Sábado, 20 de dezembro de 2008 - 13h30
Jacaré precoce: atração imperdível no Pantanal
- Animais fortalecem a atividade do turismo rural neste período de alta temporada e são exemplos de desenvolvimento produtivo com equilíbrio ambiental -
CAMPO GRANDE/MS - O Projeto científico/econômico Jacaré-do-Pantanal Precoce e a atividade turística ao seu redor são atrações inesquecíveis para quem vai ao Pantanal, no Mato Grosso do Sul. Desenvolvendo pesquisas desde o final dos anos 80 e atualmente cultivando um rebanho de aproximadamente 12 mil animais (répteis), as fazendas conjugadas Cacimba de Pedra-Reino Selvagem - distante apenas 26 km de Miranda/MS e 226 km da capital sul-mato-grossense (Campo Grande) -, são hoje destino obrigatório, sobretudo de turistas europeus e asiáticos.
Além das belezas naturais pantaneiras o visitante pode interagir com os jacarés, conhecer e manipular as peles curtidas e curadas do animal, ter acesso a material explicativo sobre o cultivo dos répteis, informar-se sobre a viabilidade econômica das peles, e conferir toda atividade produtiva na propriedade. A cozinha é um detalhe a parte. Os pratos a base de jacaré são um convite ao deleite gastronômico. Da carne do animal precoce só não vai para o prato a cabeça (utilizada, empalhada, como souvenir).
A fazenda conta hoje com receptivo, restaurante, piscina (no formato de um jacaré), pomar, rendário e atividades de acompanhamento da lida com o jacaré e com o gado de corte, potencializando o turismo rural em torno das atividades econômicas ainda consideradas principais (a pecuária bovina e a produção de jacarés precoces em cultivo). Este acompanhamento é feito através do Núcleo de Cultura Rural, ativado em dezembro de 2007 e que trabalha com educação rural e ecológica e também pelo Centro de Produção do Jacaré Precoce para a Preservação do Jacaré do Pantanal (CEJAP), responsável pela criação dos répteis.
"O turismo hoje já corresponde a 15% de nosso faturamento, contra 40% da exploração econômica do couro do jacaré e 45% da pecuária bovina de corte; no entanto, pelo ritmo crescente logo o turismo representará 30% de nossa receita", garante o empresário Gerson Bueno Zahdi, proprietário e responsável pelo desenvolvimento da tecnologia de reprodução dos jacarés precoces em cultivo na fazenda Reino Selvagem. Seu rebanho bovino é de aproximadamente duas mil cabeças.
Na verdade, Zahdi é o único empreendedor rural que desenvolve atualmente o cultivo do jacaré-do-Pantanal no Mato Grosso do Sul com devida autorização do Governo Federal. É também o único a trabalhar com jacaré-do-Pantanal Precoce no Mundo. Sua atividade é fruto de quase 20 anos de trabalho que hoje rende projeção nacional e internacional. Há alguns anos, a Rede Globo de Televisão gravou cenas para capítulos da novela Alma Gêmea, com a atriz Priscila Fantin. Nestas cenas, a estrela global se inteirou e conviveu com os jacarés de forma muito próxima à qual os turistas também podem fazer.
E a imagem de local paradisíaco, selvagem e de aventura atravessou as fronteiras brasileiras e ecoa em boa parte da Europa. "Posso dizer que hoje 80% do meu fluxo turístico são de europeus, principalmente de países como Holanda, Portugal, França e Bélgica", garante Zahdi.
E para quem acha que visitar a Cacimba de Pedra é apenas "ver" jacarés, com certeza irá se surpreender. Tudo começa com a facilidade de acesso. De Campo Grande até lá são, no máximo, duas horas e meia de viagem de automóvel e sem nenhuma correria. Pega-se a BR-262 até Miranda (200 km); no trevo da cidade dobra-se a direita em direção ao distrito de Agachi. Daí em diante são mais 15 km de estrada asfaltada e outros 11 km de estrada vicinal de terra batida, mas em bom estado de conservação. Este percurso também pode ser feito tranquilamente à noite uma vez que a Cacimba de Pedra preocupou-se em instalar uma sinalização noturna em todo o trajeto. É praticamente impossível se confundir.
Logo no receptivo do hotel-fazenda, os hóspedes são recebidos pela gerência ou, invariavelmente, pelos próprios proprietários: Gerson e sua esposa Rosaura Dittmar, que cuida mais da administração da atividade turística na propriedade. Esta recepção geralmente passa por uma sopa ou caldo de jacaré. Depois de acomodado em seu apartamento, o turista tem opções diversas de atividade, como a visita ao matrizeiro e ao "berçário" ou células de desenvolvimento. No primeiro, ele tem contato bem próximo com os jacarés adultos, com quase três metros de comprimento. Podem tirar fotos e até alimentar os animais. Na área das células de criação (CEJAP), o visitante acompanha as diferentes fases de desenvolvimento do animal a partir da eclosão dos ovos capturados na natureza – sistema ranching de produção. Neste local os jacarés crescem até por volta de um ano e um ano e três meses de idade (12 a 15 meses), quando são abatidos. A precocidade é fruto de quase 20 anos de pesquisas e desenvolvimento genético
Também é possível fazer a focagem noturna de jacarés, um espetáculo fantástico, uma vez que os olhos dos animais refletem, com espantosa naturalidade, as luzes emitidas por lanternas ou faróis de automóveis. Mas além do jacaré, o turista acompanha também a lida com o gado bovino (são cerca de duas mil cabeças na fazenda) e pode se aventurar em uma farta pescaria, mas com apenas um detalhe: não é permitida a captura dos peixes; todos eles são levados de volta para a água.
De volta à sede da fazenda é hora de matar a fome. O prato principal, como não poderia deixar de ser, é o jacaré. No entanto, ao contrário do que se possa imaginar, sua carne possibilita o preparo de várias e diversificadas iguarias gastronômicas. Isso pelo fato de se aproveitar quase todo o animal: patas, coxas, sobrecoxas, filé da cauda, file ventral, filé dorsal e pescoço. Dos pratos que impressionam podem ser citadas as "patinhas de jacaré" e "iscas de jacaré" (excelentes tira-gosto), "jacaré ensopado", o "filé grelhado e flambado" além do exótico "sashimi de jacaré".
Fonte: Ariosto Mesquita
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