Terça-feira, 14 de janeiro de 2025 - 17h47
O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai enviar a
Rondônia um efetivo da Força Nacional. Os agentes da tropa federativa chegarão
ao estado nos próximos dias, com a missão de auxiliar os órgãos de segurança
pública estaduais a conter os ataques criminosos registrados nos últimos dias,
na capital, Porto Velho, e em ao menos mais uma cidade, Mirante da Serra.
O
emprego da Força Nacional por 90 dias foi autorizado pelo ministro Ricardo
Lewandowski, a pedido do governo estadual. Os agentes atuarão nas atividades e
nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e garantia da
segurança das pessoas e patrimonial. Por motivos estratégicos, o ministério não
divulga o número de agentes mobilizados.
Ataques
orquestrados a ônibus vêm alarmando a
população de Porto Velho. A cidade amanheceu sem
transporte público nesta terça-feira (14). Temendo pela integridade de
motoristas, cobradores e dos usuários, rodoviários decidiram recolher os ônibus
logo nas primeiras horas da manhã. Pouco depois, o prefeito da capital
rondoniense, Léo Moraes, pediu ao governo estadual que reforce a segurança pública
na cidade a fim de garantir a ordem e o funcionamento do transporte público.
No ofício que
enviou hoje ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual da Segurança,
Defesa e Cidadania, Felipe Bernardo Vital, o prefeito atribui a “recente onda
de ataques” a facções criminosas. Ao menos três ônibus foram incendiados em
Porto Velho, além de um ônibus e um caminhão em Mirante da Serra, município a
cerca de 390 quilômetros da capital.
De
acordo com autoridades locais, os ataques e as ameaças a trabalhadores são uma
reação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, cuja primeira fase foi
deflagrada no fim de 2024. Concentrada em conjuntos habitacionais que, segundo
a Polícia Militar (PM), são dominados por organizações criminosas, a operação
já resultou na retomada de cerca de 70 apartamentos invadidos por bandidos que
expulsaram os moradores, bem como na apreensão de drogas e armas.
“A
facção [criminosa] obtém lucro não apenas com a venda de drogas, mas também com
roubos e com venda e aluguéis desses imóveis”, afirma o comandante do 9º
Batalhão, tenente-coronel Ewerson Pontes, em nota divulgada pela PM.
Na
noite do último domingo (12), poucos dias após a PM deflagrar a primeira fase
da operação, criminosos mataram a tiros o cabo Fábio Martins, do Batalhão
de Polícia Ambiental. Já no dia seguinte, a corporação deflagrou a segunda fase
da Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, desta vez no conjunto
habitacional Orgulho do Madeira. A própria PM reconheceu, em nota, que
mobilizou mais de 200 policiais em uma “resposta enérgica do Estado ao crime
que vitimou o cabo Fábio Martins”.
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