Segunda-feira, 18 de setembro de 2017 - 09h47
Mesmo com a estrutura física em construção, o Polo de referência em Pesquisa, Formação, Desenvolvimento, Inovação e Difusão em Saúde (PID) no estado de Rondônia funciona desde 2009 integrando Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal de Rondônia (Unir); Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais de Rondônia (Ipepatro) e Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem/Sesau) e tem dado importantes contribuições para o Estado.
‘‘O polo tem como finalidade agregar e integrar as instituições ligadas a pesquisas no sentido que a gente pudesse aproveitar todas as estruturas que já existem e também que a gente pudesse elevar o nível de pesquisa, aumentar a massa crítica local com a formação de pesquisadores em ciência e tecnologia em saúde’’, afirma o diretor do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), médico e pesquisador Mauro Tada.
O Cepem é braço direito do Estado no polo e foi fundamental na articulação para que o mesmo fosse criado. ‘‘O governador conhece a nossa área e deu todo o apoio necessário para o desenvolvimento do polo, desde o início de sua gestão. O Cepem foi o iniciador de todo o processo para se chegar ao polo junto com o professor Luiz Hildebrando Pereira da Silva que veio junto com a USP [Universidade de São Paulo] no início da desse projeto’’, explica.
Sem o polo, as pesquisas no Cepem eram restritas. ‘‘Essas limitações nas pesquisas fazia com que a gente solicitasse algo que a gente não podia fazer aqui para que fosse feita fora do Estado. Com o polo solta essas amarras e vamos poder desenvolver pesquisas de ponta que irão ajudar não só Rondônia, mas o país’’, conta.
Ele explica como funciona o polo. ‘‘Têm vários pesquisadores que se integram a outras instituições. Eles transitam dentro deste polo para o desenvolvimento da suas pesquisas. Por exemplo, há pesquisadores do Cepem utilizando laboratórios da Fiocruz e vice-versa. Outra vantagem do polo é que com a integração da Fiocruz podemos ter a colaboração das unidades dela, desde a matriz no Rio de Janeiro, como na Bahia, em Pernambuco, Ceará e Mato Grosso Sul’’, destaca o diretor.
São várias as linhas de pesquisa do Cepem, sendo a principal delas a malária, mas também há importantes contribuições sobre dengue, na área de virologia; hepatites virais; microbiologia em uma parceria entre Fiocruz e Hospital Infantil Cosme Damião, Cemetron e outras unidades de saúde; epidemiologia das doenças infecciosas e parasitárias, medicina tropical e em entomologia.
O Cepem conta com uma estrutura, em uma área ligada ao Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), que engloba o espaço para ensaios clínicos, salas para o desenvolvimento de diversas pesquisas e possui o laboratório considerado mais bem conceituado em fungos do Estado. Além de Porto Velho, o Cepem também está presente em Monte Negro. Neste município, as pesquisas começaram para investigar a malária em área de garimpo e hoje já são desenvolvidos estudos sobre outros temas.
Com um pouco mais de 20 funcionários, o Cepem tem dado importantes contribuições para a promoção da saúde. ‘‘Uma das mais importantes contribuições é quanto à malária. Estudamos a parte epidemiológica, o entendimento da transmissão da doença no país, e isso nos levou a ser referência internacional. Outro exemplo são os anticorpos produzidos por lhamas (camelídio) que dão um resultado muito melhor [no diagnóstico de doenças]. A ideia foi do professor Luiz Hildebrando. Fomos os primeiro a fazer isso e agora está sendo conduzido pela Fiocruz Rondônia ’’, afirma
O Cepem conta inclusive com convênios internacionais, que são colaborações com instituições de ensino do exterior. Também já colaborou com a formação de mais de 150 mestres da Universidade Federal de Rondônia (Unir), disponibilizando a estrutura para a produção do trabalho de pesquisa. Dentro do polo, eles chegam a mais de 200, não só mestres e doutores, mas também estudantes de pós-graduação. Todos envolvidos em desenvolver um trabalho que permita melhoria do diagnóstico das doenças e geração de mais patentes para Rondônia.
Para a pesquisadora em saúde da Fiocruz, a microbiologista Najla Benevides Matos, o polo permite uma convergência de ideias e de inovação entre todos aqueles que fazem parte das instituições de pesquisa do Estado. ‘‘Vem para consolidar ainda mais as pesquisas em Rondônia. Esse polo é um marco no Brasil e na região Norte, ele vem para ajudar a identificar a melhorar a identificação de doenças negligenciadas’’, avalia Najla.
‘‘Todos os estados que investiram em pesquisas tiveram os melhores resultados do país. No Mato Grosso, por exemplo, houve um desenvolvimento de grãos devido às pesquisas locais que foram feitas na agricultura. Em São Paulo, a Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] fez com que o Estado tivesse um desenvolvimento fantástico. Então se nós aplicarmos recurso na área de pesquisa vamos estar em molde diferente dos outros porque temos o melhor potencial da região Norte e provavelmente também do país’’, avalia Tada.
PROJEÇÃO
Quando a estrutura física do polo estiver pronto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) e laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e demais instituições que queiram fazer parte do polo também serão incluídas. O que abre o campo de pesquisa não só para a saúde humana, mas também animal e vegetal.
‘‘Isso vai dar ao estado de Rondônia uma grande projeção nacional e internacional na parte logística de ciência e tecnologia. Essa semente foi plantada de forma especial pelo professor Luiz Hildebrando Pereira da Silva que iniciou todo esse processo. Durante os 15 anos que ele permaneceu em Rondônia, ele trouxe o que estava sendo desenvolvido no mundo para que Rondônia também pudesse desenvolver ’’, afirma o diretor.
O Polo de referência em Pesquisa, Formação, Desenvolvimento, Inovação e Difusão em Saúde (PID) está sendo construído em um terreno ao lado da Embrapa Rondônia, ,a BR-364 sentido Cuiabá, pela Fiocruz Rondônia, em terreno cedido pela Unir e com contrapartida do Governo do Estado de Rondônia e será a primeira obra de infraestrutura do arquiteto Oscar Niemeyer no Norte de nosso país. Um presente conquistado pelo pesquisador Luiz Hildebrando Pereira da Silva, que se tornou referência no mundo em doenças tropicais.
Com área de 2.585,40 metros quadrados, o projeto foi desenhado e inicialmente apresentado na forma de estruturante para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) onde obteve a aprovação do investimento de aproximadamente R$ 13 milhões.
O polo, segundo o diretor, vai trazer também uma nova visão do aproveitamento das instituições locais para um único propósito que é um desenvolvimento tecnológico inovador de ciência em saúde.
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Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Jeferson Mota
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