Terça-feira, 3 de julho de 2012 - 10h03
Nos últimos anos Porto Velho viu ressurgir a forte demanda por voos, semelhante ao que existira no final da década de 90 e início da década de 2000, quando a demanda de 10 voos diários exigiu a construção de um novo terminal de passageiros. Derrubaram o “Belmont” e ergueram o “Jorge Teixeira de Oliveira”.
Neste período VASP e VARIG mantinham acirrada concorrência nas rotas entre Porto Velho e Cuiabá, para de lá chegar a Brasília e outros destinos, assim como também na rota Porto Velho/Manaus, e de lá para Belém e Fortaleza, que sempre foram cidades com ligações umbilicais com a população portovelhense. Havia ainda a Transbrasil, com voo direto a São Paulo.
Mas Vasp, Varig e Transbrasil desapareceram do mercado, ao tempo em que a TAM deixava de seu uma empresa aérea regional para voar em todas capitais e surgia a Gol. Mas Porto Velho esperava pela decolagem da sua economia, que teve um pouso forçado com o fim dos garimpos do rio madeira.
Hoje, voos ligando Manaus, Cuiabá e Rio Branco, cresceram na mesma velocidade que cresceu a população e a economia da capital. A briga de TAM e Gol pelo mercado foi tão acirrada que o preço da passagem aérea caiu para patamares de transporte rodoviário, quando os destinos eram Rio Branco e Cuiabá. E mesmo os passageiros para Manaus, sem acesso por estradas, deixaram de pagar algo em torno de R$ 1.200,00 para voar na baixa temporada pagando cerca de R$ 100,00.
E novas empresas vieram para Rondônia. A TRIP realiza diariamente 11 decolagens do aeroporto Jorge Teixeira, e outros tantos voos de Ji-Paraná e de Vilhena para todo o Brasil. Desde 20 de junho, a Azul, a mais nova empresa aérea brasileira, opera com 2 voos diários. A AVIANCA, a quarta maior empresa aérea brasileira, escolheu Porto Velho para iniciar suas operações na região Norte. Ou seja, se consideramos que a Webjet pertence a Gol, temos em Rondônia presença de todas as empresas aéreas do país.
Com tantas opções, o movimento do aeroporto da capital chegou a marca de 1 milhão de passageiros/ano, sendo necessária uma ampliação, já em curso. São quase 50 operações (pouso e decolagem) por dia.
Mas apesar de tantos voos, o rondoniense tem pouca alternativa de destinos com voo direto, que continuam a ser Rio Branco, Cuiabá e Manaus, além de Brasília, a exemplo do que ocorria há 15 anos. Viagens para além destas cidades dependem de conexões cansativas e demoradas. A exceção é a Trip, com dois voos diretos para Belo Horizonte.
E este congestionamento de voos em Rio Branco, Manaus, Cuiabá e Brasília resulta em oferta bem acima da demanda e pode levar ao cancelamento da rota, como aconteceu recentemente com a Gol e a TAM.
Por isso hoje, mais que novos voos, Porto Velho necessita é de novas rotas. Destinos como São Paulo e Rio de Janeiro, já justificam operações sem escalas, além Belém e Fortaleza, dois destinos muito procurado, mas que dependem de escalas em Manaus.
Com certeza, assim como na bem sucedida operação da TRIP para Belo Horizonte, todos os aviões usados pelas empresas que voam para Porto Velho, possuem autonomia para realizar com eficiência e segurança voos diretos para Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Belém, o que significaria um importante incremento, além de um novo marco na história da aviação comercial de Rondônia. Os passageiros agradeceriam.
Fonte: Alexandre Badra
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