Sábado, 23 de novembro de 2013 - 11h55
A saúde dos recém-nascidos de Rondônia estará em breve com uma cobertura mais ampliada em relação à triagem das doenças neonatais. No início do mês de novembro, uma equipe de técnicos do Ministério da Saúde (MS) esteve no Estado para vistoriar o cumprimento das normas da Fase III do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) e constatou, além da regularidade do serviço, condições técnicas para a realização dos exames da Fase IV.
A partir da oficialização pelo Ministério da Saúde, o Estado passa a identificar as doenças genéticas da Hiperplasia Adrenal Congênita e a Deficiência de Biotinidases. Assim como as demais quatro doenças triadas na Fase III (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística), quando identificadas nos primeiros dias de vida dos bebês é possível garantir uma vida mais saudável, com maior expectativa de desenvolvimento para as crianças e até mesmo de cura, daí a necessidade de realizar o exame.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) após o parecer do MS que considerou Rondônia apto para entrar na Fase IV do PNTN, uma portaria ministerial deverá ser publicada para credenciar o Estado e iniciar os novos serviços. Segundo secretário adjunto da Sesau, Luis Eduardo Maiorquim, a constatação positiva do Ministério é reflexo de um bom trabalho desenvolvido na saúde pública do estado.
“Para nós que trabalhamos nesta área é muito gratificante saber que estamos no caminho certo. A avaliação do Ministério da Saúde que nos qualifica para entrar na Fase IV do PNTN é uma resposta aos nossos investimentos em recursos que qualificam nossos serviços, nossos profissionais e desta forma oferecemos o melhor atendimento aos nossos usuários, neste caso, nossos bebês rondonienses,”, declarou Maiorquim.
Vale destacar que o estado de Rondônia, por iniciativa própria, realiza o exame de Hiperplasia Adrenal Congênita desde 2005. De lá para cá, 30 casos já foram identificados e têm o tratamento acompanhado pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal - Nativida.
Essa doença provoca a produção demasiada de androgênio no feto, causando excesso de hormônio em ambos o sexos, e leva a um crescimento rápido e maturação esquelética prematura, sendo a forma perdedora de sal a mais severa, podendo levar a óbito o recém-nascido, caso o diagnóstico e o tratamento não sejam realizados até o quinto dia de vida.
Para a Coordenadora Estadual da Saúde da Criança de Rondônia, Vanessa Carvalho Prado, a Fase IV além de representar um avanço na triagem de doenças neonatais também proporciona para a criança um tratamento mais efetivo e segundo ela, o Serviço de Referência - Nativida tem grande participação neste avanço.
“Com a introdução da Fase IV, nossos recém-nascidos não precisarão mais se deslocar para fora do estado com seus familiares para a realização de tratamentos. O Estado passará a oferecer todo o tratamento e medicamento necessários aqui mesmo em Rondônia e o Nativida, está conosco sendo o responsável pelos diagnósticos de todas as Fases do PNTN oferecendo um serviço de referência em triagem neonatal”, diz a Coordenadora.
Durante a visita a Rondônia, os técnicos do Ministério realizaram vistoria no Nativida, na ala de internação do Hospital de Base e constataram que Rondônia está organizada para seguir na Fase IV.
“Assim que recebermos a autorização para incluir o exame de Deficiência de Biotinidase, já que o de Hiperplasia já entra na nossa rotina, nossa equipe está apta para realizar o teste, bem como a fazer o devido acompanhamento de busca ativa dos pacientes e o consequente tratamento, conforme preconiza o Ministério da Saúde”, declarou o gerente administrativo do Nativida, José Augusto Neto.
A Deficiência da Biotinidase é uma doença metabólica tratável na qual o organismo não consegue obter a vitamina biotina da maneira adequada. O diagnóstico precoce com o início do tratamento ainda nos primeiros meses de vida, assegura ao bebê uma vida normal sem qualquer sintoma da doença.
Sobre o Nativida
O Núcleo de Atendimento em Triagem Neonatal (Nativida) é o Serviço de Referência do Estado no diagnóstico das doenças, acompanhamento e tratamento dos recém-nascidos triados. O Nativida também dispõe no seu quadro de profissionais de uma equipe técnica especializada, como Pediatra, Hematologista, Endocrinologista, Nutricionista, Psicólogo e Assistente Social para garantir o tratamento e acompanhamento dos casos alterados.
O serviço em Rondônia, em parceria com o Estado e Municípios, oferece um diferencial que inclui outros exames de doenças que podem ser identificadas nos bebês e que não estão incluídos nas Fases do PNTN, sendo elas: Toxoplasmose Congênita, Sífilis Congênita, Hiperplasia Adrenal Congênita, Citomegalovírus Neonatal, Chagas Neonatal, Aminoacidopatias e Rubéola Congênita. Ao todo são realizados 12 testes, incluindo os quatro da Fase III do PNTN. Quando for oficializada a inclusão da Fase IV, passará a realizar 13 testes nos recém nascidos.
A cobertura na triagem neonatal alcança hoje 94% dos nascidos vivos triados. O Estado de Rondônia se destaca na primeira posição na região norte e a quarta posição no país, na cobertura do PNTN, tendo o Nativida como o Serviço de Referência em Triagem Neonatal credenciado pelo Ministério da Saúde para desenvolver as ações de saúde de Triagem Neonatal na sua área de abrangência.
Para garantir esse resultado positivo para Rondônia, o programa possui uma rede de coleta organizada nos 52 municípios que totalizam 211 postos de coleta, com profissionais capacitados quanto ao procedimento de coleta e administrativo, rede assistencial complementar e ponto de atenção de urgência e emergência para os casos de internação hospitalar.
Triagem Neonatal é uma corrida contra o tempo. Todas as etapas envolvida na coleta de sangue, no envio de amostras, na análise de resultados, na convocação de casos suspeitos, na confirmação do diagnóstico e no início do tratamento devem ocorrer sem erros e no menor tempo possível. “O teste de triagem neonatal realizado entre o 3º e o 5º dia de vida” é o período mais indicado para o diagnóstico da doença. Assim, o tratamento precoce poderá ser instituído o mais rápido possível.
Fonte: Eficaz
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