Terça-feira, 13 de abril de 2021 - 19h18
A construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) exerceu um forte magnetismo no século passado, a ponto de atrair trabalhadores de pelo menos 22 nacionalidades. A ferrovia foi útil à economia da época por pouco tempo e suas locomotivas acabaram abandonadas. Algumas delas formam agora um cenário instigante, ao lado dos trilhos que percorreram tantas vezes, onde ficou conhecido como Cemitério das Locomotivas. O local passará por obras para que possa acolher os turistas.
Prefeito destaca resgate histórico com obrasUm projeto elaborado pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho (Semdestur) busca resgatar este e outro igualmente relevante para a história da região: o Cemitério da Candelária.
Como locais com alta potencialidade turística, o Cemitério das Locomotivas e o Cemitério da Candelária, onde foram enterrados trabalhadores tombados durante a construção da ferrovia, serão revitalizados.
“Vamos transformar esses locais em ambientes atrativos, com muitas melhorias. Será uma valorização ao passado com foco no futuro. Um estímulo ao pertencimento e acesso à história local”, disse o prefeito Hildon Chaves ao visitar os locais onde serão feitas as obras, nesta terça-feira (13).
COMPLEXO
O projeto consiste na construção de um grande complexo que contará com calçamento, iluminação e guarita para a guarda municipal, placas de sinalização, além da limpeza e recuperação dos trilhos, que foram soterrados após a cheia histórica do rio Madeira, em 2014.
Trabalho será feito em parceria com pastas municipaisHaverá, ainda, conforme o projeto, placas com QR Code em frente de cada locomotiva, onde o turista terá acesso a informações sobre cada máquina.
No Cemitério da Candelária, a Prefeitura instalará um painel das nacionalidades, em homenagem aos operários ali sepultados. O local contará também com uma trilha de visitação e estátuas.
TURISMO
As ações nos dois locais fazem parte do plano que busca revitalizar espaços urbanos com potencial turístico. Abandonadas na década de 1970 com a desativação da EFMM, as locomotivas agora deixarão para trás as intervenções da natureza e do tempo para trilhar um novo caminho.
Além de valorizar a história e fortalecer o turismo, as obras vão beneficiar também a Comunidade da Candelária, que utilizará as intervenções de base comunitária. A interação dos visitantes junto aos moradores locais oportunizará a chance de gerar emprego e renda.
As obras terão acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A secretária, Glayce Bezerra, da Semdestur, apresentou o projeto ao prefeito Hildon Chaves. “Não haverá orçamento específico para essa obra. Estamos montando uma força-tarefa com várias secretarias municipais para garantir a restauração, a limpeza, iluminação, sinalização entre outras ações. Será a oportunidade de resgatar e entender a história”, explicou.
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