Quinta-feira, 25 de abril de 2024 - 16h41
Em fiscalização surpresa, realizada na noite/madrugada desta
quarta-feira (24/4) para quinta-feira (25/4), o Tribunal de Contas do Estado de
Rondônia (TCE-RO) constatou situação crítica, no Hospital Infantil Cosme e
Damião, em Porto Velho.
A
equipe de auditores verificou superlotação, insuficiência de leitos e de
profissionais de saúde, principalmente médicos, além da ausência de insumos
básicos para a realização de exames.
As
fiscalizações do TCE-RO têm sido recorrentes e realizadas em todo o Estado. São
fiscalizados hospitais, unidades de pronto-atendimento (UPAs) e demais unidades
de saúde, gerenciadas tanto pelo Estado, quanto pelos municípios. Trata-se
de um trabalho colaborativo e de diálogo, dentro da premissa de “cooperar para
evitar punir”.
O
objetivo do TCE-RO é promover, em conjunto com os gestores, a melhoria do
serviço prestado à população. O Hospital Infantil Cosme e Damião é administrado
pelo Governo Estadual.
O QUE FOI CONSTATADO
Iniciada
por volta das 21 horas desta quarta-feira, a fiscalização do TCE envolveu três
profissionais e se estendeu até 1 hora da madrugada desta quinta-feira.
Foram
percorridas diversas áreas do Hospital Cosme e Damião, o único especializado em
atendimento pediátrico.
Durante
a inspeção, os auditores verificaram insuficiência da equipe de profissionais
médicos para atender os pacientes, gerando fila de espera. Em uma das áreas com
capacidade de 19 leitos, todos estavam ocupados. Mais de 20 crianças esperavam
no corredor, por uma vaga.
Na
unidade de tratamento intensivo (UTI), um quadro grave: os 10 leitos estavam
ocupados. Três crianças ainda aguardavam atendimento.
FALTA DE INSUMOS
Os
auditores também inspecionaram setores, como a farmácia e o laboratório,
verificando insumos, além da capacidade e condição dos aparelhos para a
realização de exames.
Foi
constatada uma falha grave: a falta de insumos, comprometendo o atendimento à
população.
PROVIDÊNCIAS
Algumas
horas após a fiscalização, aconteceu uma reunião, no início da tarde desta
quinta-feira, na sede do Tribunal de Contas.
Estavam
presentes, o conselheiro Jailson Viana, relator das contas da área de saúde em
processos que tramitam no Tribunal de Contas, a equipe de auditoria do TCE-RO,
representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e da Controladoria
Geral do Estado (CGE).
Na
ocasião, o TCE apresentou um relatório, detalhando os problemas encontrados no
Hospital Infantil Cosme e Damião.
Foi
citada a recorrência de algumas situações e solicitada a adoção de medidas
imediatas a fim de solucionar as questões levantadas e garantir que as crianças
tenham atendimento de qualidade.
Os
representantes da Administração Estadual, por sua vez, abordaram questões de
ordem técnica e/ou administrativa, que, segundo eles, têm impedido a melhoria
dos processos e fluxos internos em unidades de saúde, como ocorre no Cosme e
Damião.
Os
gestores estaduais ainda firmaram compromisso de buscar a melhoria do serviço
prestado, a partir dos apontamentos feitos pelo Tribunal de Contas.
RESPONSABILIZAÇÃO
Ainda
na reunião, os representantes do TCE lembraram que, se não houver solução para
os problemas, nem justificativa razoável, serão definidas responsabilidades dos
gestores faltosos com suas obrigações funcionais.
A
consequência será a instauração de processo de responsabilização e imposição de
eventuais sanções, respeitando-se o devido processo legal, com direito ao
contraditório e ampla defesa.
Essa
responsabilização poderá ter, ao menos, duas repercussões: a reprovação das
contas de gestão de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde; e,
potencialmente, poderá repercutir na emissão de parecer prévio desfavorável à
aprovação das contas de governo, de responsabilidade do governo estadual,
dentre outras penalidades, eventualmente, aplicáveis.
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