Segunda-feira, 12 de junho de 2023 - 16h07
A Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta segunda-feira (12) o novo teto para os
reajustes dos planos de saúde individuais e familiares. O índice de 9,63%
aprovado pela agência reguladora é quase 67% maior do que o valor da inflação
acumulada em 2022, e mais uma vez empurra para o consumidor problemas de gestão
das operadoras do setor.
O reajuste ocorre após
as empresas alegarem enfrentar uma crise sem precedentes no mercado dos planos
de saúde e indicar que a forma de solucionar o problema é a aplicação de
reajustes elevados. Para o Idec, os dados oficiais da ANS não respaldam a
narrativa das empresas, já que, apesar da alta histórica das taxas de uso dos
planos em 2022, na prática, esse aumento não chegou a configurar prejuízo, pois
as altas taxas de juros garantiram rentabilidade das aplicações financeiras das
empresas. Somados os prejuízos operacionais com os lucros financeiros, o setor
acabou ficando no “zero a zero” no último ano.
“Vemos o cenário se
repetir. Após o maior aumento da história aplicado no ano passado, mais uma vez
registramos reajustes elevados autorizados pela ANS, em um momento de inflação
bem menor, sem que os rendimentos dos consumidores tenham crescido no mesmo
ritmo. Na prática, o consumidor, que no ano passado pagou mais de R$238 bilhões
às operadoras de planos em mensalidades, acaba custeando tanto os serviços
contratados quanto os prejuízos gerados por problemas de gestão”, afirma a Ana
Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec.
Apesar de o anúncio do
reajuste ser importante para todos os consumidores de planos de saúde, esse
aumento estabelecido para a ANS vale apenas para 17,7% de todo o mercado
brasileiro, que é a fatia correspondente aos planos individuais e familiares.
Esses contratos possuem limitação de reajuste máximo e também proteção contra
cancelamento unilateral pelas empresas.
A situação dos mais de
82% do mercado de planos de saúde compostos pelos planos coletivos pode ser
ainda mais grave. Eles não possuem as mesmas garantias que os planos
individuais e seus consumidores podem se deparar com aumentos bem maiores que o
anunciado nos próximos meses.
Segundo dados da ANS,
os reajustes médios de planos coletivos superaram os índices individuais em
sete dos últimos dez anos, com destaque para o ano de 2021, quando planos
individuais tiveram reajustes negativos - isto é, desconto nas mensalidades -,
por conta da queda na utilização causada pela pandemia, sem que o mesmo se
refletisse nos planos coletivos. Essa disparidade é ainda maior considerando
apenas contratos coletivos pequenos, de até 30 vidas.
A Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta segunda-feira (12) o novo teto para os
reajustes dos planos de saúde individuais e familiares. O índice de 9,63%
aprovado pela agência reguladora é quase 67% maior do que o valor da inflação
acumulada em 2022, e mais uma vez empurra para o consumidor problemas de gestão
das operadoras do setor.
O reajuste ocorre após
as empresas alegarem enfrentar uma crise sem precedentes no mercado dos planos
de saúde e indicar que a forma de solucionar o problema é a aplicação de
reajustes elevados. Para o Idec, os dados oficiais da ANS não respaldam a
narrativa das empresas, já que, apesar da alta histórica das taxas de uso dos
planos em 2022, na prática, esse aumento não chegou a configurar prejuízo, pois
as altas taxas de juros garantiram rentabilidade das aplicações financeiras das
empresas. Somados os prejuízos operacionais com os lucros financeiros, o setor
acabou ficando no “zero a zero” no último ano.
“Vemos o cenário se
repetir. Após o maior aumento da história aplicado no ano passado, mais uma vez
registramos reajustes elevados autorizados pela ANS, em um momento de inflação
bem menor, sem que os rendimentos dos consumidores tenham crescido no mesmo
ritmo. Na prática, o consumidor, que no ano passado pagou mais de R$238 bilhões
às operadoras de planos em mensalidades, acaba custeando tanto os serviços
contratados quanto os prejuízos gerados por problemas de gestão”, afirma a Ana
Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec.
Apesar de o anúncio do
reajuste ser importante para todos os consumidores de planos de saúde, esse
aumento estabelecido para a ANS vale apenas para 17,7% de todo o mercado
brasileiro, que é a fatia correspondente aos planos individuais e familiares.
Esses contratos possuem limitação de reajuste máximo e também proteção contra
cancelamento unilateral pelas empresas.
A situação dos mais de
82% do mercado de planos de saúde compostos pelos planos coletivos pode ser
ainda mais grave. Eles não possuem as mesmas garantias que os planos
individuais e seus consumidores podem se deparar com aumentos bem maiores que o
anunciado nos próximos meses.
Segundo dados da ANS,
os reajustes médios de planos coletivos superaram os índices individuais em
sete dos últimos dez anos, com destaque para o ano de 2021, quando planos
individuais tiveram reajustes negativos - isto é, desconto nas mensalidades -,
por conta da queda na utilização causada pela pandemia, sem que o mesmo se
refletisse nos planos coletivos. Essa disparidade é ainda maior considerando
apenas contratos coletivos pequenos, de até 30 vidas.
“Essa é uma luta
histórica do Idec, em que estamos avançando. Em 2021, passamos a integrar, em
parceria com o Procon SP, uma Ação Civil Pública pedindo que os reajustes dos
planos coletivos também sejam regulados pela ANS. Além disso, em março deste
ano, o Idec pediu uma reunião formal com uma diretoria da ANS para apresentar
uma proposta de regulação de planos coletivos, que conta com o apoio de várias
organizações de defesa do consumidor”, afirma a Navarrete.
Historicamente, a
área com mais reclamações entre os associados do Idec é o setor de plano de
saúde. Dentro do tema de plano de saúde, as principais reclamações no ano de
2022 versaram sobre
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