Segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 - 15h36
Na guerra contra o tabaco a melhor arma é o conhecimento e as campanhas educativas devem ser continuas buscando sensibilizar a população para que se evite a iniciação neste hábito. De acordo com estatísticas da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) algo que é previsível em termos de dano à saúde das pessoas é o tabagismo.
Com essa abordagem sobre as doenças pulmonar obstrutiva crônica (DPCO), o doutor em pneumologia Edson Andrade, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina, fez palestra durante o penúltimo módulo de 2009 do programa Educação Médica Continuada, realizado pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A palestra aconteceu na ultima sexta-feira no auditório do Cremero e reuniu médicos e acadêmicos dos cursos de medicina.
A palestra de Edson Andrade abordou o tema doença pulmonar obstrutiva crônica, que segundo ele, é uma doença comum aos dependentes do tabagismo. Em alguns lugares do mundo onde existe grande índice de poluição é possível se desenvolver esse tipo de doença mesmo sem ser tabagista. “Mas pessoas que aqui sofrem desta doença é pelo hábito do tabagismo, como é majoritariamente no mundo inteiro”, ressaltou o palestrante.
Considerada uma doença debilitante, progressiva e com pouca possibilidade terapêutica, o esforço que deve ser envidado no seu combate é para evitar o problema. Ainda de acordo com a Opas, não existem níveis seguros para consumo do tabaco.
Cura
As abordagens terapêuticas são feitas à base de broncos dilatadores, eventualmente com corticóides inalados e, nos casos mais graves, existe a possibilidade de intervenção cirúrgica de redução de volume pulmonar e também transplante de pulmão. São procedimentos graves a que não se tem fácil acesso. “São pouco os hospitais e centros médicos no Brasil que realizam esse procedimento e são mais comuns nas regiões sul e sudeste”, alerta o palestrante, acrescentando que “é aquela luta em que você está quase perdendo e segura um pouco mais para não perder totalmente”.
A saúde pública começa a enfrentar essa luta contra a doença pulmonar obstrutiva crônica, o enfisema a bronquite crônica com alguma chance de sucesso, quando começa a ensinar a juventude a não fumar e quando ensina os fumantes a abandonarem o vicio. “É ai que nós ganhamos, nós não ganhamos na terapêutica do depois. Essa é uma lição importante, porque frente a uma situação instalada nós temos que ajudar as pessoas, mas o grande objetivo da medicina é evitar que elas adoeçam e nesse caso é possível fazer isso”, acentuou Edson Andrade.
O tema reflete uma situação pandêmica mundial que é o tabagismo. O especialista alerta que uma das causas preveníveis mais freqüentes de doenças, o tabagismo mata muita gente, não apenas de doenças pulmonares, mas também de doenças cardiovasculares. Quase todas as pessoas que tem infarto agudo do miocárdio passam por uma exposição ao tabaco que, associado ao sedentarismo, torna quase certo ate num tempo previsível o aparecimento de doenças cardiovasculares.
O amazonense Edson Andrade é clinico geral com especialização em pneumologia e exerce, além da medicina, a docência universitária e ensina para os seus alunos que “continuem gostando das pessoas, estudando bastante, fazendo do seu trabalho um instrumento de felicidade pessoal e para os outros, porque a medicina nos permite isso: ajudar e transformar as vidas das pessoas para melhor. E que persistam, pois terão sucesso e serão felizes”, aconselha.
Fonte: Ascom / Cremero
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