Quarta-feira, 6 de março de 2019 - 10h01
É O FIM DA REPÚBLICA SINDICALISTA? PARA O SERVIÇO PÚBLICO NÃO. ELA CONTINUA MAIS VIVA DO QUE NUNCA!
O governo Marcos Rocha está numa verdadeira sinuca de bico, em relação à greve dos agentes penitenciários, aliás uma categoria que, desde que foi criada, vive no entorno das suas reivindicações de salários e direitos, deflagrando vários movimentos em poucos anos. Se o governo atender as exigências deste grupo de servidores, já que aceitou o enfrentamento, porque diz não ter como cumprir o que querem esses servidores, em função de falta de orçamento, terá que fazer o mesmo com várias outras categorias. Poderá surgir um efeito cascata incontrolável, ao ponto de paralisar o Estado. É um risco apenas, mas o risco existe. De outro lado, ao não aceitar as exigências dos agentes, a área da segurança fica fragilizada, na medida em que cada vez mais policiais militares terão que ser deslocados para cuidar dos presídios, enquanto apenas 30 por cento dos agentes trabalham. Marcos Rocha tem dito que não tem como pagar o que pede a turma que cuida dos presídios. Uma fonte importante do governo comentou que a greve já estava desenhada e planejada bem antes da nova administração assumir, “mesmo a categoria sabendo que não haveria recursos para que o pagamento fosse feito”. Não é mais apenas uma batalha entre governo e agentes: é uma situação que põe em perigo a segurança pública, fragilizada com o deslocamento de policiais militares para cuidar dos presídios e, ainda assim, apenas durante o dia. Não é de graça que várias fugas foram registradas nos últimos dias. Queiram ou não, elas servem de pressão para cima do governo. A cobrança, sem dúvida, não será feita sobre os agentes. Além disso, ao que parece, o assunto começa a extrapolar questões trabalhistas para se tornar também uma rusga política, já que o principal líder dos agentes é o deputado reeleito Anderson Ferreira, até há pouco comandante da categoria e que certamente será uma adversário duro de Rocha e seu governo no parlamento.
Caso as reivindicações dos agentes sejam atendidas, pode-se imaginar quando os professores (alguém merece mais do que eles?) com seus salários pífios, e com a distância abissal do que seria o correto, começarão também a se mobilizar, pedindo aumento e outras vantagens! E os policiais, cujos vencimentos ainda estão longe da realidade? Aqueles que atuam em setores vitais, como os da saúde pública, não teriam direito também de exigir mudanças salariais, melhores condições de trabalho e outras reivindicações para lá de necessárias? Aliás, todas as categorias de servidores, incluindo os agentes, é claro, entre os cerca de 50 mil que atuam em Rondônia (excluindo-se aí, obviamente, os CDS), vão querer e merecer reajuste. E o Governo vai quebrar, porque só viverá para pagar salários de funcionários e deixará os demais 1 milhão e 550 mil rondonienses sem atendimento, sem melhorarias na vida de todos, por absoluta falta de recursos. O Brasil está sepultando a República Sindicalista, felizmente. Menos no serviço público.
GUAJARÁ: NÃO SE ENTRA, NÃO SE SAI...
Infelizmente, as piores previsões se confirmaram: a ponte sobre o rio Araras está com uma cobertura de água que torna impossível a passagem de qualquer veículo. O final de semana, uma obra emergencial do Dnit ainda manteve a ponte aberta por algumas horas. Na noite de segunda-feira, contudo, o rio voltou a subir e não há mais como manter a ligação por terra, sem que os veículos e seus passageiros corressem grandes riscos. O bom senso alerta para que a BR 425, naquele ponto, seja interrompida até pelo menos a tarde desta quarta, quando obras do Dnit que a eleva esteja concluídas. Desde esta terça e não se sabe até quando, aquela região corre o risco de ficar isolada do restante do Estado, pois não tem como chegar à BR 364, de quem sai da cidade ou outra alternativa, para se chegar a Guajará, para quem vai para lá. O transporte de doentes para a Capital, por exemplo, nesse caso só poderão ocorrer por via aérea. O Estado deve investir algo em torno de 300 mil reais só para que as aeronaves façam esse trabalho. Enquanto isso, em Porto Velho, a cheia já atingiu toda a área do centro próxima ao rio Madeira. Já é a segunda maior enchente dos últimos anos na cidade, só superada por aquela, gigantesca, de 2014.
UMA RODOVIÁRIA PARA AVIÕES
O rondoniense paga a segunda passagem aérea mais cara do país. Tem poucos voos para atendê-lo. Tem um aeroporto com cara de rodoviária, já que, entre outras coisas ridículas, é um dos únicos que se conhece em que não se consegue enxergar as aeronaves estacionadas no pátio. Tem uma área de alimentação que deve bater recordes de preços, como, aliás, na maioria dos aeroportos do país, nesse quesito. É deficiente a ponto de que a pista de pouso e decolagem pertencerem à Base Aérea de Porto Velho e não ao próprio aeroporto. Localizado numa região de fronteira, não tem alfândega e, por isso, não pode receber voos internacionais e nem permite que aviões saiam daqui para países vizinhos. Depois de quase quatro décadas da invenção, recebeu no ano passado um sistema – o ELO - em que o passageiro sai do terminal e entra na aeronave sem se molhar ou ficar exposto ao sol. As coisa acontecem com tanta lentidão, que parece que há sapos enterrados em profusão no aeroporto Jorge Teixeira, porque todos os planos para ele não funcionam direito. A última reforma mudou aqui e ali, mas na essência, deixou todos os problemas de sempre. Entidades empresariais fazem parceria com o governo estadual, para implantar a alfândega e receber os voos internacionais. Mas só isso não basta, Há um longo caminho ainda para termos um aeroporto digno de uma Capital como a nossa. No geral, somos uma espécie de rodoviária para aviões. Não mais que isso.
APOIO AOS VOOS REGIONAIS
A bancada federal também se mexe, em busca de mais voos e mais alternativas para as viagens aéreas no Estado. Dias atrás, o deputado federal Coronel Chrisóstomo fez um pronunciamento, pedindo mais apoio para Rondônia, nesse setor. Disse, entre outras coisas, que há necessidade de se encontrar caminhos para o sistema no Estado inclusive com a criação de incentivos fiscais e diminuição de tributos, para atrair novas empresas. “Mais que novas rotas – acrescentou – Rondônia precisa também de voos regionais, partindo de Cuiabá e indo até Manaus, com escalas em Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná e Porto Velho.” Com isso, alega, se ampliaria as estruturas disponíveis para o fortalecimento dos negócios. Sublinhou, contudo, que isso só será conseguido se houver preços justos das passagens. O que não se entende é como faltam incentivos para empresas locais, que poderiam atender a esses voos regionais, caso tivessem apoio. A Rima, por exemplo, uma empresa séria, que está se unindo a grandes empresas aéreas do país num sistema de apoio dentro do Estado, é daquelas que merecem ter, dos órgãos locais, os incentivos para expandir seu trabalho, que é exemplar, mesmo com todos os altos custos que têm que enfrentar.
MUDANÇAS, DEPOIS DO CARNAVAL...
Passado o carnaval, com o início real do ano, vem mudanças por aí, tanto na Prefeitura de Porto Velho quanto no Governo do Estado. É muito provável que o prefeito Hildon Chaves tire um coringa da manga, em breve, para anunciar melhorias profundas na saúde pública, incluindo provavelmente o comando da área, Falta muito pouco para que o Prefeito possa oficializar seus novos passos, na incessante busca de encontrar saídas para a saúde, um setor ainda deficiente na sua administração. O governador Marcos Rocha também poderá anunciar um ou dois novos nomes para sua equipe, embora esse assunto seja ainda guardado a sete chaves pela Palácio Rio Madeira/CPA. Por enquanto, a prioridade das equipes de governo é criar uma estrutura de apoio que ameniza o sofrimento dos atingidos pelas enchentes, incluindo serviços aéreos para transporte de flagelados e doentes. Mas as questões da administração também estarão na pauta. Os primeiros 100 dias de governo, em 10 de abril, também deverão trazer noticias novas pelos lados do Coronel Rocha e sua equipe. Em breve, se saberá exatamente o que vai se tornar realidade e o que ficará apenas como boato, nessas mudanças que andam se desenhando tanto em nível municipal quanto estadual.
VIOLÊNCIA CHEGA AOS AGENTES DE TRÂNSITO
Impressionante o número de furtos, roubos a mão armada, violência contra a mulher e brigas registradas, principalmente na Capital, mas também no interior, nesses últimos dias, incluindo o período de carnaval, que deveria ser de paz e amor. Em Porto Velho, os bandidos atacam nas paradas de ônibus, me plena luz do dia, em frente a lojas. Escolhem geralmente vítimas indefesas, atacando mulheres e idosos. O alvo principal são os celulares. São dezenas e dezenas de ocorrências nos últimos meses. Quando há qualquer reação, os criminosos atiram e atiram para matar. Também no trânsito a situação continua cada vez pior. Nesse final de semana, além de vários acidentes com feridos, houve uma ocorrência que assustou até policiais experientes, que participam das blitz da Lei Seca, Um motorista, visivelmente embriagado, jogou o carro contra os agentes que controlavam a blitz, na avenida Calama, bairro da Embratel e, por pouco não os atingiu. O jovem motorista só parou quando bateu um muro. Também criminosos fortemente armados invadiram uma agência bancária, arrombaram um caixa eletrônico e ainda levaram o revólver de um vigia. Socorro, polícia!
A JUIZA, A POLÊMICA E A FRASE INFELIZ
Infelizmente não é Fake News. Está nos sites sérios. Basta pesquisar. Uma juíza de Campinas, interior de São Paulo, ao analisar o caso de um homem acusado de latrocínio, ou seja, matou para roubar, escreveu, em determinado trecho da sua sentença ,que o criminoso “não possui o estereótipo padrão de bandido”, porque ele tem características como “pele, olhos e cabelos claros”. Como assim, Excelência? Embora a decisão não seja recente e o bandido tenha sido condenado, as frases da juíza Lissandra Teis Ceccon, se espalharam pelas redes sociais e se transformaram num assunto entre os que mais viralizaram na internet, nos últimos dias. O trecho ganhou destaque por aparecer, no documento, como essa espécie de observação extremamente inusitada, já que, segundo a decisão, mesmo que o réu tenha uma aparência que não corresponderia a de um bandido na visão da juíza, foi identificado por testemunhas e condenado. Nem a Juíza que escreveu o texto em que sugere que quem é branco e que tenha cabelos e olhos claros não são bandidos nem o Tribunal de Justiça paulista disseram que não podem falar sobre o caso, segundo a Lei da Magistratura. Mas que pegou mal para Sua Excelência, pegou sim!
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