Terça-feira, 14 de dezembro de 2021 - 09h49
Para tratar algo é
preciso ter o diagnóstico de um profissional médico. Conhecer, saber, acreditar
e aceitar também faz parte. No Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) o diagnóstico precoce ajuda no tratamento e na qualidade
de vida do portador.
Independentemente
da idade em que ocorre o diagnóstico, é vital tratar o TDAH, pois este é o
apoio para o controle dos sintomas, para a qualidade emocional, além de dar
forças para enfrentar as adversidades. Não existe uma cura, mas é possível melhorar
a convivência no âmbito social, emocional e acadêmico. O tratamento se dá por
meio do tripé de apoio: psicoeducação, psicoterapia e medicamentos.
Na psicoeducação
envolve informação e orientação sobre o transtorno ao portador e à família
próxima, chegando ao ambiente de convívio, principalmente a escola. Ajuda na
conscientização e, muitas vezes, pode antecipar ou prevenir situações
indesejáveis. Pode ser aplicada através de sessões grupais ou palestras ou
materiais informativos.
Na parte de psicoterapia,
envolve a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Comprovadamente, é a mais
indicada para lidar com o emocional do portador, para ajudar vencer e driblar
as dificuldades criando estratégias para o enfrentamento. Fornece também
elementos necessários para as relações interpessoais e autonomia da pessoa,
além de atuar no desenvolvimento de padrões de comportamentos e pensamentos.
Já os medicamentos,
com prescrição médica, são utilizados para conter e melhorar os sintomas do
TDAH. Ainda nos dias de hoje, eles são considerados como os “fantasmas”, pois
há o medo da dependência química e dos efeitos colaterais.
Vale lembrar que há
a fase de adaptação ou escolha do medicamento que melhor atenda cada paciente.
Após este ajuste, o custo/benefício se faz presente. Medicar significa testar a
resposta do paciente, pois como o transtorno é funcional, cada pessoa pode
responder de uma forma diferente. Como disse uma vez Sam Goldstein, um renomado
psicólogo americano: “o risco de não tratar é certamente maior que o risco do
tratamento”.
Realmente, é uma
escolha difícil, mas é preciso tentar fazer uso e buscar a adaptação aos
medicamentos para saber se será bom o suficiente para suprir as inconveniências
dos sintomas involuntários do transtorno, nem que seja por um tempo. Ressalto
ainda que existe grande probabilidade de associação de outras comorbidades ao
TDAH, onde há necessidade de tratamento concomitante.
Tudo o que ajuda a
pessoa a conviver melhor consigo próprio, a aceitar sua condição física e emocional,
bem como suas limitações, é bem-vindo.
Investir em bons
hábitos também ajudam a equilibrar o físico e a saúde mental, como, por
exemplo, a prática de exercícios físicos, de preferência aeróbicos, a boa
alimentação, manter o sono equilibrado e praticar hobbies prazerosos e
saudáveis.
Portanto, encare o
tratamento do TDAH como um caminho mais iluminado que aumenta a confiança,
empodera o contorno dos problemas ou desata os nós bem-feitos dos desafios,
promovendo laços para uma vida mais leve e harmoniosa.
(*) Margarete
Chinaglia é autora dos livros “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de
Atenção - TDA” e "Transtorno do Déficit de Atenção- TDA, sob o ponto de
vista de uma mãe", Margarete é pesquisadora sobre o tema e mãe de uma
jovem com TDA. Além disso, é formada como farmacêutica bioquímica e atua em
gestão hospitalar.
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