Terça-feira, 4 de agosto de 2015 - 05h15
Domingo, às 18h, o trabalhador rural Rosário Rodrigues Cassiano, 56 anos, mineiro de Malacacheta [Vale do Muruci] morador no Jardim Renascer, em Ariquemes, atravessou o canteiro central da Avenida Perimetral Leste e “capotou feio” a moto 125 cilindradas, conforme descreveu.
Ontem segunda-feira (3), deitado na maca do Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, ele completa três anos de viuvez com braço e perna fraturados e trincamento no ombro.
Rosário tem quatro filhos. Lembrou-se do aniversário da filha Elisângela Rodrigues Jesus, que completou 17 anos no dia 1º de agosto.
“Eu espero a cirurgia prometida, sei que é complicado, mas quero melhorar, porque não tenho outro jeito de sobreviver”, relatou com voz embargada.
Agricultor desde menino, poderá ficar impossibilitado de trabalhar normalmente. Seu infortúnio no campo, aonde até hoje não conseguiu ser proprietário de um pequeno lote de terras, começou em 2007 na Fazenda Roda d’Água, na BR-364. Ali ele sofreu acidente de trabalho e de lá para cá vive fazendo “bicos”.
LEITOS LOTADOS
Apenas no período de 31 de julho até a manhã desta segunda-feira (3) ocorreram 55 acidentes com motocicletas em Porto Velho, número que supera acidentes por quedas (22), de trabalho (10) e queda de altura (10) desde sexta-feira 31/7). Ninguém morreu.
Acidentados com motos ouvidos pela Campanha Sobreviventes aguardam cirurgias pelo Sistema Único de Saúde. De janeiro a junho o número de pessoas feridas nessas circunstâncias [em maior volume na capital] subiu de 343 para 457, totalizando 2.166. Nesse período ocorreram 307 acidentes com automóveis.
“Temos 202 leitos ocupados e 63 extras”, informou o diretor-adjunto do Pronto-Socorro João Paulo II, médico Carlos Eduardo Rocha Araújo.
Lançada pelo Governo Estadual de Rondônia, a campanha Sobreviventes conta com a adesão do Ministério Público Estadual e visa reduzir o índice de acidentes de trânsito, sobretudo os que envolvem motocicletas.
Os números assustam: as vítimas de motos perfazem 79,98% do total de acidentes automobilísticos, ciclísticos e sem especificação, que somaram 2.708 de janeiro a junho.
“Na atual conjuntura, é preciso que as pessoas respeitem mais a sinalização e esta não deve ser incompleta”, analisou o diretor.
Os leitos extras mencionados pelo médico funcionam nos corredores e noutras dependências do hospital.
Araújo também apela à paz nos lares e nas ruas. “Basta olhar os números: atendemos a quatro vítimas de facadas e sete disparos de armas de fogo no final de semana; isso também lota o hospital”.
O professor Rêmulo Márcio Gomes, 39, acidentou-se às 14h de domingo, na esquina das ruas Beira Sul e Benedito Inocêncio [zona leste da capital]. Segundo relatou, trafegava a menos de 30 Km/h, rumo à casa da mãe, Nazaré Rodrigues da Silva, quando teve que inclinar o pneu dianteiro da moto de 250cc num pequeno trecho arenoso. Tombou e fraturou a perna direita.
Rêmulo se disse feliz em ser atendido prontamente após o acidente. Socorristas do Batalhão de Trânsito da PM, Samu e a mãe dele “chegaram quase todos juntos” ao local.
“Minha filha tem dois anos e oito meses e me espera para passear e brincar, e eu vou fazer isso quando tiver alta. Meu acidente foi até ridículo, mas me leva a pedir prudência a todos que usam moto”, comentou.
Rêmulo leciona nas escolas de Ensino Fundamental e Médio Daniel da Silva [Bairro JK] e Joaquim Vicente Rondon [Cohab-Floresta].
O entregador de leite Sebastião Pinheiro de Almeida, 44, três filhos, “pranchou” a moto de 150cc na sexta-feira, às 10h30, numa estrada rural que dá acesso à Linha Saracura, em Buritis [a 326 quilômetros de Porto Velho]. Bateu o braço no tronco de uma árvore.
Por sorte, um menino socorreu-o e no sábado Sebastião desembarcou de uma ambulância no Hospital João Paulo II. “Lá não dão jeito pra quebraduras”, disse referindo-se à fratura sofrida.
Buritis é um dos municípios com maior ocorrência de acidentes de motos no estado. A exemplo de outros lugares, moradores da zona rural adquirem o veículo em condições facilitadas de crédito. E tal qual na cidade, sujeitam-se à inabilitação e à imprudência, causas maiores dos acidentes, conforme reitera o diretor do Hospital João Paulo II.
Mineiro de Minas Novas [Alto Jequitinhonha], ele raciocina: “Olhe que eu piloto há muito tempo [mais de 15 anos], mas lhe digo que a pessoa em cima da moto precisa ter muito cuidado; ela é indefesa, e o acidente pode acontecer rapidinho”.
Calejado, Sebastião viveu outra situação delicada em 2006, quando quebrou a perna num acidente de carro.
DEPOIMENTOS
No site da campanha, pessoas vítimas de acidentes – ou familiares – têm um espaço para contar sua história, deixar seu depoimento. O objetivo é fazer com que os relatos mostrem à sociedade que, independente de quem seja, toda pessoa está suscetível a sofrer acidente de trânsito.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Daiane Mendonça
Decom - Governo de Rondônia
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