Quinta-feira, 29 de junho de 2023 - 13h05
A Rede de Enfrentamento
à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Rede Lilás) se reuniu na
manhã de quarta-feira (28) com o secretário e o adjunto da Secretaria de Estado
da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), Felipe Vital e Hélio Ferreira, para
tratar sobre as demandas de enfrentamento à violência baseada em gênero sofrida
por mulheres em Rondônia.
De acordo com Rosimar
Francelino, coordenadora da Rede Lilás, o pedido de reunião teve como objetivo
solicitar à Secretaria a participação de um representante da Sesdec na Rede
Lilás, inclusive sendo convidado para a reunião da Rede nesta quinta-feira (29),
às 15h, na Assembleia Legislativa.
Além disso, a reunião
tratou sobre o projeto Casa da Mulher Brasileira, funcionamento ininterrupto da
Delegacia da Mulher e atendimento a mulheres no Instituto Médico Legal (IML).
ATENDIMENTO CONTINUADO
A Casa da Mulher
Brasileira busca colocar em prática as previsões da Lei Maria da Penha
(11.340/2006) no que se refere ao atendimento continuado, célere, efetivo e
humanizado às mulheres, por meio da integração, no mesmo espaço, de serviços
especializados para os mais diversos tipos de violência contra as mulheres:
acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; juizado; Ministério
Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia econômica; cuidado das
crianças – brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes.
A deputada estadual
Ieda Chaves e a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher,
Sandreia Costa, comunicaram que estiveram em Brasília e realizaram tratativas
com o Ministério das Mulheres sobre a implementação do projeto em Rondônia. De
acordo com a deputada Ieda, a Prefeitura de Porto Velho indicou duas áreas para
que seja construída a casa, e afirmou que mais dois municípios poderão ser
contemplados.
Mara Valverde e Vera
Regina, representantes da Assembleia Legislativa, reforçaram a importância dos
governos estadual e municipais envidarem esforços para assegurar a implantação
da Casa Mulher Brasileira em Rondônia, um projeto que vem sendo pleiteado pelas
mulheres atuantes na rede de enfrentamento à violência desde 2015.
DELEGACIAS
m relação ao
funcionamento ininterrupto das Delegacias Especializadas de Atendimento à
Mulher (Deam 24h), conforme determina a Lei n. 14.541/2023, foram discutidos
cenários e estratégias visando a possibilidade de implementação e consolidação
dessa política em curto, médio e longo prazo em todo o estado.
Marli Rosa, ouvidora da
Mulher da OAB-RO, relatou sobre as condições das Delegacias de Atendimento à
Mulher nos municípios, resultado de um trabalho realizado pelo Conselho
Estadual, a partir de visita técnica em que se constatou a ausência de
infraestrutura e preparo técnico para o atendimento dos casos de violência
contra a mulher. O relatório sobre a visita foi entregue à Secretaria.
A representante da sociedade civil, Benedita Nascimento, registrou que as organizações sociais, os coletivos de mulheres e os conselhos querem dialogar com o governo para construir estratégias para efetivação de um Plano de Ação que permita a médio e a longo prazo a implantação das Delegacias da Mulher 24horas na capital e em alguns municípios.
CENTRAL DE MONITORAMENTO
A coordenadora Rosimar, reportou também aos secretários sobre a Central de Monitoramento de Medidas Protetivas de Urgência (MPU), concedidas com base na Lei Maria da Penha, um sistema inovador de controle e monitoramento das MPU em Rondônia que dá suporte ao trabalho de fiscalização da Patrulha Maria da Penha, executado pela Polícia Militar, sendo esta uma das primeiras experiências no Brasil.
A central foi implantada com recursos do Fundo Estadual dos Direitos da Mulher, vinculado ao Conselho Estadual da Mulher, está sob gestão da Polícia Militar (Núcleo Maria da Penha), porém não possui integração com os sistemas da Polícia Civil, o quem tem dificultado o acesso de alguns delegados ao monitoramento das MPU de forma célere. Desse modo, afirmou a coordenadora, torna-se necessária mediação da Sesdec, no sentido de disponibilizar as informações, dentro dos limites legais de sigilo, mas sem perder a efetividade e a celeridade no atendimento à mulher em situação de violência.
A coordenadora reforçou ainda sobre o atendimento de mulheres no IML, ante à carência de médicas para proceder às perícias exigidas por lei. De acordo com o secretário Felipe Vital, a secretaria tem planejado soluções para tanto, visando suprir a carência de pessoal.
Como encaminhamento, foi formado um grupo de trabalho, composto por Sandreia, Vera e Mara, para produz informações sobre a Casa da Mulher Brasileira, e o secretário Vital se propôs a providenciar planejamento de visita a um estado brasileiro com experiência de DEAM 24 horas.
Na reunião estavam Presentes: Rosimar Francelino (TCE-RO) e coordenadora da Rede Lilás, deputada estadual Ieda Chaves, Sandreia Gomes, presidente do Conselho Estadual da Mulher, Vera Regina, representando o gabinete do deputado estadual Ismael Crispin, Mara Valverde representando o gabinete da deputada Cláudia de Jesus, Marli Rosa, ouvidora da Mulher da OAB-RO, e Benedita Nascimento, do Fórum Popular de Mulheres/Levante Feminista contra o Feminicídio (MAMA-RO).
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