Segunda-feira, 1 de janeiro de 2018 - 05h59
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), defendeu a realização de grandes eventos na cidade com recursos majoritariamente privados. Segundo ele, assim como o réveillon, o carnaval precisará se tornar menos dependente da verba do poder público. A avaliação ocorreu durante uma visita ao palco montado em Copacabana, onde os artistas irão se apresentar mais tarde na festa da virada de ano.
"Nosso carnaval, como o nosso Rock in Rio, não precisa de dinheiro público. O Rock in Rio sobrevive sozinho e o nosso carnaval vai sobreviver sozinho também. Teremos um carnaval espetacular no próximo ano com mais verba privada do que pública. E o réveillon também", disse.
Em junho, Crivella havia anunciado que, para o carnaval de 2018, iria reduzir pela metade a subvenção às escolas de samba em função da crise econômica. Na ocasião, ele também criticou o aumento do repasse concedido pelo seu antecessor, o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB). Na última edição da folia, cada agremiação do grupo de elite recebeu cerca de R$ 2 milhões da prefeitura. Após o anúncio do corte, as escolas ameaçaram não desfilar, mas posteriormente retomaram o diálogo com o poder público para garantir o evento.
Crivella disse ainda estar eufórico com o sucesso da organização do réveillon. A prefeitura espera 3 milhões de pessoas na praia de Copacabana, o que seria um recorde. De acordo com estimativas da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), os turistas devem injetar R$ 2,2 bilhões na economia do município.
"Foi um ano difícil, mas que está terminando de uma maneira muito positiva. Estamos mostrando ao Brasil e ao mundo que nós, cariocas, somos capazes de superar nossas crises, de enxugar nossas lágrimas, de acreditar na nossa força e na pujança do nosso povo".
O presidente da Riotur, Marcelo Alves, disse que 82% dos recursos investidos no réveillon de Copacabana não saíram do caixa da prefeitura. O percentual envolve os investimentos em três eventos: além da festa da virada, um baile-show da Orquestra Tabajara deu início às celebrações de réveillon na sexta-feira (29) e um encontro de todas as escolas de samba do Grupo Especial com a Orquestra Sinfônica da Petrobras encerrará a programação no próximo sábado (6). Entre os patrocinadores estão o Ministério da Cultura, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Ambev e a TIM.
Segundo Marcelo Crivella, buscando recursos privados, o Rio de Janeiro sediará outros grandes eventos. "Antes tínhamos só três grandes eventos anuais: o réveillon, o carnaval e o Rock in Rio. Agora serão 12 grandes eventos. (...) Teremos atrações durante todo o ano. Isso é para ficarmos animados. E já começa semana que vem com o encontro de todas as escolas de samba com a Orquestra Sinfônica da Petrobras, que vão se reunir aqui nesse palco monumental". A expectativa da prefeitura é que a união de ritmistas forme a maior bateria, garantindo um registro Guinness, o Livro dos Recordes.
Balanço
Questionado sobre o cumprimento de apenas nove das suas 54 promessas durante a campanha eleitoral, Crivella fez um balanço positivo de seu primeiro ano de governo. "Viramos o ano sem crise de greve de funcionários, nem professores e nem garis. Não atrasamos um mês de salário, nem o 13º. Não tivemos hospitais fechados. Não tivemos crise da dengue e nem inundação da cidade. Temos mais a comemorar do que essas tantas promessas que ainda temos três anos para cumprir", disse.
"Esse primeiro ano foi arrumação de casa. Nós recebemos o Rio de Janeiro com R$ 4 bilhões de contas para pagar. Além disso, 350 mil cariocas nos últimos dois anos perderam empregos com carteira assinada. Nossos hospitais receberam muito mais pessoas que agora estão sem plano de saúde. As escolas públicas também absorverem alunos que vieram da rede particular", acrescentou o prefeito.
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