Sábado, 6 de agosto de 2016 - 05h10
“Eu acredito que Rondônia, mesmo com toda a crise que o passa o País, tem muito que comemorar, principalmente os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), no Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto”. A avaliação positiva foi feita pelo construtor civil, Hélio Antônio de Souza, 54 anos. Ele tem dois filhos com problemas renais crônicos, que fazem hemodiálise três vezes por semana em clínica terceirada pelo governo, em Porto Velho, e acompanhamento no Hospital de Base, referência no tratamento de alta complexidade e transplantes em Rondônia.
Hélio faz tratamento na Policlínica Oswaldo (POC), unidade que realiza cerca de mil atendimentos por dia, em 40 especialidades, para poder doar um rim para o filho mais novo, que tem maior urgência do transplante. O segundo filho, está sendo acompanhado pela equipe do médico Alessandro Prudente, da Central de Transplantes do HB.
Hélio recebe acompanhamento de profissionais que estabilizam seu peso, controlam o nível do colesterol, pressão arterial e taxa de glicemia. A expectativa é que a cirurgia ocorra ainda neste ano. Ele elogia a qualidade dos serviços prestados pelo estado e a humanização do atendimento. “Tenho muito o que agradecer à equipe da POC, bem como do HB, sempre muita atenciosa, sensível ao programa que nossa família enfrenta”, disse.
O depoimento de Hélio Antônio comprova o salto de qualidade que o setor de saúde obteve nos últimos cinco anos no estado. Dados do setor de estatísticas da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) apontam que em comparação a 2012, o Sistema de Informação Hospitalar apontam um crescimento de 72,22% no número de internações. Durante o ano de 2012, foram registradas 34.115 internações. Já em 2015, foram 58.775.
Os números que estão no Relatório de Gestão 2015, publicado anualmente pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), chamam mais atenção nos procedimentos cirúrgicos. Em 2012, de acordo com dados da Sesau, foram feitas 12.103 cirurgias. O número salta para 22.855, totalizando um aumento de 88,84%. Um dos melhores desempenhos registrados no SUS, entre todos os estados brasileiros.
O documento serve de parâmetro como ferramenta de avaliação do desempenho do setor, além de prestar contas aos órgãos fiscalizadores dos recursos aplicados, como o Tribunal de Contas (TCE) e o próprio Ministério da Saúde. No total, de 2011 a 2015, o estado investiu mais de R$ 4 bilhões no setor, conforme gráfico do Relatório de Gestão.
O mesmo estudo aponta, também, a realização de cerca de 150 mil exames laboratoriais e 50 mil diagnósticos por imagem ao ano. Um número recorde, se comparado ao caos que o setor de saúde do estado se encontrava no início do primeiro mandato do governador Confúcio Moura.
De acordo com dados do Relatório de Gestão, foram implantados novas salas cirúrgicas no Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II e no Hospital de Base, e dois novos serviços, AMI e Samd – que atendem, atualmente, a cerca de 180 pacientes em recuperação em casa, com toda estrutura e acompanhamento de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, numa espécie de equipe multidisciplinar.
Também foram instalados dois tomógrafos de última geração, dando mais agilidade e qualidade aos exames – antes eram feitos no sistema terceirizado, custando muito caro ao Estado – por diagnóstico por imagens.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Luiz Eduardo Maiorquim, foi adotado no João Paulo II, unidade hospitalar referência no atendimento de urgência e emergência, o método Kanban, que permite o monitoramento da qualidade de atenção ao usuário internado e a qualificação de 560 profissionais, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para os cuidados de urgência e emergência. “Esta medida representa um verdadeiro salto de qualidade nos serviços de saúde oferecidos pelo estado”, disse Maiorquim.
Ele citou que no Hospital de Base (HB) foi reformada e ampliada a UTI, priorizando leitos de retaguarda para a rede de urgência e emergência. Já no Hospital Infantil Cosme e Damião – referência no atendimento à criança -, foi estruturado o serviço de radiologia. A unidade ganhou ainda oito novos leitos de UTI pediátrica.
Ao todo, são 99 leitos de UTI adultos – divididos por regiões -, 20 leitos pediátricos e 32 leitos neonatais. As ações e o planejamento estratégico contribuíram para a melhoria da taxa de ocupação do hospital e da média de permanência do paciente nos hospitais.
Ainda segundo o secretário, a taxa de ocupação da unidade que ultrapassava a faixa de 150%, atualmente apresenta uma tendência de redução, mantendo-se em torno de 90%. A média de permanência do paciente na unidade, também tem sido controlada, variando de 4 a 8 dias na unidade, mantendo-se na maioria dos meses, abaixo do parâmetro nacional.
O HB, referência em alta complexidade, no período, a taxa de ocupação dos leitos hospitalares permaneceu em torno de 80%, ficando dentro dos padrões nacionais e a média de permanência, variou de 9 a 10 dias. Maiorquim afirma que os números do HB são compatíveis com de unidade geral de referência terciária.
CAPTAÇÃO E TRANSPLANTES
A Central de Transplantes de Rondônia realizou, de abril de 2014 a janeiro de 2015, 120 transplantes de córneas em pacientes de todo o estado. Desse total, 58 foram realizados em 2015. Receberam os órgãos pacientes de Porto Velho, Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Rolim de Moura, Machadinho do Oeste, Ariquemes, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Ouro Preto do Oeste. Entram na lista, também, pessoas dos Estados do Mato Grosso, Acre e Amazonas. A equipe é comanda pelo médico especialista em transplantes, Alessandro Prudente.
A coordenação do programa afirma que a procura faz parte do grande conceito que a equipe de Rondônia, lotada no HB – referência em atendimento de alta complexidade no estado -, vem adquirindo desde a implantação e o credenciamento da Central de Transplantes junto ao Ministério da Saúde (MS).
Em 2015, pelo menos 29 famílias autorizaram a doação de córneas. Ela explica que todas as pessoas que falecem podem doar as córneas, exceto em casos de infecções graves, pois não precisam estar em morte encefálica, podem doar após a parada cardíaca. “Isso aumenta nosso potencial de doação, no entanto, muitas famílias recusam doar, mas para que fossem realizados todos esses transplantes, foi necessário vir muitas córneas de fora do estado para que alguns rondonienses voltassem a enxergar”, explica.
O número de transplantes de rim já passa dos 40 procedimentos.
MAIOR OFERTA DE LEITOS NO PAÍS
Utilizando dados de um estudo realizado e publicado em 2015, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que apontam Rondônia em segundo lugar em oferta de leitos, através do SUS, com índice de 1,83 – para cada 800 habitantes -, empatado com o Rio Grande do Sul e atrás apenas do Estado do Piauí, a secretária estadual adjunta de Saúde, Maria do Socorro Rodrigues, fez balanço da melhoria do setor no estado.
Socorro afirma que o excelente desempenho só é possível devido ao programa de recuperação e humanização do setor implantado pelo Governo de Rondônia.
De acordo com a secretária, os números comprovam, também, que o planejamento do governo, através da Sesau, vem dando certo, e o estado saiu da condição de “lanterna” em qualidade de saúde para ocupar posições importantes em nível nacional, como o resultado divulgado pelo DataSus que aponta Rondônia com índice menor índice de mortes em pacientes do SUS.
Socorro disse que o salto de qualidade obtido pela saúde nos últimos anos é comprovado com os investimentos feitos pelo governo em tratamento de alta complexidade, inauguração da policlínica Oswaldo Cruz – com mais de mil atendimentos por dia -, R$ 40 milhões no tratamento de câncer com duas cidades polos – Porto Velho, com a unidade “Barretinho”; e Cacoal, com o Hospital Daniel Comboni, entre outros resultados expressivos.
MODERNO CENTRO DE DIÁLISE
“Um novo reforço para se manter lutando pela viva”. Assim definiu à época a presidente da Associação dos Amigos e Portadores de Insuficiência Renal de Ariquemes (Aspider Vida), Leane Wingert, durante a entrega feita pelo governo de Rondônia, através da Sesau, do Centro de Diálise de Ariquemes, em junho de 2014.
Há mais de 20 anos lutando contra um problema renal crônico, Leane Wingert vê na iniciativa do governo uma nova chama de esperança no controle da doença. “Ela estava certa. Além do conforto de fazer o tratamento em casa, perto da família, os pacientes – num total de 80 pessoas – não precisam se deslocar a Porto Velho para fazer a diálise. Muitos chegavam a viajar três vezes por semana para a capital. Isso desgastava muito os doentes”, afirmou.
MUTIRÕES DO INTO
O Estado de Rondônia vem recebendo, nos últimos anos, mutirões de cirurgias ortopédicas – principalmente para joelho e quadril. A meta, bem perto de ser atingida, é diminuir em mais de 60% a fila de espera no estado. Todas as cirurgias serão realizadas no HB, em Porto Velho.
O diretor-geral do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), João Mateus Guimarães, elogia a iniciativa e a parceria mantida pelo Governo de Rondônia, para viabilizar a vinda do instituto a Rondônia.
De acordo com a secretária-adjunta, Maria do Socorro Rodrigues, a medida faz parte do programa de aceleração de cirurgias eletivas – aquela que podem ser agendadas, sem prejuízos para o paciente -, implantado pelo governo. Ela explica que uma verdadeira força-tarefa formada por médicos especialista vem desafogando, a cada mutirão, a fila de espera no estado. A equipe do Into é comandada pelo médico José Luis Ramalho Neto.
ROBÔS USADOS EM TREINAMENTO
Um robô com aparência humana – que emite sons parecidos com gemidos de dor, e simula a frequência cardíaca e pressão arterial -, é usado no treinamento de médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas do HB. Eles recebem orientações sobre técnicas e protocolos para atendimento no Suporte Avançado de Vida.
As técnicas serão usadas no atendimento de pessoas com traumas, politrauma, parada cardiorrespiratória, suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC), infartos, na chamada “hora de ouro”, onde o atendimento recebido amplia as chances de sobrevivência e diminuem os riscos de sequelas no paciente.
No total, 1.500 servidores da área de atendimento serão capacitados, em cursos semanais. A expectativa é que no prazo de três meses, todos tenham sido treinados, estima o diretor-geral do HB, Nilson Paniágua.
130 MIL ATENDIMENTOS
A Policlínica Oswaldo Cruz (POC) – referência em média e alta complexidade em Rondônia – realiza, em média, 130 mil atendimentos por ano, entre consultas e exames realizados para pacientes de todo o estado
Os dados são do setor de estatísticas da Gerência Estadual de Regulação do SUS. O número é um recorde, considerando índices anteriores à implantação do sistema de regulação online, que interliga todas as cidades de Rondônia, através de moderno sistema de tecnologia da informação.
CENTRO DE REABILITAÇÃO
Nove mil atendimentos por mês. Esta é a meta definida pela Sesau para o Centro de Reabilitação do Estado de Rondônia (Cero), localizado bairro Mariana, zona Leste de Porto Velho.
De acordo com o projeto inicial do Cero, o objetivo é organizar a assistência à saúde da pessoa com deficiência auditiva, física, intelectual e visual, buscando a sua atenção e reabilitação clínico-funcional e psicossocial de maneira integral, contribuindo, para a melhoria de suas condições, sua integração social, ampliação das potencialidades laborais, e independência nas atividades da vida diária.
Segundo Yargo Machado, diretor do Cero, este modelo assistencial visa assegurar a prestação de serviços em caráter contínuo e eficiente, objetivando o aumento da capacidade de atendimento e a redução da espera do usuário.
ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
A Gerência de Programas Estratégicos de Saúde (GPES) da Sesau finalizou o relatório sobre a segunda etapa deste ano da avaliação de todos os médicos que atuam em Rondônia pelo programa Mais Médicos, em parceria com o governo federal.
A avaliação técnica é feita pelo Núcleo de Atenção Básica, programa Mais Médicos e Provab, ligado ao GPES. No total, 305 médicos entre cooperados e brasileiros trabalham no estado. De acordo com a Sesau, Porto Velho é a cidade com maior número de profissionais (33).
As temáticas apresentadas aos médios fazem parte do Programa de Educação Permanente implantado pelo Governo de Rondônia. Os trabalhos têm a supervisão da Universidade Federal de Rondônia (Unir) com a coordenação da doutora Ana Lúcia Escobar.
HOSPITAL DE EXTREMA
O Hospital Regional de Extrema (HRE) fechou o ano de 2015 com mais de cem mil atendimentos. Os dados estão no relatório preliminar do setor de estatísticas da Sesau.
No total, de janeiro a outubro do mesmo ano, 94.663 atendimentos foram realizados pela unidade hospitalar. Mantendo a média de mais de sete mil atendimentos ao mês, quando forem computados os dados dos meses de novembro e dezembro, o número de atendimentos ultrapassa, com folga, a casa dos 100 mil.
De acordo com os registros, o setor de emergência lidera em atendimento. No total, 14.041 procedimentos foram realizados de janeiro a outubro deste ano. As consultas aparecem em segundo lugar: 13.485 foram realizadas, em especialidades de média e alta complexidade.
Os números apontam, ainda, que 958 pacientes foram internados, com destaque para o mês de março que registrou 142 internações. Ao todo, 235 ficaram em observação.
UNIDADE REFERÊNCIA
De acordo com o secretário Maiorquim, o Hospital Regional de Extrema é uma unidade referência na Ponta do Abunã. Ele estima que o hospital dê cobertura para uma população estimada em cerca de 60 mil pessoas, contabilizando os distritos e os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, que passam por problemas de gestão municipal.
HEURO AGRADA MINISTRO
O ex-ministro da Saúde, Marcelo Castro, elogiou a estrutura do Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Heuro) na Regional de Cacoal, na região Central de Rondônia, durante inauguração, ano passado.
De acordo com o secretário, a vinda do ministro ocorreu devido à excelente performance do estado no setor de saúde, com investimentos na capacitação de servidores, ampliação de oferta de leitos do SUS, triplicação do número de leitos de UTI, certificação da maternidade do HB pelo método canguru, investimento na área de captação e transplantes de órgãos, inauguração do Centro de Hemodiálise de Ariquemes, descentralização do atendimento de média e alta complexidade, entre outros avanços.
“O novo Hospital Estadual de Urgência e Emergência é um compromisso de governo estadual, que começa a ser entregue à população com a unidade de Cacoal”, disse Maiorquim.
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Fonte
Texto: Zacarias Pena Verde
Fotos: Bruno Corsino, Ítalo Ricardo e Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia
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