônio essencialmente feminino.
Com a falência ovariana podem aparecer sintomas como fogachos, sudoreses noturnas, insônia, indisposição, desânimo, alterações na pele e no cabelo e secura vaginal. Em longo prazo, também é existente o risco de osteoporose e doenças cardiovasculares.
Além disso, a infertilidade é um problema da falência completa e da diminuição da função ovariana. Quando há falência completa, a mulher não apresenta mais a mínima chance de engravidar e, antes disso, a função ovariana começa a diminuir, limitando a fertilidade e gravidez.
“Aconselhamos as mulheres a engravidar antes dos 35 anos de idade, depois dessa idade a função ovariana começa a declinar e aos 40 anos o declínio é muito mais acentuado”, acrescenta o dr. Marco Aurélio Albernaz.
Exames e doenças no climatério
Na menopausa, o diagnóstico se dá através de um exame eminentemente clínico, ou seja, uma conversa detalhada com a paciente torna possível avaliar as características da sua menstruação e os sintomas da menopausa.
É no climatério que os médicos aproveitam para fazer exames e rastreamento de doenças que podem ser mais comuns na faixa etária dos 40 aos 50 anos, como a diabetes, o distúrbio na tireoide, câncer de mama, e doenças no colo do útero. Porém, os riscos que a menopausa aumenta são os de doenças cardiovasculares, pois o estrogênio diminui.
Além dessas doenças, é preciso ficar atento caso a mulher possua algum fator de risco, como pressão alta, alteração nos níveis de colesterol, excesso de peso e obesidade. “Diminuir e eliminar esses fatores é o que temos de fazer para orientá-la, discutiremos todas essas doenças no Congresso, pois os médicos precisam estar atentos”, diz Marco Aurélio.
O climatério e os fogachos
De 75% a 80% da população brasileira de mulheres apresentam sintomas vasomotores. Os fogachos surgem devido à falta de estrogênio que desestabiliza uma parte do cérebro responsável por controlar a temperatura.
Os níveis de fogachos variam de mulher para mulher, sendo esta uma característica individual. Para as mulheres que apresentam fogachos severos, pode ocorrer um incomodo grande, já que o fogacho vem acompanhado de suores e pode acarretar em insônia.
Para tratá-los é necessário dar o hormônio que o ovário deixou de produzir, o estrogênio. Ele atuará no cérebro reajustando os neurotransmissores e causando a estabilidade do sistema termorregulador.
8º Congresso Brasileiro de Climatério e Menopausa
São esperados mais de mil médicos e convidados de todo o país, para discutir os aspectos que envolvem o climatério. Serão duas salas simultâneas, que debaterão risco cardiovascular, associação entre hormônios e câncer, osteoporose, anticoncepção da mulher próxima da menopausa, bem como a fertilidade dessa mulher, entre outros.
Outro destaque do evento será o lançamento do novo Consenso Brasileiro sobre Terapia Hormonal, elaborado por especialistas de todo o país, sob a coordenação da SOBRAC. “Embora esta área da medicina esteja evoluindo muito nos últimos anos, infelizmente grande parte da população ainda vive sob o estigma de que a terapia de reposição hormonal traz riscos imensos à saúde, sem conhecer os seus reais benefícios e indicações”, explica dr. Luciano Pompei, vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério - SOBRAC.
O consenso, segundo o dr. Pompei, será uma forma efetiva de orientar o especialista, para que este também se sinta mais seguro para expor à sua paciente a melhor terapia para o seu caso, tendo em mãos a posição oficial da SOBRAC, além de informações sobre riscos e benefícios.
Fonte: Acontece Comunicação e Notícias
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