Quinta-feira, 6 de agosto de 2009 - 05h52
O caos na saúde pública, que se acreditava mais agravada em Porto Velho, por causa da forte migração provocada pela construção das hidrelétricas do Rio Madeira, na verdade já esta se espraiando de Cuniã, próxima a região ribeirinha de Porto Velho, a Serra do Touro, no Colorado.
Acredito que não é o caso de responsabilizar apenas governador e prefeitos, já que a União não tem dado as contrapartidas necessárias. As esferas federais fazem ouvidos moucos para toda esta tragédia.
O certo é que mais uma vez, o Brasil entrou em crise, e multidões de migrantes acorrem a Rondônia em busca de novas oportunidades em vista dos empregos gerados pelas hidrelétricas do Rio Madeira. Não bastasse tudo isso, os hospitais de Porto Velho e de cidades pólos rondonienses, como Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, também recebem pacientes de outros estados e até de países vizinhos, como a Bolívia.
O governo de Rondônia – que tem investido muito na área de saúde – não tem como suportar as demandas impostas por tamanho contingente migratório. A capital, por exemplo, esta crescendo quase uma Buritis por ano. Tampouco os prefeitos dos pólos regionais - falo de Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena – que estão de pires na mão, podem fazer frente a esta situação sem um maior aporte de recursos.
Em Porto Velho também o prefeito Roberto Sobrinho tem investido muito, recuperando postos de saúde, construindo novos e equipando aqueles que se encontravam a mingua. Mesmo com todos os esforços das esferas municipal e estadual, a saúde continua um calcanhar de Aquiles tanto para o prefeito, como também para o governador e a esfera federal.
Na verdade, a União precisa proporcionar uma contrapartida maior e mais justa para os municípios. As demandas sociais, principalmente a de saúde, tem se aumentado na capital pela falta de atendimento no interior. Com a implantação de hospitais de base em Cacoal e em Vilhena, a situação tende e melhorar, assim como o perigoso tráfego de ambulâncias na rodovia 364.
Por último, mais uma vez faltou planejamento: já se sabia há quase uma década que seriam construídas as duas hidrelétricas por aqui. E pouca coisa foi feita para atender as previsíveis demandas sociais, cada vez mais agravadas, como a de saúde pública.
Fonte: Carlos Sperança / csperanca@enter-net.com.br
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