Quarta-feira, 4 de março de 2020 - 13h08
A pequena Júlia chegou ao mundo cheia de saúde. Nasceu com
3.535kg, medindo 52cm, no Centro de Parto Normal (CPN) do Hospital Municipal
Dr. Claudionor Roriz, em Ji-Paraná. A mãe, Joyce de Oliveira Fagundes, 23 anos,
toda orgulhosa e com a filha nos braços, contou que o trabalho de parto normal
requer mais de esforço, mas que ela encontrou todo o conforto e apoio
necessário na equipe que a atendeu na unidade.
“Na hora cheguei a ficar com dúvidas por ter escolhido o parto
normal. Mas depois que minha filha nasceu, tive certeza de que fiz a escolha
certa. Vale muito à pena. Eu sinto orgulho de ter sido forte. Incentivo as
grávidas a tentarem o parto normal. O atendimento aqui é muito bom. Não
trocaria por um hospital particular”, disse ao lado do papai da Júlia, o
pecuarista Dhulio Pinto Alves.
Joyce é uma das 70 mães que ganham bebê todos os meses no Centro
de Parto Normal. O atendimento é oferecido de maneira especializada e
individualizada para incentivar o aumento dos partos sem cirurgia e a redução
de cesáreas desnecessárias.
A
diretora de enfermagem do CPN, Kethleen Alves de Oliveira Santos, conta que
muitas mulheres já chegam à maternidade com a certeza que tentarão o parto
normal.
“Esta
é uma mudança gradativa. O incentivo já começa nas Unidades Básicas de Saúde,
quando as mulheres iniciam o pré-natal. As equipes mostram os benefícios deste
tipo de parto. Nós temos muitas grávidas que chegam de outros municípios que já
não foram incentivadas a tentar o parto normal e preferem
a cesárea. Por isso é importante que todos colaborem incentivando as
mulheres a pelo menos estudar, trocar ideia ou conhecer o CPN antes de tomar a
decisão pela cesárea. Sem contar que a mulher sente que é capaz e a
sensação de ter passado por esta experiência é indescritível. A mulher não é frágil,
e sim forte e empoderada”, explicou a diretora.
A
unidade construída anexo ao Hospital Municipal atende mulheres de Ji-Paraná e
outros 32 municípios de Rondônia. Oferece quartos individuais para cada
grávida, equipamentos modernos que colaboram na evolução do parto. A mulher tem
direito a ter um acompanhante e pode levar doula (pessoa de confiança da
gestante que acompanha o parto) ou fisioterapeuta pélvico e até fotógrafo
para registrar o nascimento, caso queira. Tudo para garantir mais conforto e atendimento
humanizado às grávidas.
A
decisão pelo parto sem cirurgia é importante para a saúde dos dois. “A mãe tem
uma recuperação mais rápida e melhores condições de cuidar do bebê. Para a
criança faz muita diferença também. Ela respira melhor e tem mais saúde. Além
da amamentação que é estimulada pelo parto normal. Vamos aos poucos
desmistificando essa ideia de que cesárea é melhor. Sabemos que se bem
recomendada é de fundamental importância, mas de maneira desnecessária não traz
tantos benefícios como o parto natural”, ressaltou a diretora de enfermagem.
A auxiliar de lavanderia Marinete
Cândido de Almeida sabe bem dos benefícios. Ela optou pelo parto normal e não
se arrependeu. “Eu confesso que meu parto foi muito doloroso. Bem diferente do
primeiro filho que nasceu mais rápido. Mas não me arrependo. Agora eu tenho a
liberdade de cuidar do meu filho, o Arthur. Estou muito feliz com esta
escolha”, finalizou.
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