Sexta-feira, 21 de março de 2014 - 08h11
As pessoas, em geral, não costumam dar muita atenção à saúde ocular. Mas, basta entrar um cisco no olho para desencadear estresse. Ou seja, é preciso dar mais atenção à visão, cuidar bem dos olhos sempre de maneira preventiva. Essa é a opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo. O especialista aponta os sete erros mais frequentes que as pessoas cometem e que acabam prejudicando a visão:
1. Sair sem óculos de sol. “Desde pequena, a criança deve ser acostumada a proteger os olhos nas brincadeiras ao ar livre. Só assim ela vai se tornar um adulto consciente da importância de usar óculos de sol mesmo nos dias nublados ou nos lugares em que neva. Os raios UV deterioram a visão, levando à formação precoce de catarata, degeneração macular e até mesmo de tumores benignos ou cancerosos na superfície dos olhos. Vale ressaltar que não adianta usar óculos baratinhos, vendidos na praia ou no comércio popular. É fundamental que as lentes tenham um tratamento para bloquear pelo menos 99% dos raios UVA e UVB.”
2. Passar tempo demais diante de um monitor. “Hoje em dia, as pessoas passam tempo demais focadas na tela do computador, de notebooks, e-books, tablets, smartphones e videogames cada vez menores. A distância, o contraste e o brilho podem causar fadiga ocular, incluindo dores de cabeça constantes, visão turva, olhos secos e irritados, e até falta de concentração. O ideal é a pessoa se manter afastada pelo menos 50 centímetros das telas. Também é importante fazer pausas de hora em hora para piscar – que é uma medida de proteção da visão, já que a pálpebra superior lubrifica a parte frontal dos olhos. Quando isso não ocorre como deveria, a córnea começa a se tornar ressecada e irritada.”
3. Abusar dos colírios. “Muitas pessoas são dependentes de colírios da mesma forma com que outras não conseguem dormir sem descongestionantes nasais. Ocorre que, ao mesmo tempo que parecem eliminar a irritação ocular, o uso abusivo desses medicamentos pode estimular um ciclo vicioso. Ou seja: quando o paciente realmente precisar de um colírio, teremos de prescrever um medicamento mais forte para tratar o problema.”
4. Descuidar da higiene das lentes de contato. “Por falta de informação, às vezes os usuários de lentes de contato cometem ‘pequenos deslizes’ que podem custar caro para a visão. Via de regra, as lentes de contato devem ser higienizadas diariamente com soluções específicas para essa finalidade – assim como o estojo. Portanto, jamais se deve lavar as lentes debaixo do chuveiro, nem entrar de lente em banheiras, piscinas ou mar. Tampouco a pessoa deve dormir com as lentes, porque elas impedem que os olhos sejam devidamente oxigenados. Caso o usuário não siga essas simples recomendações, as chances de vir a ter infecções oculares triplicam.”
5. Fumar. “Por uma série de razões, ninguém deveria fumar. Mas, aqui está mais uma: fumar aumenta o risco de desenvolver catarata e degeneração macular (deterioração progressiva de parte da retina). Esse vício prejudica consideravelmente a capacidade de o corpo fornecer nutrição e oxigenação adequada aos tecidos – o que inclui os tecidos oculares. Portanto, sempre é hora de parar de fumar.”
6. Dormir de maquiagem ou usar maquiagem vencida. “Esse é um problema muito recorrente entre as mulheres. Os cuidados devem começar já ao fazer a maquiagem. Alguns tipos de sombra podem arranhar o cristalino e causar irritação caso entrem em contato direto. Até mesmo durante a aplicação do rímel é preciso dobrar atenção, já que é muito comum o aplicador atingir a parte interna dos olhos. Outro cuidado fundamental é descartar toda maquiagem vencida, já que pode desencadear alergias severas, irritação, vermelhidão e sensação de ter areia nos olhos. Se isso acontecer, é importante lavar os olhos abundantemente com água fria e buscar ajuda especializada.”
7. Negligenciar sintomas. “Adiar a consulta ao oftalmologista na presença de dor, sensibilidade à luz, visão difusa, vermelhidão persistente ou qualquer outro sintoma fora dos padrões habituais pode ser um grande erro. Achar que os sinais vão desaparecer sozinhos não é a atitude mais correta nesses casos, já que um diagnóstico tardio pode significar um problema muito mais grave para resolver, exigindo, muitas vezes, intervenção cirúrgica muito mais complexa e um tempo de recuperação mais prolongado. Portanto, nada de achar que ‘vai passar’. Consulte um oftalmologista.”
Fonte: Dr. Renato Augusto Neves, cirurgião-oftalmologista com mais de 60 mil cirurgias realizadas, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP) e autor do livro Seus Olhos. (www.eyecare.com.br)
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