Quarta-feira, 1 de dezembro de 2010 - 04h59
Paula Laboissière
Agência Brasil, Brasília – Com o número de novas infecções pelo vírus HIV estabilizado no país e as mortes em tendência de queda, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, acredita que a resposta para o que chama de sucesso do programa brasileiro de combate à aids seja o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Todos os países do mundo que não dispõem de um sistema universal, de qualidade, com grande capilaridade, fracassaram no combate à aids. No Brasil, o sucesso aconteceu porque o programa é de muito boa qualidade e se desenvolve no contexto de um sistema articulado e integrado”, disse.
Em entrevista à Agência Brasil, Temporão destacou, entretanto, que o problema da discriminação de pessoas que vivem com aids ainda é grande. “É um desafio permanente”, avaliou. Para o ministro, é preciso que a população brasileira entenda que o avanço da ciência faz do portador do HIV uma pessoa com doença crônica e não mais alguém com uma sentença de morte.
“Fazendo o acompanhamento adequado, ela pode ter uma vida normal como qualquer outra pessoa. Pode trabalhar, casar, ter filhos”, explicou. Segundo o ministro, o país tem se destacado na luta contra a discriminação por meio de campanhas ousadas, como a do beijo entre um parceiro soropositivo e outro não. “Sempre vejo essas polêmicas como positivas porque são questões complexas, que têm a ver com a sexualidade e com os sentimentos mais íntimos. Fazer diferente é bom para chamar a atenção”, disse.
Este ano, a campanha do Ministério da Saúde tem como tem O Preconceito como Aspecto de Vulnerabilidade ao HIV/Aids, com foco em jovens de 15 a 24 anos. O grupo, de acordo com a pasta, tem maior número de parceiros casuais em relação a adultos e cerca de 40% deles declararam não usar preservativo em todas as relações sexuais.
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